segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mulher

Depois da situação envolvendo tenente-coronel na semana passada, hoje foi noticiada uma suposta agressão que teria sido praticada por soldado da PMBA contra alegada vítima dentro de embarcação. Fatos como esse costumam gerar condenação prévia em quem toma conhecimento através da versão da imprensa, mas é sempre de bom grado ter cautela e analisar as versões das partes, que quase sempre divergem consideravelmente quanto ao ocorrido. Ainda que beire a certeza de ter havido uma conduta aparentemente inadequada, é preciso avaliar o tamanho do erro, as circunstâncias que cercavam o fato, todos os fatores internos e externos que levaram a tal comportamento. Prudência, razão e frieza, acima de tudo, nessas horas.

domingo, 14 de junho de 2009

Rotina

Todo final de semana é a mesma coisa, raras são as variações dignas de registro no balanço de ocorrências. Nas últimas 24h foram 7 homicídios, em Cajazeira III, Castelo Branco, Itacaranha, Alto de Santa Terezinha, Boa Vista de São Caetano, IAPI e Fazenda Coutos. Quem mora na capital e acompanha o noticiário policial não se surpreende com esse número. Não se espanta com os bairros. Sabe que, com quase certeza, foram homens, aproximadamente na faixa dos 15 a 30 anos, que morreram. Dá para especular com boa margem de precisão o tipo de atividade que desempenhavam, os ambientes que frequentavam, as práticas que tinham hábito. Nada disso é mais motivo de manchete nos jornais - esporadicamente, se há a morte de uma mulher, de idoso ou criança, ou ainda em bairro nobre, aí sim há um mínimo de relevância e destaque. De resto, fica o mesmo cantinho de página reservado a essas mortes, que acontecem todos, todos os dias, sem mudar o quadro estabelecido pelo tráfico no crime dentro da sociedade.

sábado, 13 de junho de 2009

Autoridade

Mais um exemplo de privilegiado que atenta contra a legítima autoridade dos policiais militares no exercício de sua profissão nas ruas: Subprocurador do DF é detido por desacato após acidente de carro. Felizmente o instante da prisão foi gravado, sendo também registradas na delegacia as imagens e áudio que atestam a deselegância e descontrole do indivíduo, que tenta intimidar os PMs com xingamentos e ameaças. Trata-se de uma situação mais comum do que parece, a petulância de muitas pessoas vai além de qualquer limite de tolerância, quem tem um mínimo, ou até nenhum poder, e não foi devidamente educado a tempo, em geral entra em atrito quando se depara com alguma autoridade investida de poder para fazer cumprir as leis, estabelecer ordem na sociedade. Um subprocurador "toma suas cachaça errada" e com isso passa a agredir uma mulher e a desrespeitar policiais - conduta ilícita, apure-se, processe-se e puna-se, se for o caso. Pode acontecer com qualquer um, seja do poder público federal, da PMBA (1, 2 e 3), ou de uma pequena empresa particular. Ajustes de conduta são sempre necessários, em maior ou menor proporção, a todos.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Querer

O simples "querer" não poderia/deveria justificar decisões administrativas no serviço público. Toda medida tomada deve, preferencialmente, respaldar-se em princípios que a justifique, alicerçando em argumentos. Se algo é feito por alguém que detém o poder, imagina-se que seja uma decisão estudada, fruto de planejamento, algum processo. É melhor acreditar que seja sempre resultado na análise da economicidade, conveniência, eficiência, oportunidade, qualquer razão que torne a medida compreensível e mais facilmente aceitável - e por consequência voluntariamente exequível. Já pensou, a Guarda Municipal passar a ser militar porque alguém assim quer? Ou a Polícia Civil começar a usar uniformes camuflados pelo simples querer do delegado-geral? As Forças Armadas romperem com suas tradições históricas e, ao ser questionado um almirante, general ou brigadeiro, qualquer um deles responda "Ah, não quero mais que seja assim não"? É, no mínimo, estranho.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Trauma

Um vídeo de atuação de policial rodoviário americano chama a atenção pelo modo como é conduzida uma idosa de 72 anos. A "vovó" inegavelmente dificulta o processo, se recusa a colaborar como pode/deve, resistindo conforme suas condições permitiam. Ao policial, cabe não recuar e fazer cumprir a lei, nos passos da legalidade. Tenta-se inclusive algemar a senhora, que escapa e, ao final, recorre-se ao choque elétrico nas costas através de disparo com pistola tipo Taser. Não há como negar que a queda imediata decorrente da carga gera uma imagem traumática, que tende a gerar rejeição na maioria das pessoas que a assistem. Terá sido necessária, válida e aceitável moral e legalmente a medida adotada? Francamente, me parece que não. Óbvio que qualquer julgamento ainda é precipitado, o ideal é assistir a gravação, do início ao fim, com detalhamento do áudio, para se ter uma noção mais correta - porém é preciso admitir que, às vezes, policiais erram sim, e isso deve servir, sobretudo, de lição e aprendizado para a elevação da prestação de serviço. Há quem prefira, por exemplo, diante de uma situação como a descrita, adotar a medida imediata de proibir todos os policiais de utilizarem o acessório, em quaisquer condições. Vê se pode...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Repressão

Diversas viaturas e policiais da área, além de guarnições de especializadas como BPChq e Rondesp estão empenhadas na operação que visa reestabelecer e manter a ordem na Santa Mônica e Pero Vaz após a informação de que houve toque de recolher dado por traficantes. Ótimo, sinal que a PM dispõe de força para reagir à ousadia do crime, dando uma resposta imediata e enérgica. Mas, o que poderia ser feito para evitar que a situação chegasse a tal nível? Eis o desafio. Obviamente não seria tornando ordinário o emprego da tropa de choque naquela área, por exemplo, o que tenderia a enfraquecer e desviar a função do efetivo, mas certamente há a possibilidade de realizar mais operações de impacto itinerantes, perturbando a dinâmica do tráfico e do crime como um todo. O que falta para que isso aconteça? Boa vontade? Recursos? Estrutura? Muita coisa? Tudo? Nada? É o que devemos nos perguntar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Confraternização

Eventos de integração em ambiente de trabalho são rotineiros ao longo de datas festivas durante o ano, costumam ser eficiente artíficio para aliviar tensões e amenizar a seriedade no âmbito profissional. Há sempre de se ter cuidado quando envolvem-se diferentes graus hierárquicos, aliando-se ao consumo de álcool, entre outras questões, mas nada que impossibilite uma salutar festividade, com a devida descontração por parte dos que se sentem à vontade em participar, concretizando a pretensão maior do que foi imaginado para o evento. Há muitos que relutam em participar, por vezes fruto de conceitos pré-concebidos, e tal resistência psicológica os impede de ao menos ser capaz de espectar o que ocorre. Outros participam ativamente, incorporando de fato o espírito, mas bom que seja sempre dentro dos limites da razoabilidade, sem excessos. Não é difícil, basta um pouco de boa vontade que tudo sai bem, agradável a todos, ou quase todos -e nunca subestime a capacidade de gerar consequências positivas ou negativas nas festas, dela podem advir promoções, demissões, casamentos, inimizades...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Retorno

Um bom administrador necessariamente precisa verificar o feedback, o retorno de suas ações, o resultado de suas decisões, a fim de avaliar o trabalho que está sendo desenvolvido. No âmbito militar, isso precisa ser mensurado pelo comandante através de sua tropa de algum modo, apesar das nuanças típicas da doutrina diferenciada. Não será com uma caixa de sugestões admitindo-se anonimato que se conseguirá um resultado confiável, talvez um recurso dessa natureza acabe transformando-se em válvula de indisciplina para frustrações reprimidas, por exemplo. É preferível o diálogo franco, a abertura sincera e honesta à conversa, com o acatamento de críticas construtivas, a análise de opiniões, recebimento de sugestões, argumentação, entre outros procedimentos que permitam uma via de comunicação efetiva e produtiva. Há até a hipótese de recorrer a "infiltrados de confiança", pessoas que fazem parte do seio de comandados e compartilham da intimidade crítica típica do subordinado, gozando ainda de reputação e credibilidade junto ao comando, sem necessariamente tornarem-se "peixes", apadrinhados, dedo-duros. O que importa é, de um modo ou de outro, ter uma noção de como anda a aprovação, já que não se trata de uma democracia, não há eleição, deposição, impeachment. De um soldado mais antigo no PO ao comandante geral, nenhum deles é soberano e supremo, todos devem satisfações à confiança depositada por quem lhe concedeu a autoridade, e ao mesmo tempo necessitam abraçar a causa daqueles que por ele são representados, lutando por seus interesses. Eis o grande desafio, verificar como andam os dois processos simultaneamente. Ao se fechar em clausura blindada, limitando o canal de troca de dados em um só sentido, corre-se o risco de criar uma ilusão da realidade, distorcendo por completo as concepções predominantes, que acabam por fantasiar um mundo imaginário e irreal.

domingo, 7 de junho de 2009

Animais

O tráfico de animais foi tema de capa do jornal A Tarde hoje, bem como de matéria no Repórter Record. É um tema de elevada importância, muitas vezes relegado ao segundo plano por conta da violência urbana. Um dado merecedor de análise é que, entre janeiro e maio de 2009, 53% das 5.901 apreensões ocorridas em todo o país foram realizadas na Bahia. O que isso significará, uma perda de controle da situação, ou um eficiente trabalho repressivo? Só quem está intimamente ligado ao processo é capaz de confirmar. Hoje pela manhã a COPPA apreendeu 36 aves silvestres na Baixa do Fiscal: mais um ponto para a fiscalização ou uma prova de que a prática ilícita está acontecendo abertamente? Eis a questão.

sábado, 6 de junho de 2009

Tráfico

A mais nova edição da Revista Isto É traz uma interessante entrevista com o senhor Major do EB Alessandro Visacro, pesquisador de guerras irregulares, que faz uma análise oportuna sobre a questão do narcotráfico no tocante ao seu combate, sobre a quem tem recaído a competência e o que poderia ser feito para melhorar os resultados sabidamente insatisfatórios - destacando-se aí o papel que deveria ser exercido pelas Forças Armadas no processo, segundo a visão do oficial superior. Há uma reconstrução de conceitos, superando antigos dogmas como o de "que as Forças Armadas são treinadas para aniquilar o inimigo e não para atuar em locais povoados por inocentes" Discussões nesse sentido são válidas para elevar o nível das argumentações sobre como as tropas militares federais poderiam ser aproveitadas sem que ocorra desvio de sua função.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Intensidade

Talvez não haja profissional que desfrute de igual privilégio como o oficial policial militar em relação ao processo que vivencia em sua formação. Mesmo sem ter frequentado faculdades, sou convencido de que os vínculos estabelecidos entre colegas por lá não passam perto do que se vivencia em Academia Militar. Nas Forças Armadas, as situações vividas fazem chegar mais próximo, porém sem a mesma plenitude. Eles treinam, estudam, vivem juntos, mas na conjuntura atual, só no plano das ideias conseguirão se encontrar em praça-de-guerra, é uma seleção que treina, talvez muito bem, mas, de fato, não joga. Na PM não, são anos de formação compondo patrulhas que colecionam intevenções em tragédias, catástrofes, ocorrências de vulto, eventos especiais, uma série de situações singulares e marcantes. Claro que não são as mil maravilhas, seres humanos também se estranham e percebem incompatibilidade de gênios, mas o geral é que fiquem marcas diferenciadas nos estudantes que, após diplomados, estarão todos empregados na mesma empresa, possivelmente até sua "aposentadoria", com caminhos que se cruzarão em momentos de alegria e festa, e também de sufoco e perigo, como nenhuma outra classe policial ou militar consegue vivenciar. Talvez não seja o melhor, mas é substancialmente diferente, e muito, de tudo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Acidente

Conforme noticia o Correio, Iézio Osvaldo de Morais Cerqueira, de 46 anos, apontado como sendo Tenente PM, faleceu hoje vítima de acidente envolvendo 2 motos em Camaçari. Lamenta-se que mais uma vida seja perdida pelo trânsito, que disfarçadamente mata muito mais do tragédias como a acompanhada atualmente envolvendo o voo 447 da Air France. Por vezes é difícil domar o ímpeto aventureiro na condução de veículos, há ainda aqueles casos em que se é vítima da ação inconsequente de outros que arriscam-se em excesso na direção. Colisões matam muito mais policiais do que se imagina, basta analisar as estatísticas, seja em serviço ou não. Ém preciso sempre cautela e consciência dos riscos que se corre estando ao volantes, ou montado em uma moto.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Promessa

Hoje na Assembleia Legislativa estiveram o secretário da SSP e o delegado-chefe da PC prestando esclarecimentos sobre questões estruturais em delegaciais, bem como falta de titulares em tantas cidades do interior, além da não nomeação de concursados, entre outros temas. Até aí tudo bem, a surpresa vem no trecho: o delegado-chefe aproveitou para anunciar que serão instalados cinco postos de combate ao crime contra coletivos em Salvador. As unidades vão funcionar na Rodoviária, Itapuã, Mussurunga, Pirajá e no Terminal de Nova Esperança. Hoje, as ocorrências de assalto em ônibus só são registradas na delegacia da Baixa de Quintas. Opa, peraí, há 1 ano e meio, em 12 de janeiro de 2008, foi comentada aqui no blog a notícia de que seriam criados 3 postos com essa função em Mussurunga, Pirajá e na Rodoviária. Ou seja, é seguramente a segunda, senão até a terceira vez, em que uma melhoria, que mais parece factóide, é anunciada sem ser colocada em prática, mesmo após tanto tempo. O que está havendo? Uma dia talvez saibamos...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Maus

Dez bandidos armados praticaram roubo contra carro forte que abastecia caixa hoje pela manhã no Hospital das Clínicas, espalhando terror no local. Tanto os vigias da área quanto seguranças da transportadora foram rendidos e roubados, malote de dinheiro também foi subtraído, espalhando parte da quantia no local. Sabe-se que nesses ambientes predominam mulheres e pessoas enfermas, e justamente esse tipo de critério é usado por criminosos quando do planejamento de ações. Sua covardia típica faz com que sejam buscados alvos fáceis, inofensivos, com quem possam praticar violência sem tanto temor de reação. Não é à toa que registram-se roubos em cemitérios durante velórios e sepultamentos, tantos idosos frágeis são roubados ao receber sua aposentadoria, tantas meninas ou senhoras são alvo de violência nas ruas. Essa é a verdadeira face dos marginais, e ainda há quem se proponha a defendê-los mesmo estando completamente errados. Praticam crimes para consumir drogas, comprar supérfluos, engana-se quem crê que haja algum deles nesse ramo para alimentar uma família honesta. A polícia não pode se alinhar por baixo e cometer ilegalidades na repressão a essas quadrilhas, mas é preciso incutir na mente de promotores, jornalistas e cidadãos em geral, que nesse meio não há santos, mas verdadeiros monstros da mais elevada periculosidade.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Treino

Treino é treino e jogo é jogo, diz a máxima. Em unidades-escola, muitas vezes tenta-se contemplar a universidade da formação, capacitando o instruendo à realização de múltiplas funções, muitas delas além dos seus talentos naturais. Tenta-se, muitas vezes sem a devida técnica, extrair força de quem é definitivamente fraco, obter êxito na aplicação de pessoas em atividades para as quais não têm qualquer aptidão, requerer entusiasmo de quem não apresenta quaisquer indícios de vocação no que faz. É difícil, é um desafio, nem sempre vale a pena enfrentar. Se por um lado é preciso pôr à prova na tentativa de superar obstáculos, por outro pode parecer mais oportuna e conveniente a praticidade de aplicar em atividades específicas aqueles que já são sabidamente preparados. É melhor ser referência em um ramo especializado ou ser capaz de exercer várias funções sem maior destaque? Gande dúvida, o que não se pode, seguramente, é ser incompetente em todos os ramos, tornando-se inservível aos interesses institucionais, nem realizar testes em cobaias desconhecidas durante eventos críticos definitivos - depois pode ser tarde para se arrepender.

domingo, 31 de maio de 2009

Referência

Recente postagem do Blitz Policial tratando genericamente do ambiente de sala de aula foi transcrita hoje no blog Salvador Notícias, motivo de satisfação tal reconhecimento. É interessante essa despretensiosa integração entre blogs visando estabelecer uma concatenação expressiva que fortaleça a cadeia sem competititvade inútil nem intenções de se levar vantagem sobre os outros. Sempre há quem resista a fazer menção a outras páginas, sabe-se lá por quais razões egoísticas ou estratégicas, sem a consciência de que esse processo é natural e benéfico a todos.

sábado, 30 de maio de 2009

Escória

Mais uma das manchetes relegadas ao reduto da escória jornalística policial está estampada na capa de A Tarde hoje, destacando: "PMs ficam com medo de ladrões". O título refere-se ao roubo a agência do Banco do Brasil no município de Mutuípe ontem, quando 15 ladrões (ou seriam 10?), trajados como policiais federais, que portavam fuzis AR-15, espingarda calibre 12, pistolas e coletes balísticos renderam 3 policiais militares e 3 seguranças da agência, efetuaram disparos para o alto, e toda a cenografia típica destas ações. Os 3 PMs foram levados como reféns e posteriormente liberados, após terem tomado seus coletes e armas, malotes de dinheiro foram subtraídos, e no final, ninguém ficou ferido. Ninguém ficou ferido! A ação policial então foi perfeita, digna de altos elogios, afinal, acima de tudo, está a preservação da vida, inclusive dos criminosos, e isso foi conseguido. Uma troca de tiros teria tudo para ser desastrosa, a quadrilha contava com notável superioridade numérica e poderio bélico bem acima do que dispunham os policiais, além de que havia 3 PMs sob poder dos marginais, bem como clientes, vigias, passantes, e outras tantas vítimas em potencial de um tiroteio que teria tudo para ser trágico. "O dinheiro do banco tem seguro", é possível fazer investigações e manter perseguição para capturar os marginais e recuperar a quantia, mas as vidas desperdiçadas jamais seriam restituídas. Triste de quem teve a infeliz ideia de supor que houve medo na ação dos policiais, é um atestado de que nada sabe do proceder policial em certos tipos de delito. Infame.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sala

O ambiente de sala de aula realmente é capaz de modificar o comportamento das pessoas, geralmente a interação com os colegas permite momentos de informalidade e descontração inusitados, que surpreenderiam que está fora do contexto. Isso no meio policial-militar tende a provocar ainda mais espanto, quem pensa que entre os muros de um quartel tudo que se faz é de modo sisudo e enfezado, está muito enganado... Há espaço para manifestações diversas, de arte, humor, ironia e tudo mais que é comum às classes - melhor ainda se sempre for mantida a devida diferenciação daquele espaço íntimo e peculiar em certos momentos, que não deve ser confundido com o ambiente externo, de serviço, a qualquer hora. De vez em quando é bom rir, de si e dos outros, mas para tudo tem hora e tem lugar.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Rua

Integrantes da Guarda Municipal de Salvador, que ainda não conta nem com 1 ano completo de efetivo serviço, bloquearam a Avenida San Martin em 2 sentidos por reivindicação salarial hoje. Imagina-se que tenham razões legítimas para os pleitos da negociação, mas é no mínimo estranha a disposição para se cruzar os braços em tão pouco tempo de existência... Vai se tornar vício, rotina anual, como em tantas outras categorias? Infelizmente é preciso lembrar da velha pergunta de quem está de fora: quando entraram, não já sabiam quanto era o salário? Óbvio que isso não é razão para que deixem de exigir a observância dos direitos e venham a requerer melhorias, porém é preciso se pensar na cultura que está sendo criada. Como cidadão e também como policial, sou inicialmente contra esses bloqueios em vias públicas, que muito atrapalham a sociedade, nem sempre diretamente culpada pelas mazelas em pauta. Quando chove muito, ou em domingo de sol, ou no meio do feriadão, dificilmente se vê alguém disposto a manifestar-se dessa maneira - melhor seria que fossem à frente da Prefeitura ou outro ponto notável, que chamasse a atenção das autoridades e imprensa, sem prejudicar o povo. Houve ainda certo tumulto no protesto, a PM esteve presente através do sr Maj PM Cmt da 9ªCIPM/Pirajá, bem como por meio da Rondesp, negociando a liberação da via, no que houve certa resistência até que se conseguisse. Dizem os jornais que os guardas entre si se desentenderam, a ponto de haver agressões mútuas entre os mesmos, alegando-se violência, pancadas com tonfa, inclusive com gente sacando faca e tudo mais... Até o momento, a imagem que ficou não é das melhores. Resta aguardar os desdobramentos da questão.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Voz

A despeito de mais uma manchete repugnante e carente de credibilidade, alardeando "Polícia executa dois em São Cristóvão", em mais um caso evidente de impropriedade da nomenclatura empregada e notória pobreza do conteúdo transmitido, o jornal A Tarde apresentou hoje a reportagem "Comunidade sai em defesa de PM", temática relacionada à recente exoneração do senhor Major PM comandante da 17ªCIPM/Uruguai, exonerado (o que é muito diferente de demitido) da função que ocupava, sendo substituído por outro oficial de igual posto, por conta do hasteamento de uma bandeira de clube de futebol no pátio do quartel. Conforme explicita o texto, "Uma comissão formada por presidentes de conselhos comunitários, diretores de escolas e comerciantes foi ontem ao gabinete do comandante geral... ...pedir que a punição ao major seja revista". "Vamos até o governador, se for preciso", disseram ainda. Nos parágrafos seguintes, há diversas manifestações de apoio, agradecimento, reconhecimento, por parte de vários representantes de diferentes vertentes. E agora, o que prevalecerá? O interesse público ou a simbologia militar? Quanto vale a voz do povo nessas horas? Decerto não foi das ideias mais felizes, porém justifica tal punição? Voltar atrás seria o enfraquecimento da disciplina? Várias são as perguntas, ao alto escalão caberá dar as respostas (ou não).

#5

Após 3 semanas que certamente foram de agonia e angústia para a família, colegas e amigos, infelizmente o Sd PM Cristóvão Luís dos Santos da Rondesp não mais resistiu e veio a falecer, sendo sepultado na manhã de hoje. O ano de 2009 tem sido significativamente menos sofrido para os policiais militares, com um registro de mortes bem menor, a essa altura em 2008 a contagem estava no dobro do número apresentado, contudo isso não é razão para que deixemos de envidar esforços no intuito de adotar providências a fim de manter esses registros zerados pelo maior tempo possível, já que é muito difícil confortar e consolar aqueles mais próximos, que sentem a falta de quem se foi, sob todos os aspectos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Fiscal

O que é mais difícil, ser um executor ou atuar na fiscalização? Um costuma ter maior desgaste braçal, porém dificilmente leva consigo grandes responsabilidades para a folga - só cumpre seu horário e pronto, enquanto o outro às vezes dispões de maior conforto no cotidiano, mas carrega uma carga de responsabilidade mais significativa - detendo ainda de um poder coercitivo, punitivo. Supondo-se uma situação hipotética abstrata, basta o fiscal manter-se constante na sua atividade que o executor não terá grandes chances de errar, de deixar de cumprir com suas obrigações, e assim garante-se o bom andamento do trabalho. Agora, quando o fiscal passa a faltar, o executor começa a encontrar espaço para relaxar nas suas posturas, cada vez mais, e até se acostuma - o errado passa a ser certo. Eis que, subitamente, o fiscal, ausente há longa data, resolve aparecer inusitadamente e surpreende-se ao flagrar uma série de erros escabrosos, que resultam em punição generalizada, quebrando aquele indevido laissez-faire que se estabeleceu, para a surpresa de todos. Estavam certos os que "folgaram"? Não. E os que subliminarmente consentiram a "flexibilização"? Também não. A corda arrebenta para o lado mais fraco, o fiscal não é alcançado pela possível desídia. Se contava com auxiliares na sua função, estes também estarão livres da imputação de responsabilidade, como se não tivessem dado causa à situação indesejada. E os exexutores, (todos), pagam. Situação de erro, todos estão passíveis de cometer - e, pior, outros tantos anseiam por igual oportunidade de repetir o comportamento equivocado.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Procura-se

Novamente faz-se justiça ao mencionar de modo elogioso a escolha da capa do Correio hoje, expondo a face de grandes inimigos, não da Polícia, mas da sociedade. Pessoas cuja periculosidade está mais que patente, com histórico de perversidades e cometimento de crimes bárbaros, porém ainda fora do alcance das garras da justiça, por motivos diversos. Alguém os vê, sabe onde mora, mas não denuncia. Medo, cumplicidade, ignorância - várias podem ser as razões, o importante é dar opções, informando o que se deve fazer, para onde ligar, sem risco ou prejuízo.

Herança talvez do faroeste, o cartaz de "Procura-se" é bastante útil - que seja sempre espalhado em toda cidade, a fim de compartilhar a responsabilidade de todos na segurança pública, garantindo a captura de marginais, seja no centro, subúrbio ou interior.

domingo, 24 de maio de 2009

Márcio

Seguindo a corrente do Abordagem Policial e do Universo Policial, utiliza-se este espaço hoje para divulgar a manifestação artística de Márcio Moreno, que se apresenta como policial militar baiano, e canta músicas no estilo "Arrocha", a destacar a seu trabalho destaque com Amor de Polícia, cuja letra encontra-se transcrita no AP. A canção conta com uma espécie de clipe no YouTube, que, a despeito de pequenas incorreções, tem algumas sacadas até irônicas na relação dos versos com imagens. Fica a menção de estímulo à continuidade do trabalho, com persistência para que seja promovido à graduação de Sargento Lago baiano.



sábado, 23 de maio de 2009

Momento

Há quem diga que o militar vive sempre a um passo do ridículo, para mais ou para menos. É preciso admitir que em alguns momentos essa afirmativa faz sentido, dada a diferenciação típica desse segmento quanto a alguns ritos e tradições que cultuam, sendo manifestadas das mais diversas maneiras possíveis. Exemplo disso são brados, cantigas, manifestações típicas de vibração, bem como certos movimentos de ordem unida. Eles compõem a essência do militar, sua identidade, contudo nem sempre são condizentes com as circunstâncias que rodeiam algum evento, sobretudo envolvendo civis alheios à rotina da caserna. O que nas formaturas impressiona o público, aquilo que provoca até arrepios no desfile de 7 de setembro, pode soar ridículo em outro momento, assemelhando o infante ao infantil, algo que precisa ser avaliado com sutileza por um comandante, melhor ainda se for analisando diferentes visões de gente da velha guarda com quem chegou há pouco, a fim de verificar ainda se determinada ação está condizente com os avanços da modernidade, afinal os tempos mudam, inclusive dentro do quartel, e isso não é motivo para que se percam valores históricos e signos de identidade, porém não pode resultar em feitos escatológicos.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Investigativo

Quando há um acerto merecedor de destaque, nada mais justo que fazer uma menção elogiosa, e isso hoje é justificado para o jornal Correio, em relação à sua manchete de capa. A denúncia apresentando indícios de suspeição contra uma ocorrência atendida por policiais militares na terça veio devidamente embasada, constando fotos passo-a-passo do que ocorreu, com detalhamento dos desdobramentos, e ainda espaço de manifestação da versão da corporação, através do Maj PM Azevedo, comandante do Esqd Mcl Águia, e o Maj PM Menezes, comandante da Rondesp, além de um sargento que comandava guarnição de unidade especializada envolvida na situação. Excelente, assim que deve ser o cumprimento do dever de fiscalização do jornalismo, sem sensacionalismo e oportunismo, mas com seriedade e credibilidade. Do fato, resta esperarar pela apuração, se realmente houve facilitação à fuga do preso ou seja lá o que tenha ocorrido, pois o que consta nos registros é somente a apresentação da arma de fogo apreendida. Sabe-se que nem sempre se pode/deve cumprir estritamente o que preconizou o legislador, contudo quem se distancia demais dos ditames legais assume o risco e responde pelos atos praticados. Por ora, parabéns a quem assina o texto e as imagens (Paula Outerelo e Angeluci Figueredo respectivamente) , uma reportagem dessas facilmente inaugura um inquérito policial militar ou feito investigatório, aguardemos o resultado da devida apuração interna para elucidar o que de fato tenha ocorrido.

Vasco

Hoje pela manhã, na leitura do Diário Oficial, constata-se a mudança de comando na 17ªCIPM/Uruguai, decisão presumivelmente normal, afinal às vezes ocorre a "dança das cadeiras" na corporação, com alternância de funções, ou locais onde se serve, sem que sejam publicadas as diversas razões para tais decisões. A surpresa vem logo depois, quando na capa do jornal A Tarde se constata que a motivação para tal decisão, de certa forma com caráter punitivo, foi o hasteamento de uma bandeira do clube Vasco da Gama no mastro oficial da unidade durante certo período a manhã de ontem. O fato foi fotografado por um cidadão que passava, enviada ao jornal, logo chegou ao conhecimento do comando geral (que "repudia o episódio, rechaça e abomina o desrespeito ao local sagrado de hasteamento do pavilhão nacional, sob quaisquer pretextos"), culminando na decisão do governador por tirar o major daquela função (tendo comentado hoje que o oficial superior fez uma bobagem, faltou com profissionalismo). Sim, ele somente perde o cargo ocupado, mas a desinformação perpetuada pela imprensa quanto ao significado de exoneração no serviço público faz com que grande parte dos leitores pensem se tratar de um sinônimo de demissão, que é uma penalidade aplicada ao servidor após o devido processo legal, com ampla defesa e contraditório. Lamentavelmente a imprensa não está preocupada em prestar esse esclarecimento. Nenhuma fonte indicou precisamente quem foi o responsável direto pela ação de hastear, isso será apurado na esfera administrativa (quem sabe até penalmente) - é preciso alertar que talvez o major sequer soubesse do fato, nem tenha visto o ocorrido (ou não), mas na lógica da administração militar é mais ou menos essa a percepção do que é perder o comando,
não havendo medida mais imediata que a de substituir o comandante do barco.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sub

Os subtenentes estão efetivamente de volta, já está ficando fácil encontrá-los nas unidades, o que, no mínimo, dá uma nova roupagem ao escalonamento hierárquico, parecendo ser uma mudança muito bem-vinda mesmo. Não sei ao certo a quantas anda a definição de quais são as competências, responsabilidades, privilégios e atribuições desta diferenciada graduação que tem luvas nos ombros, algo que importa pouco ou muito a depender de quem observe, sendo conhecida historicamente como o general das praças. O RISG faz previsão do que o subtenente deve fazer, contudo é preciso sempre verificar a compatibilidade das heranças do Exército com o que a PM necessita atualmente para bem servir à sociedade.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Hormônio

Cerca de 20 membros da torcida organizada "Força Jovem", do Vasco da Gama, foram abordados pela Rondesp depois de agredir torcedores do Bahia no final da manhã desta quarta-feira, próximo ao Dique. Quem quiser que acredite em fanatismo, por certo a explicação mais plausível é que a bandeira do clube seja um mero pretexto infundado para o enfrentamento agressivo entre jovens cuja formação educacional foi falha nesse aspecto, aliando-se ao fluxo hormonal que fisiologicamente justifica certo instinto violento na faixa etária. Se é, de certa forma, "normal" essa avidez pelo combate, se há disposição entre as 2 partes em trocar socos, por que não se filiam a federações esportivas que trabalhem com lutas, passando a duelar em ringues, tatames, conforme regras de artes marciais, com chance até de ganhar prêmios, dinheiro, fazer fama e carreira? "Marcar de se bater" pelo Orkut, como eles fizeram, agendando hora e local, é amadorismo, além de deixar indício de crimes como formação de quadrilha. Bagunça no meio da rua não dá, a polícia chega e tem que reestabelecer a ordem, é assim. Aliás, no caso em questão, os meliantes não foram conduzidos à delegacia por conta da paralisação dos policiais civis... Mas isso é outro assunto. O fato é que está se tornando cansativo e questionável o desgaste policial com torcidas organizadas, tendo por vezes que proteger e defender quem só dá motivos a ser reprimido.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Equívoco

De vez em quando acontece na vida da maioria das pessoas uma daquelas situações em que você acredita ser o "alvo" de algum aceno, quando na verdade a saudação era voltada para outro alguém que próximo estava, e naturalmente a reação é de ficar sem graça ou até nervoso diante da circunstância. Para o cotidiano comum, é algo até normal, dá pra superar e rir depois, mas e quando ocorre no ambiente de trabalho? E se for militar? Mais ainda, tratando-se da mais alta autoridade? Por certo seria cômico, melhor do que ser trágico, e não é algo impossível de acontecer. Já imaginou, por exemplo, uma situação hipotética em que por trás do marechal ou ministro que acaba de passar estivesse um velho conhecido dos militares que ali se encontravam reunidos? Se, espontaneamente, todos saúdam de forma calorosa com acenos e palavras de apreço aquele reles companheiro, e por conta de um inesperado ruído a homenagem passa a ser interpretada pela autoridade como sendo para ela, momento em que retribui e agradece os votos, mesmo à distância, através de gestos e expressões no rosto? É um tanto engraçado imaginar que possa acontecer algo assim um dia, e nessa hora, quem se atreveria a informar que o destino de tanta alegria era alguém de bem menos notabilidade? Por certo, é melhor que se mantenham as aparências e tão cedo ninguém alerte que toda aquela festa não passou de um ledo engano... Ironias da vida.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ciclo

Após o meu concurso, outros 3 já ocorreram para o CFO da PMBA, sendo que um deles está no trâmite de etapas como o exame médico atualmente. Em todos, o que se viu foi algo muito parecido: repetição de "imprevistos previsíveis", algumas extrapolações de prazos, talvez fruto da burocracia administrativa necessária à legalidade (ou não), ansiedade por parte de diversos candidatos, pouco caso de alguns outros, desilusões de boa parte após o ingresso, incapacidade de moldar e ajustar condutas por parte do processo de formação a que são submetidos até a formatura, entre tantas outras concepções passíveis de reflexão quando se percebe que repetem-se anualmente sem grandes variações. Erros e acertos que em pouco ou nada mudam ao longo do tempo, é o ciclo da auto-sabotagem?

domingo, 17 de maio de 2009

Gastos

Além de tratar do nazismo hoje no Brasil em matéria de capa, a revista Isto É, na edição desta semana, avalia os gastos das Forças Armadas do país com restaurantes, pizzarias, choperias e festas, entre outras despesas que induzem a suspeição quanto à necessidade e moralidade. De fato, há momentos solenes, comemorações e encontros que requerem, excepcionalmente, algum "luxo" justificável, porém é preciso admitir que constantes saques de cartões corporativos aos finais de semana, diárias em hotéis bastante caros e refeições de valor mais elevado ainda no mínimo dão margem para que se questione a necessidade dos gastos, uma vez que os sempre escassos recursos talvez pudessem ser relocados para demandas mais urgentes. Não é um mal das FFAA, atingem o serviço público como um todo, nas 3 esferas, como fruto da cultura do povo brasileiro - o que, de modo algum, deve ser empecilho para que se investigue e repense eventuais desacertos na gestão dessa verba. Vale ler a reportagem, independentemente da motivação inicial, é preciso reconhecer a importância da imprensa como meio de fiscalização, desde que tenha o mínimo de seriedade e respaldo como apresentado na matéria, e não com fanfarra e embusteirice, como às vezes se vê nesta terra de todos os santos.

sábado, 16 de maio de 2009

Imagem

Observem essa imagem de manifestação ocorrida na Coreia do Sul hoje, onde caminhoneiros enfrentaram a polícia:

Sinceramente, não consigo conceber igual quadro em Salvador-BA, por exemplo. A cultura dos povos e da polícia é diferente, não só lá como em países da América do Norte e Europa, vê-se que o comportamento da população e dos policiais é bastante distinto, e vice-versa, principalmente na agressividade demonstrada. Os combatentes, aparentemente em maior número, sob chuva, parecem acuados por manifestantes que empunham varas de bambu em suas mãos.

Reitero que, em sendo o BPChq da PMBA, ou outra especializada equivalente, dispersando distúrbio social de natureza semelhante, a solução dada poderia ser até mesmo de maior eficácia, conforme doutrina local. Mas, como já diz a filosofia, "cada um no seu quadrado", eles por lá com suas práticas e tradições, e a gente por aqui, do nosso jeito.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Atividade

Correio destacou hoje em sua capa uma das atividades que compõem o cotidiano policial militar: salvar marginais. Isso mesmo, socorrer bandidos que se encontram em apuros - acontece mais do que se imagina. Um ladrão, apontado pela reportagem como sendo artista plástico formado na Universidade Católica, praticou roubo contra idosa na Pituba, arrancando sua bolsa com violência tal que a fez cair. Populares o capturaram e aplicaram castigos físicos, logo chegaram PMs e procederam conforme se deve, conduzindo-o à 16ªDP/Pituba, ambiente onde já era vezeiro o bandido, tendo passagem por uso de drogas na 7ªDP/Rio Vermelho além de queixa por agressão na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher. Morador do Parque Júlio Cesar, na Pituba, área nobre, de classe média alta, chegou a alegar que precisava de dinheiro para comprar feijão e arroz que a mãe não lhe dava (ressalte-se que o meliante tem 30 anos), sendo desmentido pela própria genitora, que admitiu ser seu filho um usuário de drogas, consumidor de entorpecentes desde os 15 anos. Histórias como essas se repetem a todos os dias, é bom que a população tome conhecimento dos acertos praticados pela polícia, e de que tipo de gente é composta a massa que comete crimes contra pessoas indefesas.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Pleito

É curioso como, durante o processo de formação, acaba sendo incutido o medo na mente de alguns policiais militares no tocante à exigência do respeito e observância dos seus direitos junto a superiores hierárquicos, sobretudo por parte daqueles cuja conduta não dá margem a má impressão. Da parte dos que não cumprem seu dever, até que se espera certo temor em pleitear melhorias, mas não há o que se pestanejar quando se trata do profissional que se respeita. Se há um direito inobservado, um privilégio não concedido, nada mais natural que acionar o comandante, requisitando, no mínimo, um parecer sobre a questão. Aliás, no plano ideal, o líder seria o primeiro a estar sempre em busca de melhores condições para os seus subordinados, contudo, as deformações do caráter humano às vezes possibilitam o cometimento de "covardias" contra quem simplesmente está tentando ver seus direitos legais respeitados. Obviamente não há de se tolerar ponderações indisciplinadas, questionamentos indecorosos, ofensivos, desrespeitosos ou algo do gênero, porém não pode o gestor deixar de dar respostas e, em certa medida, prestar satisfações aos que estão sobre seu comando.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Insurgência

Nesta data, diferentes jornais locais queixaram-se em suas matérias da intervenção realizada por policiais militares no intuito de dispersar manifestação ontem em São Cristóvão, inclusive apontando nome e sobrenome de um graduado e uma oficiala como supostos autores de alegados excessos. Infelizmente, não assisti a imagens da atuação para me inteirar melhor sobre o ocorrido, o que não prejudica a breve análise que se segue. Já postei opinião anteriormente sobre o que geralmente acontece nessas ocorrências, dessa vez o foco será comunicacional. O Departamento de Comunicação Social, como de praxe, manifestou-se através do TC PM que atualmente responde pela sua direção, com a repetida mensagem de que providências serão tomadas e a corporação não orienta para a violência, algo oportuno que precisa ser sempre repetido, lembrando sobretudo do princípio da legalidade, para que eventuais apurações sejam estritamente dentro dos parâmetros legais, bem como as ações se mantenham dentro da técnica e profissionalismo. Contudo, seria bom aproveitar determinadas oportunidades para uma conveniente insurgência, aconselhando os jornalistas, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos, para o bem do povo, a não atrapalharem tanto o trabalho da polícia, como ocorre na espetacularização de sequestros, na indevida exposição de policiais, no constrangedor achincalhe de presos, nas violações de áreas isoladas pela ambição de auferir lucros com imagens sensacionalistas, entre outras condutas anti-éticas e imorais. Fazendo sua parte, muito ajudariam a polícia, e em maior plano, a população. Mas, há disposição para assim manifestar-se institucionalmente? Difícil, um sempre pedra, outro sempre janela.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Interior

No interior tem polícia, e quando é posta à prova, mostra que sabe trabalhar. Geralmente costuma ocorrer em pequenas cidades ataques de quadrilhas de roubo a banco, com toda sorte de artifícios para aterrorizar os municípios, rendendo o parco efetivo de serviço, às vezes saqueando-se inclusive quartéis e delegacias, dada a superioridade bélica e numérica com que esses bandos costumam atuar, sequestrando gerentes, fazendo reféns, disparando a esmo, em um típico quadro de faroeste. Contudo, a polícia tem demonstrado ser capaz de reagir à altura, reprimindo essas práticas através da reação conjunta, unindo forças contra a marginalidade. Assim foi na última quinta-feira, em São José do Jacuípe, onde a ação conjunta de policiais civis e militares, sejam ordinários, especiais ou especializados, da delegacia local, 24ªCIPM/Jacobina, CIPE-Semi-Árido, resultou na morte de 5 bandidos, além de prisão, apreensão de armas, munições, celulares etc. Já ontem, a constatação foi em Barra da Estiva, onde integrantes da PC, da CIPE-Sudoeste, entre outras guarnições da área, empreenderam diligências que resultaram no tombamento de 4 assaltantes de banco, espécie que geralmente tem faixa etária mais elevada que a de asaltantes de ônibus por exemplo, além de costumeiramente dispor de armamento mais poderoso, veículos, contatos e todo aparato típico dessas atuações. Parabéns aos combatentes que bravamente fazem frente aos foras-da-lei que tentam ameaçar a harmonia que se espera predominar nas cidades do interior.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Citado

O blog Abordagem Policial, capitaneado pelo colega Al Of PM Danillo Ferreira, do qual faço parte desde o início como colaborador, foi citado hoje em reportagem do jornal Correio. Curioso, conforme ele mesmo comentou, como nesta província as notícias às vezes escapam da sequência natural esperada - trocando em miúdos, é tentar compreender como algo local alcança proporções regionais, nacionais e até internacionais, e só após isso é percebido pelos ilustres jornalistas baianos. De fato, a página tem alcançado metas expressivas, em grande parte devido ao notável esforço do "sócio majoritário", com uma mãozinha do restante da equipe, e principalmente do seu público. Por aqui, o Blitz Policial, irmão mais novo (e um pouco malcriado), não ambiciona igual repercussão, sobretudo por bater de frente diariamente com a imprensa, como é constante nas postagens. As temáticas trabalhadas no Abordagem, sempre de elevada qualidade, realmente o tornam merecedor do reconhecimento. Parabéns a todos que, de alguma maneira, contribuem para o avanço do projeto.

domingo, 10 de maio de 2009

Mães

Não sou afeito a mensagens melosas em datas comemorativas, contudo a verossimilhança do texto que segue, de autoria desconhecida (provavelmente de integrante da PMERJ), enviada via e-mail por um colaborador praça da PMBA, torna-a merecedora de transcrição.

Mãe de policial sofre. Sofre desde antes do filho se tornar um, porque nenhuma delas quer ouvir o filho, depois de grandinho, dizendo que vaiser policial. Não é assim em todos os países, e não arrisco falar detodos os estados fora do Rio. Mas posso afirmar que no Rio de Janeiro as mães não gostam que seus bebês entrem para a Polícia.
Mãe de policial sofre durante o curso de formação do filho. Ao ver seu menino de cabeça raspada, mais magro que o habitual e com aparência de cansaço, após as longas sessões de tortura a que é submetido, fica se perguntando "o que estão fazendo com meu menino?". E não entende porque ele continua com aquela loucura.
Claro que na formatura dá orgulho. Aquela cerimônia bonita, discursos bonitos, uniformes bonitos, e o filho então, é o mais bonito de todos. Mas a mãe sofre quando o filho é destacado para uma unidade onde a área é perigosa. E ora todos os dias para Deus protegê-lo, e, se for da vontade Dele, que seu filhinho seja escalado somente em serviços internos.
Mãe de policial sofre porque não sabe se o filho vai voltar para casa após o serviço. Por isso faz aquele monte de recomendações redundantes, tipo esconder bem a farda e não carregar a identidade funcional na carteira. E pede pelo amor de Deus, para ele parar de andar armado.
Depois que a mãe deixa de ser simplesmente mãe, e vira mãe-de-policial, se torna defensora ferrenha dos policiais. Porque mãe de policial sofre quando falam mal da Polícia perto dela. Sai em defesa dos policiais, mas só diz que tem filho policial em último caso. Sabe que é perigoso, quanto menos gente souber, melhor para a segurança dele.
A mãe de policial deve ser das mães mais xingadas, ficando atrás apenas das mães dos árbitros de futebol e dos políticos. As mães de policiais não merecem isso, mas o sofrimento delas é inevitável.
Feliz dia das mães, policiais ou não.
Créditos da imagem: ST PM Hamilton

 
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