terça-feira, 31 de março de 2009

Molequeira

Uma matéria do portal G1 chama a atenção para o que parece ser uma demonstração de grande falta de profissionalismo por parte de guardas municipais de Ribeirão Pires-SP. O que se depreende da leitura do texto, aliado ao vídeo, é que guardas teriam abusado de um mendigo deficiente mental, espargindo agente químico em seu rosto. Regozijar-se do sofrimento alheio, aplicando dor a outrem como forma de obter prazer, é uma das compreensões do que pode ser denominado tortura. De fato, no cotidiano de guardas e policiais, muitas são às vezes em que bêbados e pedintes importunam o serviço dos agentes, às vezes de modo insistente e insuportável, motivando até uma reação mais enérgica, necessária para repelir a continuidade do ato, o que não aparenta ser o caso do vídeo, uma demonstrativa de despreparo em relação ao uso de spray de gás contra quem não apresenta indícios de ser uma ameaça real de agressão iminente. Um pedinte débil, incapaz, solicitando um copo de água, recebe como resposta a pergunta se quer gás de pimenta, borrachada ou tiro. Continua o diálogo, evidentemente sem plenas faculdades ou juízo do que está sendo discutido, até que um covarde e intenso jato é arremessado no rosto do indivíduo, seguindo-se de gargalhadas sarcásticas. As imagens foram gravadas no ano passado, mas a reportagem é atual, e o tema mais pertinente ainda, demonstrando como fatos isolados podem comprometer instituições e como condutas infantis podem arruinar carreiras (só falta dizer que neste caso é perseguição do Ministério Público, que são os "Direitos Humanos" querendo se aparecer, ou que a "polícia" hoje em dia não pode mais fazer nada). Não se estava reprimindo um ladrão, assassino, estuprador ou criminoso de qualquer natureza que ative instintos raivosos na população, era só o mau trato a um morador de rua que, pelos relatos, mantinha boas relações na vizinhança. Parabenizaria o guarda que fez a denúncia, discordando da passagem onde ele, assim como um popular entrevistado, critica o tratamento por estar sendo dado a um ser humano, e não a um bicho. O agente público que adotar conduta semelhante com um animal comete erro igual ou pior, merecendo também reprovação e repreensão.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Holocausto

A Tarde recorreu a tons intensos de vermelho para anunciar o que chamou de Holocausto baiano, tratando dos homicídios registrados nos primeiros 85 dias do ano. A reportagem, como era de se esperar, comete alguns erros como o de alardear somente que a grande maioria dos mortos é composta de negros pobres, quando também a maioria dos matadores é desta categoria. Não é realidade local extermínios raciais, conflitos étnicos, clãs nazistas - são questões sociais profundas que ultrapassam esses rótulos que jornalistas, promotores e defensores dos Direitos Humanos costumam propagar. Peca mais adiante por só dar ouvidos a uma delegada, que atribui reduções nos índices ao trabalho da Polícia Civil, sem dar espaço à PM, o "gigante" da segurança pública, que foi capaz de operar inquestionável milagre no controle aos homicídios na deflagração da Operação Nazireu, por exemplo. Justiça seja feita, ambas trabalhando juntas maximizam os resultados, e é isso que interessa. Pra variar, anuncia inapropriadamente que a "Polícia matou 72 pessoas", quando na verdade elas vieram a óbito em confrontos, o que muda totalmente a mensagem. Bastaria querer, e os textos seriam bem melhor escritos e alicerçados.

domingo, 29 de março de 2009

Cachorro

Cães costumam estar presentes em quartéis, o que muitas vezes gera problema, já que alguns comandantes não aprovam a permanência dos animais nas dependências comuns. Não só em ambientes militares essa realidade é constatada, guardas municipais de Salvador também convivem com o mesmo drama, oriundo da simpatia cativada em relação a um mascote que pode acabar sendo banido da convivência. É histórico e antigo o entrosamento de cachorros com tropas, alguns esbanjam disposição ao correr com os pelotões, manifestam-se através de latidos durante hinos e descontraem o ambiente carregado que às vezes acaba se formando entre os muros. Nem todos veem deste modo, há quem tema o contágio por alguma zoonose, outros simplesmente não são capazes de enxergar no animal uma companhia agradável, culminando no absurdo inaceitável de praticar maus-tratos aos mesmos, o que constitui crime. Seja em CIPM, Btl, GBM, Módulo ou até na sede da GMS, geralmente um vira-lata se faz presente, e na maioria dos casos sem provocar incômodos que justifiquem a ojeriza de alguns. Nem todos acreditam, mas o modo com que as pessoas tratam os animais fala muito sobre sua personalidade, basta observar.
Créditos da imagem: Alex Diaz

sábado, 28 de março de 2009

Sucesso

Assim como a COPPA, outro grupo especializado de emprego diferenciado é a Companhia de Operações Especiais, também alvo de certa discriminação na sociedade e principalmente na tropa, talvez por não contar ainda com a predominante admiração, respaldo e respeito de unidades como a Rondesp, cuja popularidade é fruto do trabalho constante e ininterrupto no cotidiano. Ações de sucesso predominam com larga folga sobre as falhas na atividade desempenhada pela PMBA, talvez isso não esteja sendo suficientemente propagado na imprensa, faltando um pouco mais de divulgação dos exemplares feitos conseguidos pelo efetivo. Em recente atuação, a COE foi capaz de evitar um suicídio fazendo uso da pistola Taser. O jovem Edson Vagner da Silva, de 27 anos, ameaçava suicidar-se em sua residência em Pirajá, já tendo feito perfurações no próprio corpo com uma faca. Com destreza, sem expor a integridade dos PMs a tanto risco e salvando mais uma vida humana, os "homens de preto" da milícia baiana conseguiram resgatar com vida o rapaz, que foi socorrido em hospital, empregando este recém-chegado recurso moderno. Mais um dos tantos méritos diários alcançados pela corporação.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Vândalos

Uma corja de vândalos desocupados achou-se no direito de bloquear o trânsito de uma avenida no Planeta dos Macacos, em São Cristóvão, ontem, sob alegação de protesto contra ação policial. Praticando o que melhor sabem fazer, os baderneiros jogaram combustível na pista, sobre pneus, e até em carros que estavam no local, ateando fogo de modo a bloquear o a passagem de veículos.Alguns condutores de ônibus, carros e motos que tentavam retornar sobre o canteiro ou continuar seu destino foram ameaçados, atacados, apedrejados e tiveram seu patrimônio e integridade ferida, sem terem dado causa à revolta dos marginais. As imagens transmitidas pela TV flagram um pneu sendo arremessado contra um motociclista que passa, entulho, pedras e tijolos contra táxis, ônibus e carros particulares que sairam danificados, culminando no momento em que um homem, enquanto passava de moto, é cercado covardemente pelos criminosos que iniciam um linchamento, surrando-o com chutes, socos, pancadas no capacete, que o fazem cair com a moto. O que a súcia delinquente não esperava é que o rapaz, de identidade e profissão ignoradas, sacasse de uma arma de fogo na mochila, momento em que os malandros fogem ligeiramente depois de cometerem seus crimes. É provável que ninguém se preocupe em aproveitar as imagens para identificar e capturar os bandidos que estavam praticando desordens nas ruas, o que com certeza não seria nem um pouco difícil. Talvez o foco mude, e tentem perseguir o cidadão que foi atacado abruptamente. As imagens completas não foram encontradas na internet, mas a parte da surra ao motociclista está disponível em A Tarde, é recomendável assistir para ter sua própria opinião. O Correio, por exemplo, já foi capaz de divulgar que "...motociclista jogou a moto contra os manifestantes, que ficaram apavorados". Assista ao vídeo e diga se é isso que aconteceu, se a razão estava com os adolescentes infratores e demais meliantes que se agrupavam no local.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Incompreensível

Alguém consegue explicar o aparente disparate exposto no portal A Tarde, convidando a comentar a seguinte pergunta: Você já foi abordado pela polícia ou foi vítima de sequestro relâmpago? Não fui capaz de fazer uma correlação que justificasse a ideia de alternância optativa no questionamento. Prefiro não acreditar que a intenção do jornalista que escreveu isso seja a primeira que me veio em mente. Se for, não se sabe mais onde o noticiário baiano vai parar - precisamos de respostas.

Fechados

Reportagem de capa do Correio hoje lamenta a previsão de fechamento definitivo de todos os módulos na cidade, devendo ser substituídos por módulos móveis, ainda em fase de projetos e estudos. Substituir por rondas talvez seja até mais eficiente, mas por certo desagrada a população das adjacências, que vê naquele ponto base um referencial de segurança. Ainda creio que essas estruturas tenham aspectos positivos, descentralizando as bases de policiamento de modo a fornecer aos policiais alguma proteção das intempéries, instalações sanitárias, suprimento de água e até alimentos, melhor comunicação, entre outras vantagens, desde que as estruturas não sejam sucateadas, seja por falta de manutenção periódica dos escalões responsáveis, ou por mau uso por parte daqueles que o têm como local de trabalho diariamente. Um módulo estruturado, com 2 a 4 policiais, dispondo de 1 ou 2 motocicletas, ou até uma viatura, facilitaria o rápido atendimento de ocorrências nos bairros, contudo carências e obstáculos parecem impossibilitar a colocação em prática de ideias desta natureza. O assunto já foi abordado por outros jornais anteriormente, sendo discutido em pelo menos 3 vezes anteriores aqui no blog (1, 2 e 3), chegando-se agora a este desfecho.
Só o tempo dirá se estamos perdendo ou ganhando com a vindoura aposentadoria deste simbólico posto avançado da corporação.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Tragédia

Justo ao tempo em que se contam poucas mortes de policiais militares vítimas de homicídio até o momento em 2009, surge uma terrível e trágica notícia de acidente envolvendo uma guarnição composta por 4 policiais militares da 17ªCIPM/Uruguai, sendo que 2 deles, lamentavelmente, vieram a óbito. A viatura, que estava perseguindo traficantes, acabou caindo em uma vala de esgoto em Alagados IV, e mesmo com alguns populares tendo auxiliado no socorro, o pior veio a acontecer com os milicianos Angaraci Sales e Ivanildo Santos da Conceição, que não resistiram. Nos telejornais da noite, a Band, a TV Bahia, Itapoan e a Aratu malmente dispensaram 10 ou 15 segundos para transmitir com frieza o ocorrido, sem espaço para manifestações, como ocorre prolongadamente diante de qualquer fato suspeito que pese contra algum policial - isso também foi visto nos mesmos jornais, levantando acusações contra policiais civis e militares sobre um fato ocorrido no Planeta dos Macacos. Inimaginável o sofrimento da família, dos amigos, colegas de trabalho, diante de uma perda tão fatídica, durante o cumprimento do dever por parte dos guardiões da lei, defensores da sociedade. Registre-se aqui o profundo pesar e inconsolável lamento no luto pelo passamento dos PMs, ainda que, para a mídia ou até a sociedade, tenha pouca importância a dor daqueles que dão a vida pela segurança alheia.

terça-feira, 24 de março de 2009

Queixa

O jornal A Tarde voltou a tratar na segunda-feira sobre o assunto de capa no domingo, a problemática do treinamento e preparo na PMBA. Com base nas opiniões coletadas de "soldados anônimos" pelas ruas, a matéria tratou de condenar a capacitação continuada na corporação. Sim, existem problemas, contudo, diante o exposto, é preciso encarar certas realidades, como a parcial responsabilidade dos "alunos" pelo insucesso de certas instruções. Isso é dito com base na própria experiência do CFO, a realidade na Academia nos mostra que nem todos se interessam de fato pelas aulas, por mais importantes ou interessantes que sejam - muitas vezes estes relapsos são os primeiros a dispararem as críticas mais duras. Há ainda aqueles que se recusam a gastar meia hora de sua folga com o aprendizado, ou esperam tudo "de bandeija". De fato, parte da tropa, nos mais diversos escalões, não parece estar satisfeita com a instrução que deixou de receber, ou que ainda vai ser ministrada. Mas ao mesmo tempo pergunta-se: estão satisfeitos com a estrutura, armas, viaturas, salários, carreira, uniformes...? A Economia nos ensina que as necessidades são ilimitadas mas os recursos são escassos, limitados. Não devemos nos acomodar achando que o que se tem já é o bastante, igualmente não se deve cruzar os braços e deixar de fazer sua parte por falta de alguma parcela para alcançar o 100%.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Partida

Clássicos de futebol são sempre "aulas" para quem estuda o policiamento, dando margem a diversas análises. Do jogo de ontem, pode-se depreender como o foco do problema parece se resumir às torcidas organizadas Bamor e Imbatíveis, inegavelmente composta por muitos (mas não todos) indivíduos de reputação duvidosa, menores infratores, consumidores de drogas, praticantes de desordens e com passagens pela polícia. Longe de um rótulo precipitado e preconceituoso, essa é uma constatação prática que não há como ser afastada da realidade. O cenário antes do jogo era claro, várias centenas de policiais suportando o calor escaldante sob um capacete, fardados com calça, coturno, duas camisas que esquentam bastante, cinto de equipamentos, numeração ostensiva ou identificação que permite facilmente a detecção e responsabilização por qualquer falha cometida. Estão lá, trabalhando em plena tarde de domingo, alguns sem receber um centavo a mais por isso, e dispostos a proteger o cidadão - mesmo aquele que, por opção, vive às margens da lei. Do outro lado, dividem-se entre facções tricolores e rubro-negras vários baderneiros, que desde seus bairros são escoltados por diversas viaturas, motos, cavalos, patrulhas a pé e até helicóptero fazendo a cobertura. Chega a ser paradoxal o grandioso aparato destinado à "turma da bagunça", quando não há a mesma assistência para os cidadãos de bem. A PM prepara um grande cordão de isolamento à frente do estádio, a aproximação dos "diferentes" é marcada pela agitação criminosa de xingamentos, gestos obscenos, culminando no arremesso de latas, garrafas e pedras uns contra os outros. A PM então reage, contendo os excessos, e isso faz com que ela seja criticada duramente, como se fosse a errada no cenário. A crítica deveria ser ao contrário, a conjuntura atual tornou os policiais tão tolerantes e cordiais que estão esperando o pior acontecer para então agir, estão dando margem à balbúrdia até que se chegue ao insuportável. É preocupante ter que escalar mais de 1 mil policiais para um evento especial desta natureza, a cada disputa o efetivo empregado cresce mais ainda, e os problemas continuam. No posto da Polícia Civil no estádio, os computadores sequer conectavam-se à rede, impedindo o bom andamento do serviço. Para a segurança, a preocupação se resume, quase que em absoluto, aos integrantes das 2 agremiações citadas - os torcedores que vão isolados, por conta própria, dificilmente se envolvem em problemas. Mesmo com o empurra-empurra diante da dificuldade para ingressar, estes últimos não saem aos sopapos, e a PM se desdobra para gerenciar, por exemplo, a quebra de catracas, um erro que não lhe cabe prevenir, nem tem meios de solucionar, mas recai sobre ela a responsabilidade pelo "remédio". Estão querendo transformar mocinhos em bandidos, quem estava lá acoolizado, entorpecido, sem camisa, xingando, gesticulando de modo obsceno, arremessando objetos e procurando briga não eram os policiais, eram os marginais. Os policiais militares suportaram o desgaste e foram obrigados a agir com a força necessária em casos excepcionais, o que gera críticas infundadas. Mesmo com o placar de 0 x 0, que tende a limitar a agitação ao final, as corjas ainda apresentam disposição para se enfrentar na saída, passadas 2 horas do final da partida. Basta imaginar que, se só fosse pra lá a polícia, tudo seria pacato e sem alterações. Se fosse somente a torcida, muitas seriam as mortes. Indo ambas, por mais que a corporação evite, ainda persistem as desavenças, mas dentro da técnica são solucionadas, e incompreensivelmente alguns jornalistas se desdobram para encontrar defeitos e tentar diminuir o brilho do trabalho. Parabéns aos cumpriram com primor o seu dever neste domingo.

domingo, 22 de março de 2009

Jogo

Mais um domingo de clássico no futebol baiano, um esquema especial foi montado na Operação BAxVI, visando assegurar a tranquilidade do torcedor que for ao estádio assistir à partida hoje. Um total de 993 militares, entre policiais e bombeiros, estarão envolvidos na segurança, seja dentro, fora, nas imediações ou até longe do estádio, onde ainda haja repercussão e movimento relacionado ao evento. APM, BPChq, Rondesp, GRAER, EsqdMclÁguia, EsqdPMont, COPPA, BAPOP, CIPMs, CFAP e SALVAR são as unidades que comporão a tropa envolvida no que se espera ser uma festa. A PMBA como um todo faz o possível para que tudo transcorra dentro da normalidade, contornando problemas e reprimindo condutas ilícitas, o que já ocorre dias antes da partida, como na prisão de 3 cambistas com mais de 100 ingressos realizada por guarnição da 39ªCIPM/Boca do Rio hoje pela manhã - ressalte-se que os presos foram apresentados na 9ª Delegacia de Polícia (Boca do Rio), mas como não havia delegado na unidade policial, foi necessário deslocar para a 12ª Delegacia de Polícia (Itapuã). Espera-se que os integrantes das torcidas organizadas, especialmente TUI e BAMOR, saibam ter comportamento condizente com a festa, selando a sadia rivalidade sem espaço para violência.

Comparativo

Assim como A Tarde, o Correio aproveitou a capa de domingo para tratar de temas de segurança pública, mais especificamente os homicídios, recorrendo a um expediente reprovável, os comparativos impróprios entre realidades distintas no campo da estatística. Não imagino argumentos técnicos que respaldem a comparação entre a Bahia e o Iraque, Guatemala e El Salvador. Aliás, comparar capitais do país já é incompatível - Salvador talvez possa se assemelhar a Fortaleza-CE, mas nunca ao Rio de Janeiro-RJ, por exemplo. A reportagem traz a estatística dos homicídios no Brasil, o que mescla desde a agitação de São Paulo-SP, à tribo esquecida no extremo do Amazonas. Dentro da própria Bahia, há municípios que passam anos sem 1 homicídio sequer, enquanto as grandes cidades enfrentam as mortes diariamente. Foram comparadas sociedades, populações, épocas e situações distintas, para assim se obter o resultado desejado, mesmo que não corresponda devidamente à realidade. Trabalhar estatísticas da criminalidade é mais complexo de que se pensa, não pode ser feito de qualquer maneira, como vemos constantemente nos jornais.

Abandono

Manchetes relacionadas à segurança pública certamente aumentam a venda de jornais, vide a frequência com que tem sido inseridas nas capas ultimamente, e em se tratando de um dia de domingo, a situação fica mais evidente ainda. A Tarde aprofundou-se hoje, com exclusividade, no relato sobre um Centro de Treinamento da PMBA que se encontra deteriorado. Ainda não tinha ouvido falar neste espaço, creio que grande parte da tropa também não o conhecia. Já chama atenção o fato do terreno ter sido cedido há 13 anos, sem rceber o devido aproveitamento - então surge o questionamento: por que tratar justo agora do assunto? Como visto, é compreensível que a matéria seja reservada para a capa de domingo, porém torna-se suspeito o momento conjuntural, como se sabia que a situação estava assim há tanto tempo, qual razão teria provocado a denúncia logo agora? Motivações políticas, tentativa de boicote, enfraquecimento? A capa sobre a Rondesp essa semana teve um efeito reverso inesperado para o portal, porém na divulgação de comentários na edição impressa, a seleção das partes da discussão na internet pareceu tendenciosa, transmitindo-se uma proporção de aprovação diferente da real, onde o apoio foi quase absolto ao trabalho desta tropa.
Voltando ao centro abandonado, realmente seria oportuno um projeto de aproveitamento do local. Apesar de ainda persistirem algumas carências, a instrução na corporação tem melhorado ultimamente, mesmo que alguns resistam a evoluir. O BPChq dispõe de uma trilha na mata, com câmaras de gás e outras estruturas, além de um bom stand de tiro, bastante novo. O BPGd possui uma pista invejável de treinamento, contando inclusive com uma "favela real" desabita e totalmente disponível para simulações com alto grau de perfeição. A APM anseia pela inauguração de um dos mais modernos stands de tiro já vistos, com tecnologia virtual. Essa área em Camaçari, com alguma verba e boa vontade, poderia ser mais um ambiente de aprendizado, retirando, por exemplo, alguns GRs de unidades que não dispõem da estrutura ideal para a formação de soldados - aliás, o local é entitulado como Núcleo de Formação e de Cursos para Cabos (NFCC), e como agora eles estão voltando, nada melhor do que incluir o prédio na nova realidade vindoura. Pelo que apresenta a reportagem, lá há piscina olímpica, útil para treinar bombeiros e policiais, já que alguns ainda não sabem nadar, habilidade que eventualmente pode ser necessária - indo mais longe ainda, nos finais de semana poderia virar um local de descanso e interação da tropa com suas famílias. Há salas com sistema de ar condicionado, poderiam ser aproveitadas para construção de telecentros, permitindo ao efetivo um acesso à internet e intranet, realização dos cursos à distância da Senasp e pesquisas como um todo - quem sabe ainda uma biblioteca policial, salas de aula, não custa nada sonhar. Há quadras poliesportivas, úteis para lazer e atividade física, e uma vasta área do tamanho de vários campos de futebol, esporte que não tem grande utilidade para a PM, melhor seria transformar campos em tatames para treinar defesa pessoal, ou construir pistas de treinamento, estruturas para aulas de abordagens, progressão em edificações e tudo mais que for proveitoso. Torce-se que seja possível alavancar projetos neste sentido em breve, afinal a perda do espaço, cedido através de comodato, seria um tanto prejudicial à corporação.

sábado, 21 de março de 2009

Prisão

aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, um projeto de origem do Ministério da Justiça propõe a hipótese de extinção da prisão especial no país, podendo eliminar o privilégio dos religiosos, militares, magistrados, bacharéis e outras classes que foram tratadas de modo diferenciado à época pelo legislador, e hoje passam a ser vista por alguns políticos como merecedoras até de agravamento quando da prática de delitos, e não do tratamento atenuante vigente até o momento. De fato, faz algum sentido - como a própria reportagem lembra, grupos que tiveram acesso a mais educação formal deveriam errar menos. Muitos estão confiantes de que em algumas semanas se conclua o processo de aprovação do projeto. Obviamente que, mesmo sendo preso em flagrante, o acusado faz jus a não ser considerado culpado antes do processo transitar em julgado, então não cabe a antecipação da pena, o que torna necessária a separação de indivíduos cuja integridade esteja em risco no contato com os demais presos, o que, sob a ótica dos Direitos Humanos, deve valer tanto para o estuprador quanto para o policial, por serem hostilizados nas carceragens. Dá margem a ampla reflexão a ideia proposta, tem aspectos positivos e negativos, tomara que seja avaliada com critérios sérios - um indício positivo é que não está sendo elaborada como resposta a algum clamor público de excessiva emoção.

sexta-feira, 20 de março de 2009

COPPA

A Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA) tem apresentado notáveis resultados ultimamente, só nos últimos dias neste mês de março foram anunciadas ações exitosas como a operação que fechou uma rinha de canários na Fazenda Grande do Retiro, com mais de 40 pessoas detidas, além da realização de uma barreira ambiental de fiscalização na Calçada, junto à 17ªCIPM/Uruguai, orientando condutores em trabalho educativo, e ainda a prisão de um homem em posse de 28 kg de peixes, oriundos de pesca com explosivos, os quais foram doados a instituição de caridade, em um desfecho exemplar do trabalho. A unidade, que por vezes enfrenta discriminação por parte de outras tropas em relação ao seu foco especializado diferenciado, finalmente tem a oportunidade de mostrar parte do seu trabalho, com foco especial no combate aos crimes ambientais, algo que é atribuição da PM e precisa ser cumprido com primor por aqueles que são encarregados de realizar a nobre missão. Elogiosas as providências adotadas, espera-se que o trabalho continue no bom ritmo apresentado.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Instrução

A carência de instrução é uma realidade entre algumas tropas que integram as fileiras da PMBA, dificultando o alcance de um patamar técnico padrão que denote mais profissionalismo.
O ex-PM Marcos Prisco, legitimado por alguns como representante através de uma associação, costuma sempre reclamar da falta de investimentos na formação e manutenção do preparo da tropa.
Há poucos dias, o Comando Geral da corporação anunciou um grande programa que objetiva realizar curso de Capacitação e Treinamento de Policiais Militares, visando treinar todo o contingente até o final de 2010; todo mesmo, 5 mil na primeira fase, outros 5 mil no segundo semestre deste ano, e 20 mil divididos pelos 2 semestres do ano que vem, o que, de antemão, já é muito bom.
A repercussão imediata em comunidade do Orkut foi de resistência à ideia por parte de alguns, os quais alegam agitadamente que a prioridade seria uma "capacitação salarial", dando a entender que é tudo "conversa fiada" e o que interessa mesmo é uma "bolsa formação".
Por vezes restrições financeiras e carências estruturais dificultam uma instrução ideal - também há de se considerar a dificuldade de alunos em fazer uma auto-crítica e reconhecer seu desinteresse, pouca participação, sono intencional e outras formas de "macete" na aula.
Por outro lado, há instrutores que realmente desagradam no seu labor, deixando de lado o conteúdo para aplicar traquejo excessivo e injustificado. Uma palestra de conteúdo excepcional pode ir por água abaixo se for seguida de uma inexplicável sessão prolongada de rastejo em asfalto quente, por exemplo, onde lamentavelmente é melhor nem perguntar o porquê da atividade, sob pena de sofrer retaliação indesejável.
De tudo, é preciso admitir que, para ser mais bem remunerado, é preciso também elevar a qualidade na prestação do serviço, o que ocorre através do estudo e treinamento. O desgaste deve ser o estritamente necessário para a absorção do ensinamento, repetição à exaustão leva à perfeição.
Do instrutor ou monitor, é necessário interesse superior ao meramente financeiro (para quem não sabe, a hora-aula não costuma ser atrativa, oficiais e praças recebem muito menos que professores civis em cursos - muitos, de fato, vão por dedicação e boa vontade); e dos alunos, espera-se o compromisso com a atividade proposta.
Encontrar desculpas é uma grande habilidade humana, basta querer enfrentar as barreiras que é possível reajustar diversas falhas. Acomodar-se a reclamar e esperar que melhorias caiam do céu não é a melhor escolha.

quarta-feira, 18 de março de 2009

RJ

A situação do Rio de Janeiro é sempre uma "escola" para os demais estados, tenta-se obter aprendizado através dos sucessos e insucessos na gestão de segurança pública. Sempre tenho restrições a comentar sobre uma realidade distante, apesar de constar diariamente nos noticiários e em tantos outros blogs um retrato do que se vive por lá. Sobretudo através destes últimos, é possível perceber dificuldades nas relações hierárquicas em toda a corporação, seja pelo clima de desconfiança entre praças e oficiais, motivados por questões regulamentares, suspeitas de corrupção ou outras razões diversas. É estranho ver uma realidade onde módulos, viaturas e helicópteros precisam ser blindados. Onde morrem policiais às dezenas em tão pouco tempo, chegando a registrar a o óbito de 4 PMs vítimas de violência em menos de 12 horas. Pelas informações que chegam, os salários parecem bastante defasados, e considerando-se o sério risco diferenciado a que estão submetidos, é preciso avaliar a situação com bastante cautela (e alguma pressa). Manifestações de opinião através de blogs na internet têm trazido punições para oficiais subalternos, intermediários e até mesmo superiores. A conjuntura parece realmente crítica, fico surpreso, e ao mesmo tempo "feliz", dentro do possível, em não perceber a cogitação da hipótese de greve, mais apropriadamente motim ou revolta, dos militares estaduais por lá, o que certamente provocaria uma calamidade de dimensões muito maiores do que a vista na indesejável experiência vivida na Bahia em 2001. Algo precisa ser feito, tanto para evitar que cheguemos a tal ponto por aqui, quanto para que os cariocas voltem a viver dias menos tensos. O poder está nas mãos de homens eleitos pelo povo, que devem ser cobrados insistentemente no tocante à matéria, ou então trocados o quanto antes possível, em busca do melhor para a coletividade.

terça-feira, 17 de março de 2009

Rondesp

O jornal A Tarde tratou hoje de modo depreciativo a Rondesp, grupamento de destaque dentro da PMBA. O tiro saiu pela culatra, ao se abrir espaço para debate no portal, em pouco tempo surgiram mais de 200 comentários e a maioria avassaladora, quase totalidade, manifestava apoio e aprovação às atuações desta tropa que é uma referência para todos, capaz de agir de forma enérgica e decisiva nas diligências mais periclitantes no meio urbano, sem a necessidade de se firmar internamente através de expedientes tipicamente militares que nem sempre correspondem ao que se espera da polícia atualmente. A manchete teve a infelicidade de imputar aos combatentes a mácula de exterminadores, alegando que as guarnições já mataram várias pessoas, e ajudando a distorcer e criar um estereótipo equivocado sobre autos de resistência. Não vou repetir o que já falei sobre a aparente inadequação do verbo matar na maioria das ações policiais, uma postagem anterior já resumiu bem o assunto, bem como acessei há pouco um bom texto do José Ricardo, no Universo Policial, explicando sua visão sobre o assunto, em relação à prisão de PMs ao se envolverem em ações onde é requerido o uso da força no cotidiano. Suspeitas como a recentemente ocorrida em relação a um preso que veio a falecer no interior de delegacia devem ser apuradas através de meios legais para se verificar a presença de alguma conduta indevida, tudo conforme estabelece a legislação. Parece inoportuna a condenação prévia fomentada pela imprensa, que teve acesso ao nome do tenente que comandava a guarnição, enquanto pelo menos a identidade dos soldados foi preservada - melhor seria se fosse respeitada a intimidade de todos os profissionais sempre que as guarnições se envolvessem em conflitos, até que restasse algo provado sobre o suposto ilícito, evitando, por exemplo, injustiças como a cometida contra 3 PMs da Boca do Rio que foram presos acusados de extermínio e tempos depois soltos por não estarem envolvidos com o fato. A Rondesp tem feito um trabalho elogioso, assim evitando que se estabeleça uma sociedade onde se atente acintosamente contra a vida de um delegado, de um policial militar ou de quem quer que seja, sem temor a nada. Alguns detentores dos meios de comunicação parecem não ser capazes de enxergar essa realidade por vontade própria, bitolação ou cegueira - felizmente a população aparentemente tem sido capaz de analisar o panorama com mais fidedignidade.

Atuante

O ataque praticado por bandidos na intenção de matar o Delegado Magalhães foi tratados nos jornais impressos hoje, enquanto isso uma jornalista em blog evidenciou suas suspeitas quanto à veracidade do fato, chegando a levantar dúvidas se não seria uma farsa. Atentados podem acontecer contra policiais atuantes, por incomodarem a criminalidade no combate cotidiano, contra policiais corruptos, por se alinharem com o crime e nessa "mistura" acabarem se confundindo e disputando entre si, e até contra policiais omissos, por demonstrarem fraqueza e vulnerabilidade em suas ações. É um tanto grave levantar hipótese de que tudo não tenha passado de encenação.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Ataques

Más notícias para as corporações baianas, hoje o PM Carlos Henrique da Silva Conceição, apontado como sendo do Departamento de Pessoal, foi atingido por disparo de arma de fogo de criminoso durante roubo em coletivo no Bom Juá, segundo a imprensa após ter reagido, tendo sido morto um dos bandidos e outros 2 teriam fugido - socorrido pela Rondesp, o policial foi atendido no HGE. Já ontem, em Itaparica, 4 marginais invadiram o convento onde se hospedou o Delegado Magalhães, aterrorizando quem lá estava, com claras intenções de executar aquela autoridade - foram às 18h e retornaram também às 20h, com mais 2 meliantes, sem encontrar o delegado, que estava em Salvador e pretende enfrentar a situação, permanecendo na delegacia. Imaginemos que se passasse pela cabeça de um PM "um dos nossos foi baleado, um dos deles seria emboscado" e vice-versa para o civil: que retrocesso teríamos no cumprimento da função. Nessas horas, é necessário um perfeito entrosamento para capturar tanto a quadrilha que praticou o ataque na intenção de liquidar José Magalhães, quanto os delinquentes que atingiram Carlos Henrique da Silva Conceição, todos fazendo parte de um mesmo aparato de segurança, variando quanto às atribuições e funções, mas sempre representando a força da lei, o que incomoda o crime. Fragmentação nessas horas só enfraquece ambos os lados, não é disso que precisamos.

Patrimonial

Prover segurança patrimonial é um grande desafio, é realmente difícil manter um estado de alerta constante ao responsável pela vigilância de certas instalações, seja ele um guarda municipal, uma sentinela, um porteiro ou qualquer profissional semelhante. Alguns procedimentos "burocratizantes" tendem a auxiliar a manutenção do controle necessário, mas nem todos estão dispostos a fazer os investimentos necessários ou se submeter a procedimentos de fiscalização constante, alegando invasão de privacidade e constrangimento. É preciso lembrar que a segurança pública, além de dever do estado, é direito e ainda responsabilidade de todos, que precisam efetivamente se comprometer nesta causa. Uma boa matéria disponível no portal G1 faz referência a recomendações repassadas para porteiros, síndicos e gestores de condomínios, visando estabelecer a segurança necessária no espaço privativo. A reportagem foi feliz em expor frases como "Quanto mais regra tiver, mais o condomínio é seguro", "Segurança é feia e é chata, mas todo mundo quer.", palavras do ex-PM e professor de direito Florival Ribeiro, que atua no ramo. Lembra, com humor, que o visitante que entra em uma favela depois das 22h é submetido a uma saraivada de perguntas e, se passar pela portaria, tem que seguir escoltado até o destino declarado. Nos condomínios, qualquer pergunta do porteiro é encarada como atrevimento e tem potencial para gerar queixas ao síndico capazes de provocar uma demissão sumária. Vê-se que por pressa, orgulho, vaidade, despeito, ansiedade e outras sensações fora de controle, a segurança da coletividade acaba sendo comprometida. Vale a pena conferir o conteúdo, visando rever procedimentos nas portarias de condomínios, utilizando ainda a tecnologia a favor da proteção, que serve também de aprendizado para indústrias, comércios, quartéis e delegacias. Além disso, é preciso cobrar do fator humano o maior grau de alerta possível, dentro das limitações - a ousadia dos criminosos é crescente, vide o recente roubo de fuzis em um batalhão do Exército em Caçapava-SP, a subtração de dezenas de pistolas, fuzis e munições no Centro de Treinamento Tático na Companhia Brasileira de Cartuchos (CTT-CBC) em Ribeirão Pires-SP, ou os revólveres tomados de guardas civis metropolitanos em São Paulo.

domingo, 15 de março de 2009

Bom

Quais qualidades tornam o PM um bom policial, digno de referência? Muitas são as virtudes idealizadas para compor o perfil do miliciando ideal, mas sem dúvidas uma das mais importantes é a disciplina. Disciplina não é baixar a cabeça e dizer "Sim, senhor" e "Não, senhor" para tudo, é algo bem mais amplo, que envolve a responsabilidade, o compromisso no cumprimento do dever, sem necessidade de ser cobrado a todo momento. Pouco serve uma capacitação excepcional, cursos no exterior, medalhas e méritos, se esse talento não vem acompanhado da boa disciplina. De que adianta um combatente bem preparado, mas altamente desobediente, que se recusa a obedecer as ordens a que está subordinado, esquivando-se do cumprimento de suas obrigações legais? Fazer bem o que lhe compete é um dos fatores mais importantes, é inútil, por exemplo, todo um preparo operacional diferenciado para comandante de guarnição que é ausente e desleixado durante seu serviço. Um oficial corregedor que costume atrasar todas as apurações por desídia e incúria, por mais prestígio ou boa reputação que tenha, está falhando na correspondência entre aquilo que se espera dele e o que tem sido percebido. Este é o desafio, focar as ações na missão que lhe é confiada, independente de ser uma faxina, operações especiais, confecção de boletim ou quarto de hora na guarda. Assim se faz um bom "soldado", em todos os graus hierárquicos.

sábado, 14 de março de 2009

Coturno

Padronização e uniformidade rígidas, definitivamente, não são características fortes da PMBA de alguns anos para cá. Isso traz consequências negativas e positivas, como já foi postado aqui sobre coldres, equipamentos em geral, e agora em relação a coturnos. A motivação inicial se deve a um artigo descoberto no Orkut apresentando um Estudo das características funcionais e de uso do cortuno utilizado pelo policial militar e sua influência no desempenho na atividade de ronda, disponível para download neste link - nem todos têm paciência para ler, mas são interessantes as constatações alcançadas. O trabalho baseou-se na PM de Santa Catarina, sem comprometer tanto uma analogia com a realidade enfrentada pela briosa baiana. Por aqui, muitas são as queixas sobre o material que é fornecido ao policial, quem pode/quer acaba adquirindo um modelo mais adequado à venda no comércio, ou ajustam aquele que foi entregue, trocando o solado, inserindo zíper e até mesmo colocando um salto para tornar o calçado mais adequado. Hoje o tradicional apetrecho militar, simbólico e histórico, tem enfrentado a concorrência de botas táticas cuja qualidade é indiscutivelmente superior sob os mais diversos aspectos, seja do ponto de vista ortopédico, de conforto, durabilidade, aparência, entre tantas facetas que o tornam superior ao de uso ordinário, sem contar no status, efeitos psicológicos e elevação da estima e moral. De fato, foge levemente ao padrão estabelecido, não tanto pela cor, esta quase idêntica, mas pelos moldes em que é feito - porém, quando se analisam as incontáveis variações que são detectadas no modelo dito regulamentar, fica difícil compreender a proibição que insistentemente esse calçado, sobretudo o difundido Guartelá, sofre por parte de alguns comandantes, impedindo do PM em fazer uso daquele material em que investiu, geralmente em torno de 300 reais, para exercer melhor suas funções. A indefinição sobre os níveis de tolerância das variações, neste caso, acaba por gerar insatisfação nos que adquirem a bota e são impedidos de utilizá-la, sob o simples argumento da padronização, que na verdade não consegue ser alcançada em relação a tal acessório. De fato, o ideal seria fornecer a cada PM um par de botas bem melhor que o entregue atualmente, mas enquanto não é possível, é preciso ao menos dialogar sobre o porquê da proibição do que é sabidamente melhor em troca de um concorrente indubitavelmente pior.
Obs: Todas as imagens que ilustram a postagem mostram botas Guartelá em meio aos coturnos fornecidos pela corporação. Há uma discrepância tão agressiva que motive a proibição? Considerando os benefícios obtidos, ainda assim não vale a pena permitir o uso?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Certeira

Grata surpresa traz a leitura do simplório Jornal da Metrópole, distribuído em pontos fixos e móveis pela cidade no dia de hoje, na edição que estampa em capa um apanhado geral sobre toda a trama vivida na PMBA ultimamente, com um diferencial extremo dos tradicionais A Tarde, Correio e Tribuna da Bahia, por expor a verdade e a intimidade em relação aos fatos. A leitura deste jornal de Mário Kértesz é, por certo, a mais indicada entre tudo que foi publicado nos últimos dias sobre o assunto, para se ter uma noção do conteúdo, alguns coronéis recorreram ao anonimato para manifestar suas opiniões sobre o fato, e há revelações relevantes no bojo da matéria.

Altamente recomendável não perder esta oportunidade de se inteirar de modo mais aprofundado sobre o que está se passando entre nós.

Desestabilização

A modernidade tem trazido mudanças na tradicional estrutura familiar, com flexibilização de antigos valores e quebra de dogmas que chegam a culminar em condutas imorais e ilegais que a cada dia surgem de forma mais frequente na imprensa, chocando a sociedade. Recentemente houve um posicionamento polêmico da Igreja Católica em relação ao aborto de gêmeos praticado por uma criança de 9 anos vítima de estupro praticado pelo padrasto em Alagoinha-PE; já hoje, somente aqui na Bahia, duas são as manchetes que provocam choque e pasmaceira na população: uma diz respeito à gravidez de uma adolescente de 13 anos, fruto de violência praticada pelo próprio pai, no município de Guaratinga. Como o autor do estupro foi o próprio representante legal, o Ministério Público atribuiu à adolescente a responsabilidade por decidir entre levar adiante a gravidez ou praticar aborto. Na capital, bairro de Bela Vista do Lobato, um caso extremo de incesto foi registrado, onde Adilson Matos dos Santos, 27, foi preso em flagrante por estuprar a própria mãe, de 42, durante cinco anos. Alguns dos nove irmãos sabiam do fato. São esses os desvalores atuais, talvez ajudem a explicar outras tantas barbaridades que são vistas por aí.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Continuidade

O Correio permanece dando destaque diferenciado aos fatos relacionados ao escândalo em voga, com mais documentos e informações que elevam o grau de suspeição nos processos. Ainda em relação ao momento da prisão dos acusados, a Associação Força Invicta, representante da oficialidade da PMBA, apresentou através do sr Maj PM Sílvio Correia seu posicionamento, criticando, com razão, alguns procedimentos adotados, principalmente em relação à algemação, que apresenta evidências de ter sido completamente desnecessária, violando ao extremo a súmula que recentemente estabeleceu requisitos para justificar o emprego. De fato, houve um procedimento amador no desencadear da operação, deixando de lado o profissionalismo para dar espaço a vaidades tolas. A repetida questão da insistência do delegado em ser chamado de senhor, procedimento comum nas prisões mais corriqueiras, foi avaliada como "Um ato imaturo, de um profissional imaturo", e contra essa constatação é difícil apresentar argumentos contrários. Aliás, há quem esteja curioso em ver divulgados os nomes de quem esteve à frente da operação. "Por que só algemaram o coronel Santana e não algemaram os outros dois coronéis acusados?", é uma indagação plausível e ainda sem resposta oficial.
Ainda estamos abaixo do grau de seriedade com que precisam ser encaradas certas atuações policiais.

 
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