segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mulher

Depois da situação envolvendo tenente-coronel na semana passada, hoje foi noticiada uma suposta agressão que teria sido praticada por soldado da PMBA contra alegada vítima dentro de embarcação. Fatos como esse costumam gerar condenação prévia em quem toma conhecimento através da versão da imprensa, mas é sempre de bom grado ter cautela e analisar as versões das partes, que quase sempre divergem consideravelmente quanto ao ocorrido. Ainda que beire a certeza de ter havido uma conduta aparentemente inadequada, é preciso avaliar o tamanho do erro, as circunstâncias que cercavam o fato, todos os fatores internos e externos que levaram a tal comportamento. Prudência, razão e frieza, acima de tudo, nessas horas.

domingo, 14 de junho de 2009

Rotina

Todo final de semana é a mesma coisa, raras são as variações dignas de registro no balanço de ocorrências. Nas últimas 24h foram 7 homicídios, em Cajazeira III, Castelo Branco, Itacaranha, Alto de Santa Terezinha, Boa Vista de São Caetano, IAPI e Fazenda Coutos. Quem mora na capital e acompanha o noticiário policial não se surpreende com esse número. Não se espanta com os bairros. Sabe que, com quase certeza, foram homens, aproximadamente na faixa dos 15 a 30 anos, que morreram. Dá para especular com boa margem de precisão o tipo de atividade que desempenhavam, os ambientes que frequentavam, as práticas que tinham hábito. Nada disso é mais motivo de manchete nos jornais - esporadicamente, se há a morte de uma mulher, de idoso ou criança, ou ainda em bairro nobre, aí sim há um mínimo de relevância e destaque. De resto, fica o mesmo cantinho de página reservado a essas mortes, que acontecem todos, todos os dias, sem mudar o quadro estabelecido pelo tráfico no crime dentro da sociedade.

sábado, 13 de junho de 2009

Autoridade

Mais um exemplo de privilegiado que atenta contra a legítima autoridade dos policiais militares no exercício de sua profissão nas ruas: Subprocurador do DF é detido por desacato após acidente de carro. Felizmente o instante da prisão foi gravado, sendo também registradas na delegacia as imagens e áudio que atestam a deselegância e descontrole do indivíduo, que tenta intimidar os PMs com xingamentos e ameaças. Trata-se de uma situação mais comum do que parece, a petulância de muitas pessoas vai além de qualquer limite de tolerância, quem tem um mínimo, ou até nenhum poder, e não foi devidamente educado a tempo, em geral entra em atrito quando se depara com alguma autoridade investida de poder para fazer cumprir as leis, estabelecer ordem na sociedade. Um subprocurador "toma suas cachaça errada" e com isso passa a agredir uma mulher e a desrespeitar policiais - conduta ilícita, apure-se, processe-se e puna-se, se for o caso. Pode acontecer com qualquer um, seja do poder público federal, da PMBA (1, 2 e 3), ou de uma pequena empresa particular. Ajustes de conduta são sempre necessários, em maior ou menor proporção, a todos.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Querer

O simples "querer" não poderia/deveria justificar decisões administrativas no serviço público. Toda medida tomada deve, preferencialmente, respaldar-se em princípios que a justifique, alicerçando em argumentos. Se algo é feito por alguém que detém o poder, imagina-se que seja uma decisão estudada, fruto de planejamento, algum processo. É melhor acreditar que seja sempre resultado na análise da economicidade, conveniência, eficiência, oportunidade, qualquer razão que torne a medida compreensível e mais facilmente aceitável - e por consequência voluntariamente exequível. Já pensou, a Guarda Municipal passar a ser militar porque alguém assim quer? Ou a Polícia Civil começar a usar uniformes camuflados pelo simples querer do delegado-geral? As Forças Armadas romperem com suas tradições históricas e, ao ser questionado um almirante, general ou brigadeiro, qualquer um deles responda "Ah, não quero mais que seja assim não"? É, no mínimo, estranho.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Trauma

Um vídeo de atuação de policial rodoviário americano chama a atenção pelo modo como é conduzida uma idosa de 72 anos. A "vovó" inegavelmente dificulta o processo, se recusa a colaborar como pode/deve, resistindo conforme suas condições permitiam. Ao policial, cabe não recuar e fazer cumprir a lei, nos passos da legalidade. Tenta-se inclusive algemar a senhora, que escapa e, ao final, recorre-se ao choque elétrico nas costas através de disparo com pistola tipo Taser. Não há como negar que a queda imediata decorrente da carga gera uma imagem traumática, que tende a gerar rejeição na maioria das pessoas que a assistem. Terá sido necessária, válida e aceitável moral e legalmente a medida adotada? Francamente, me parece que não. Óbvio que qualquer julgamento ainda é precipitado, o ideal é assistir a gravação, do início ao fim, com detalhamento do áudio, para se ter uma noção mais correta - porém é preciso admitir que, às vezes, policiais erram sim, e isso deve servir, sobretudo, de lição e aprendizado para a elevação da prestação de serviço. Há quem prefira, por exemplo, diante de uma situação como a descrita, adotar a medida imediata de proibir todos os policiais de utilizarem o acessório, em quaisquer condições. Vê se pode...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Repressão

Diversas viaturas e policiais da área, além de guarnições de especializadas como BPChq e Rondesp estão empenhadas na operação que visa reestabelecer e manter a ordem na Santa Mônica e Pero Vaz após a informação de que houve toque de recolher dado por traficantes. Ótimo, sinal que a PM dispõe de força para reagir à ousadia do crime, dando uma resposta imediata e enérgica. Mas, o que poderia ser feito para evitar que a situação chegasse a tal nível? Eis o desafio. Obviamente não seria tornando ordinário o emprego da tropa de choque naquela área, por exemplo, o que tenderia a enfraquecer e desviar a função do efetivo, mas certamente há a possibilidade de realizar mais operações de impacto itinerantes, perturbando a dinâmica do tráfico e do crime como um todo. O que falta para que isso aconteça? Boa vontade? Recursos? Estrutura? Muita coisa? Tudo? Nada? É o que devemos nos perguntar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Confraternização

Eventos de integração em ambiente de trabalho são rotineiros ao longo de datas festivas durante o ano, costumam ser eficiente artíficio para aliviar tensões e amenizar a seriedade no âmbito profissional. Há sempre de se ter cuidado quando envolvem-se diferentes graus hierárquicos, aliando-se ao consumo de álcool, entre outras questões, mas nada que impossibilite uma salutar festividade, com a devida descontração por parte dos que se sentem à vontade em participar, concretizando a pretensão maior do que foi imaginado para o evento. Há muitos que relutam em participar, por vezes fruto de conceitos pré-concebidos, e tal resistência psicológica os impede de ao menos ser capaz de espectar o que ocorre. Outros participam ativamente, incorporando de fato o espírito, mas bom que seja sempre dentro dos limites da razoabilidade, sem excessos. Não é difícil, basta um pouco de boa vontade que tudo sai bem, agradável a todos, ou quase todos -e nunca subestime a capacidade de gerar consequências positivas ou negativas nas festas, dela podem advir promoções, demissões, casamentos, inimizades...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Retorno

Um bom administrador necessariamente precisa verificar o feedback, o retorno de suas ações, o resultado de suas decisões, a fim de avaliar o trabalho que está sendo desenvolvido. No âmbito militar, isso precisa ser mensurado pelo comandante através de sua tropa de algum modo, apesar das nuanças típicas da doutrina diferenciada. Não será com uma caixa de sugestões admitindo-se anonimato que se conseguirá um resultado confiável, talvez um recurso dessa natureza acabe transformando-se em válvula de indisciplina para frustrações reprimidas, por exemplo. É preferível o diálogo franco, a abertura sincera e honesta à conversa, com o acatamento de críticas construtivas, a análise de opiniões, recebimento de sugestões, argumentação, entre outros procedimentos que permitam uma via de comunicação efetiva e produtiva. Há até a hipótese de recorrer a "infiltrados de confiança", pessoas que fazem parte do seio de comandados e compartilham da intimidade crítica típica do subordinado, gozando ainda de reputação e credibilidade junto ao comando, sem necessariamente tornarem-se "peixes", apadrinhados, dedo-duros. O que importa é, de um modo ou de outro, ter uma noção de como anda a aprovação, já que não se trata de uma democracia, não há eleição, deposição, impeachment. De um soldado mais antigo no PO ao comandante geral, nenhum deles é soberano e supremo, todos devem satisfações à confiança depositada por quem lhe concedeu a autoridade, e ao mesmo tempo necessitam abraçar a causa daqueles que por ele são representados, lutando por seus interesses. Eis o grande desafio, verificar como andam os dois processos simultaneamente. Ao se fechar em clausura blindada, limitando o canal de troca de dados em um só sentido, corre-se o risco de criar uma ilusão da realidade, distorcendo por completo as concepções predominantes, que acabam por fantasiar um mundo imaginário e irreal.

domingo, 7 de junho de 2009

Animais

O tráfico de animais foi tema de capa do jornal A Tarde hoje, bem como de matéria no Repórter Record. É um tema de elevada importância, muitas vezes relegado ao segundo plano por conta da violência urbana. Um dado merecedor de análise é que, entre janeiro e maio de 2009, 53% das 5.901 apreensões ocorridas em todo o país foram realizadas na Bahia. O que isso significará, uma perda de controle da situação, ou um eficiente trabalho repressivo? Só quem está intimamente ligado ao processo é capaz de confirmar. Hoje pela manhã a COPPA apreendeu 36 aves silvestres na Baixa do Fiscal: mais um ponto para a fiscalização ou uma prova de que a prática ilícita está acontecendo abertamente? Eis a questão.

sábado, 6 de junho de 2009

Tráfico

A mais nova edição da Revista Isto É traz uma interessante entrevista com o senhor Major do EB Alessandro Visacro, pesquisador de guerras irregulares, que faz uma análise oportuna sobre a questão do narcotráfico no tocante ao seu combate, sobre a quem tem recaído a competência e o que poderia ser feito para melhorar os resultados sabidamente insatisfatórios - destacando-se aí o papel que deveria ser exercido pelas Forças Armadas no processo, segundo a visão do oficial superior. Há uma reconstrução de conceitos, superando antigos dogmas como o de "que as Forças Armadas são treinadas para aniquilar o inimigo e não para atuar em locais povoados por inocentes" Discussões nesse sentido são válidas para elevar o nível das argumentações sobre como as tropas militares federais poderiam ser aproveitadas sem que ocorra desvio de sua função.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Intensidade

Talvez não haja profissional que desfrute de igual privilégio como o oficial policial militar em relação ao processo que vivencia em sua formação. Mesmo sem ter frequentado faculdades, sou convencido de que os vínculos estabelecidos entre colegas por lá não passam perto do que se vivencia em Academia Militar. Nas Forças Armadas, as situações vividas fazem chegar mais próximo, porém sem a mesma plenitude. Eles treinam, estudam, vivem juntos, mas na conjuntura atual, só no plano das ideias conseguirão se encontrar em praça-de-guerra, é uma seleção que treina, talvez muito bem, mas, de fato, não joga. Na PM não, são anos de formação compondo patrulhas que colecionam intevenções em tragédias, catástrofes, ocorrências de vulto, eventos especiais, uma série de situações singulares e marcantes. Claro que não são as mil maravilhas, seres humanos também se estranham e percebem incompatibilidade de gênios, mas o geral é que fiquem marcas diferenciadas nos estudantes que, após diplomados, estarão todos empregados na mesma empresa, possivelmente até sua "aposentadoria", com caminhos que se cruzarão em momentos de alegria e festa, e também de sufoco e perigo, como nenhuma outra classe policial ou militar consegue vivenciar. Talvez não seja o melhor, mas é substancialmente diferente, e muito, de tudo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Acidente

Conforme noticia o Correio, Iézio Osvaldo de Morais Cerqueira, de 46 anos, apontado como sendo Tenente PM, faleceu hoje vítima de acidente envolvendo 2 motos em Camaçari. Lamenta-se que mais uma vida seja perdida pelo trânsito, que disfarçadamente mata muito mais do tragédias como a acompanhada atualmente envolvendo o voo 447 da Air France. Por vezes é difícil domar o ímpeto aventureiro na condução de veículos, há ainda aqueles casos em que se é vítima da ação inconsequente de outros que arriscam-se em excesso na direção. Colisões matam muito mais policiais do que se imagina, basta analisar as estatísticas, seja em serviço ou não. Ém preciso sempre cautela e consciência dos riscos que se corre estando ao volantes, ou montado em uma moto.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Promessa

Hoje na Assembleia Legislativa estiveram o secretário da SSP e o delegado-chefe da PC prestando esclarecimentos sobre questões estruturais em delegaciais, bem como falta de titulares em tantas cidades do interior, além da não nomeação de concursados, entre outros temas. Até aí tudo bem, a surpresa vem no trecho: o delegado-chefe aproveitou para anunciar que serão instalados cinco postos de combate ao crime contra coletivos em Salvador. As unidades vão funcionar na Rodoviária, Itapuã, Mussurunga, Pirajá e no Terminal de Nova Esperança. Hoje, as ocorrências de assalto em ônibus só são registradas na delegacia da Baixa de Quintas. Opa, peraí, há 1 ano e meio, em 12 de janeiro de 2008, foi comentada aqui no blog a notícia de que seriam criados 3 postos com essa função em Mussurunga, Pirajá e na Rodoviária. Ou seja, é seguramente a segunda, senão até a terceira vez, em que uma melhoria, que mais parece factóide, é anunciada sem ser colocada em prática, mesmo após tanto tempo. O que está havendo? Uma dia talvez saibamos...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Maus

Dez bandidos armados praticaram roubo contra carro forte que abastecia caixa hoje pela manhã no Hospital das Clínicas, espalhando terror no local. Tanto os vigias da área quanto seguranças da transportadora foram rendidos e roubados, malote de dinheiro também foi subtraído, espalhando parte da quantia no local. Sabe-se que nesses ambientes predominam mulheres e pessoas enfermas, e justamente esse tipo de critério é usado por criminosos quando do planejamento de ações. Sua covardia típica faz com que sejam buscados alvos fáceis, inofensivos, com quem possam praticar violência sem tanto temor de reação. Não é à toa que registram-se roubos em cemitérios durante velórios e sepultamentos, tantos idosos frágeis são roubados ao receber sua aposentadoria, tantas meninas ou senhoras são alvo de violência nas ruas. Essa é a verdadeira face dos marginais, e ainda há quem se proponha a defendê-los mesmo estando completamente errados. Praticam crimes para consumir drogas, comprar supérfluos, engana-se quem crê que haja algum deles nesse ramo para alimentar uma família honesta. A polícia não pode se alinhar por baixo e cometer ilegalidades na repressão a essas quadrilhas, mas é preciso incutir na mente de promotores, jornalistas e cidadãos em geral, que nesse meio não há santos, mas verdadeiros monstros da mais elevada periculosidade.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Treino

Treino é treino e jogo é jogo, diz a máxima. Em unidades-escola, muitas vezes tenta-se contemplar a universidade da formação, capacitando o instruendo à realização de múltiplas funções, muitas delas além dos seus talentos naturais. Tenta-se, muitas vezes sem a devida técnica, extrair força de quem é definitivamente fraco, obter êxito na aplicação de pessoas em atividades para as quais não têm qualquer aptidão, requerer entusiasmo de quem não apresenta quaisquer indícios de vocação no que faz. É difícil, é um desafio, nem sempre vale a pena enfrentar. Se por um lado é preciso pôr à prova na tentativa de superar obstáculos, por outro pode parecer mais oportuna e conveniente a praticidade de aplicar em atividades específicas aqueles que já são sabidamente preparados. É melhor ser referência em um ramo especializado ou ser capaz de exercer várias funções sem maior destaque? Gande dúvida, o que não se pode, seguramente, é ser incompetente em todos os ramos, tornando-se inservível aos interesses institucionais, nem realizar testes em cobaias desconhecidas durante eventos críticos definitivos - depois pode ser tarde para se arrepender.

 
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