domingo, 30 de novembro de 2008

Caça

Mais más notícias no final de semana, agora dando conta da morte de um policial civil, o agente Ednilton dos Santos Melo, atacado com vários tiros no IAPI, sem dispor de arma para sua defesa naquele momento. O Sargento PM Edson dos Santos, que o havia encontrado momentos antes no local, também foi atingido por disparos de arma de fogo, tendo sobrevivido. O ato está sendo atribuído inicialmente a quatro integrantes de uma quadrilha que atua na região da Avenida Peixe, que estaria em revanche vingativa à prisão de um criminoso acusado de envolvimento na morte de um PM recentemente. As polícias civil e militar prontamente responderam realizando diversas rondas no local, ainda sem lograr êxito na captura dos meliantes. São momentos cruciais, onde é difícil conter o ethos guerreiro dos policiais, afinal há uma afronta clara à sua legítima autoridade; diz-se que houve ameaças anteriores por telefone à delegacia dando conta a da intenção de execução de algum agente, conforme ocorreu. Fatos como esses não podem passar em vão, o ideal é orquestrar uma reação organizada e eficaz, apesar de sabermos que tais repressões são meros paliativos, longe de solucionar a crise na segurança.

sábado, 29 de novembro de 2008

Lastimoso

O dia realmente parece ser de infelicidade para a PMBA, há pouco surgiu a informação da morte de outro oficial, o senhor Major PM Ailton Batista dos Santos, comandante da 44ªCIPM/Medeiros Neto, também em acidente em rodovia, este na BR-101, e estando em serviço, em viatura Ranger conduzida pelo Soldado PM Gilberto Gonçalves Campos que, por sorte, teve apenas ferimentos leves, vindo a se salvar. O trânsito é um grande desafio da atualidade, expondo a riscos a vida de todos, em especial de policiais militares, que tem morrido em acidentes de forma alarmante neste ano, sem que muitos não tenham se dado conta.

Desalento

É com diferenciada tristeza que este blog lamenta o falecimento da senhora Tenente BM Aparecida Mehmeri Gusmão dos Santos, do 8ºGBM/Jequié, após acidente de veículo na BR-116. Tive a grata oportunidade de conhecê-la como seu aluno no Curso de Socorros e Emergências Pré-Hospitalares que ministrou em Salvador, através do qual pude depreender a conduta e caráter diferenciado da mencionada oficiala, exemplo de militar feminina, que desde seus tempos na Academia, onde se formou em 2005, destacou-se pela dedicação, compromisso e adesão à causa policial e mais ainda de bombeiro militar, tendo feitos vários cursos ao longo de sua curta e gloriosa carreira, sempre envolvida com projetos, inovações, a exemplo do pelotão BRESC - Busca, Resgate e Salvamento com Cães, tendo ainda passado pela Força Nacional, entre tantos outros marcos que a tornam merecedora de realce distinto em relação aos grandes feitos em vida, interrompidos tragicamente, pois com certeza mais glórias a esperariam em sua trajetória. Seu trabalho era justamente de salvar vidas no trânsito, resgatando pessoas em acidentes diversos, no que se especializava constantemente, sempre disposta a repassar os conhecimentos a todos. Partos de emergência, combate a incêndios, captura de animais peçonhentos, salvamentos diversos, incansáveis instruções, aulas e cursos, em defesa de um ideal, uma paixão. Resta a eterna lembrança de uma grande profissional, realmente preparada, capacitada e comprometida, verdadeira atleta e excelente pessoa, gentil e cortês.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Discernimento

Hoje no AratuOnLine circulou uma notícia de que a Rondesp estaria realizando campanha para compra de aparelho para policial baleado, o que foi corrigido posteriormente, horas depois, na oportunidade em que um Capitão da Rondesp desmentiu campanha para compra de aparelho para policial; teria sido uma iniciativa isolada de uma Pfem, algo até louvável, deve ter encontrado apoio imediato entre muitos policiais, mas não é sobre esse mérito que se busca analisar. A questão maior é a falta de cuidado da imprensa em tornar institucional uma conduta particular de integrante da corporação. Se vier a faltar a devida assistência, ou surja uma manifestação de solidariedade por parte de colegas, é preciso deixar bem claro ao se noticiar o fato sobre o caráter oficial ou não do acontecido, fazendo a devida diferenciação do que é feito pela polícia ou pelo policial. Mais cautela com as divulgações, até mesmo para não prejudicar quem não tenha feito nada de ruim.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

CFO

Hoje a capa do Correio anuncia a carreira de oficial da PMBA como mais disputada no estado em relação a concorrência, seria o "vestibular mais difícil da Bahia". Ciente do conteúdo da reportagem, é possível fazer algumas considerações e ajustes que a torne mais próxima do real. A reportagem aponta o número de aproximadamente 9 mil candidatos para 200 vagas, destacando a proporção na concorrência, mas posso garantir que quantidade não é sinônimo de qualidade nesse caso, os aprovados estão longe de ser os maiores cérebros do estado. Também não é uma prova fácil que passa qualquer um, mas com certeza nas universidades públicas e faculdades particulares há cursos em que a concorrência, apesar de matematicamente menor, nivela com notas de corte bem mais altas, então não basta ver o número simplesmente, é preciso interpretá-lo por completo. Muito felizes as colocações o senhor Cel PM Rivaldo, atual diretor da APM, evidenciando que a atratividade se dá principalmente pelas vantagens do serviço público, pela remuneração ao longo do curso, a estabilidade financeira, emprego certo e plano de carreira previsível ao longo do tempo. Os salários informados na reportagem correspondem a valores brutos, passíveis de acréscimos e, principalmente, abatimentos, até formar o ganho líquido. A parte que fala sobre o Al Of PM Rigoberto Rocha, meu colega de turma, está distorcida, dando a entender que o mesmo interessou-se pelo curso da Bahia, quando na verdade veio ao estado apenas para passar os 3 anos, retornando em breve ao Mato Grosso do Sul, já que fez concurso para a PMMS, onde seguirá carreira. O sr Maj PM Waldilson bem destacou a atratividade que o curso vem obtendo junto a classe média, agregando aos quadros pessoas de classes mais abastadas, alguns já dispondo de nível superior em curso, concluído ou até pós-graduação, o que não necessariamente implica em melhorias nos quadros da corporação, mas é de algum valor. O pronunciamento do sr Maj PM Rangel é bastante esclarecedor sobre as matérias estudadas, porém os reporteres agregaram dizeres com interpretação errônea no trecho "Além das atividades discentes, eles ainda trabalham na manutenção da sede da academia, como segurança, limpeza e na cozinha". Fique claro aos candidatos que, ao contrário de quartéis das Forças Armadas ou outros cursos, no CFO o aluno nunca pinta os muros, calçadas, capina os jardins, ou algo do tipo, é tudo terceirizado. A segurança do aquartelamento é feita por um corpo de praças e oficiais destacados para essa função, sendo que os alunos exercem a atividade de sentinela como uma vivência para sentir o que é um "quarto de hora", o comando de uma guarda, realização de rondas noturnas, mas sem se envolver diretamente no controle de quem entra e quem sai do quartel, por exemplo. Em relação à limpeza, as áreas livres e os famigerados banheiros são higienizados por empresa terceirizada, aos alunos resta somente a faxina da própria sala de aula e alojamento, até mesmo por questões de privacidade e segurança, ao evitar o acesso de pessoas alheias à atividade nesses espaços. E na cozinha, ao contrário do que parece pelo escrito, os alunos nem podem entrar, há uma empresa que fornece as refeições prontas, nenhum concursado descasca batatas ou lava pratos, apenas concorre uma escala para função administrativa de fiscalizar a quantidade de refeições servidas, só isso. No mais, foi oportuno o lembrete de que 31 PMs foram mortos esse ano; muita gente entra, e até mesmo sai da Academia, sem levar em conta essa realidade. Bem lembrou o professor Carlos Costa Gomes, coordenador do Observatório de Segurança Pública, "do risco de as pessoas estarem optando pelo curso de oficiais pensando apenas em uma oportunidade no mercado de trabalho", o que acontece na maioria dos casos hoje, trazendo frustrações aos anseios pessoais do candidato aprovado, e às expectativas da corporação quanto aos recém-chegados. A aptidão é indispensável para que não se vivam longos anos de amargura e instatisfação, refletida em possível má prestação de serviço.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Coldres

A Bahia certamente é uma referência, seja positiva ou negativa, na margem de escolha dada ao policial militar para "customização" do seu equipamento de uso operacional, principalmente no tocante aos coldres. Há uma infinitude de modelos, dos mais diversos que se possa imaginar, à disposição da clientela àvida a encontrar o que mais se adeque à sua técnica, o que lhe pareça mais próximo ao ideal. Pode ser o que mais expõe a arma, ou o que mais dificulta o saque; o mais discreto, o mais "embusteiro", mais barato, e por aí segue. Certamente é algo que não agrada aos que pregam a padronização total inclusive nesse âmbito, como ocorre em outras corporações, a destacar a de Minas Gerais e principalmente São Paulo, nas quais, pelo menos através do que é transmitido pela imprensa, parece haver um modelo definido que é seguido à risca pelos milicianos. Só um estudo aprofundado seria capaz de mensurar com método científico o provável benefício obtido pela capacidade de escolha individual versus o suposto prejuízo na perda da padronização. O equilíbrio é a chave: ao tempo em que não se deve prejudicar a operacionalidade estabelecendo rigores estéticos inconvenientes, é preciso ao mesmo tempo impor limites para que não surjam extravagâncias que destoem no uniforme excessivamente.
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Fotos: Sebastião Bisneto/A Tarde

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Alvos

Uma das instruções mais difíceis de serem ministradas em curso de formação policial certamente é a de tiro, por uma série de fatores, a começar pela necessidade de observância de diversas normas de segurança a fim de se evitar acidentes, dado o elevado grau de risco que envolve o manuseio de material bélico. Limitações logísticas no tocante à quantidade de munição também costumam ser mais um obstáculo, porém uma das facetas menos questionadas se refere ao alvo a ser utilizado durante a instrução. Pela praticidade, muitas vezes recorre-se a uma simples folha de papel em branco, ou o tradicional alvo de precisão com centro bem definido, até números indicando a pontuação. Certamente é válido nas etapas iniciais, onde se tem o primeiro contato com armamento e é preciso mensurar o grau de precisão nas condições praticamente ideais; contudo, adquirindo-se certa experiência, a prática repetitiva se torna talvez pouco produtiva, por se distanciar bastante da realidade a ser enfrentada quando se recorrer ao disparo de arma de fogo. O alvo das ruas é móvel, se abriga, dispara contra o policial, tem rosto, é humano, totalmente diferente do papel inanimado. Com certeza o interesse em atingir o corpo de quem agride perigosamente a guarnição foge do controle psicológico que se tem em um stand, uma face humana pode gerar receio na hora do disparo, diferentemente do papelão. Talvez defensores dos direitos humanos ou instrutores tradicionais em suas práticas não concordem com essa linha, mas o desenho de um rosto no alvo visado possivelmente ajudaria futuramente o combatente a enfrentar um oponente real com maior naturalidade.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Investimento

É no mínimo curioso a busca por desvendar a motriz que leva tanta gente, sobretudo jovens, a ingressarem nas fileiras da criminalidade. Em Salvador, a recente série de insucessos dos criminosos nas suas investidas contra policiais, quando acuados em flagrante delito, não parece suficiente para frear a atratividade do crime. Bandido aqui não faz carreira, em pouco tempo será preso, traído pelos seus comparsas ou tombará em confronto com as forças policiais caso resista à legítima ação repressiva do Estado personificada nos combatentes dispersos pelas ruas. Deve ser a ambição, a ganância, inconseqüência, ignorância, invisibilidade social, uma infinitude de razões, sendo possivelmente a última delas a miséria, para induzir um indivíduo ao descaminho. Ainda que conte com bons advogados, tenha a sorte de empreender fuga da detenção, ou escape da polícia em diversas oportunidades, mais cedo ou mais tarde o destino da carreira é certo, ou uma cela ou uma sepultura. Difícil é saber como incutir isso na mente dos homens, mulheres, adolescentes e crianças que se rendem à atração fatal da marginalidade.

domingo, 23 de novembro de 2008

Repaginado

Já de volta ao ar, a página oficial da PMBA inovou incorporando o padrão azul e cinza em substituição ao antigo cáqui, trazendo uma nova roupagem ao site, mais atualizado e bem ilustrado. O padrão foi aprovado pelo comandante geral, senhor Cel PM Mascarenhas; vale a pena conhecer o portal da corporação aberto ao público na internet.

sábado, 22 de novembro de 2008

Confronto

Houve confronto nesta manhã entre ambulantes e guardas municipais no centro da capital, algo que pode ser tornar corriqueiro conforme a vontade do prefeito, caso a fiscalização e repressão seja mantida. A ocorrência tomou proporções tais que foi necessária a intervenção da PM, como recurso mais avançado, para conter a confusão. A GMS é uma corporação recente, seus integrantes ainda estão em fase de aprendizado, a referência quanto ao trabalho da mesma está sendo criada aos poucos, e tal qual durante os períodos de formação de alunos, todo trabalho deve ser supervisionado por quem disponha de mais experiência, visando extrair lições de erros e acertos nas ocorrências a fim de otimizar os trabalhos, contornando falhas. É um trabalho às vezes desinteressante para quem ocupa funções superiores, nem sempre valorizado pelos ditos instruendos, porém necessário para que não se crie uma tradição de culto a maus hábitos arraigados de gerações anteriores ou exemplos indevidos. Bom ver que estão agindo no cumprimento das atribuições previstas em lei. Técnica e profissionalismo, acima de tudo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Tiros

Esporadicamente surgem notícias de tiros acidentais acontecidos em quartéis, o que não tem sido diferente ultimamente, e induz a crer na necessidade de revisão das práticas doutrinárias para o manejo de armas de fogo, sobretudo durante os cursos de formação, etapa decisiva no processo de preparo do profissional. Por vezes a disciplina onde se estuda armamento e tiro acaba sendo negligenciada pela escassez de recursos ou até desinteresse de instruores e alunos, o que pode provocar graves prejuízos a qualquer instante. Requalificações periódicas são indispensáveis para manter um grau de preparação satisfatório, e acima de tudo deve haver instrução continuada desde o início da formação, afinal a arma de fogo é um instrumento diferenciado que deve acompanhar o policial militar por toda carreira, muitas vezes inclusive durante sua folga, devendo por tanto ser incorporada com familiaridade diferenciada a fim de tornar-se praticamente uma extensão do corpo, convivendo-se com naturalidade com a mesma, sem desconforto, em domínio e intimidade completas. Adiar essa etapa ou subestimar sua importância traz risco ao público interno e externo, não vale a pena poupar tempo ou recursos nesse segmento.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Recompensa

A gratificação moral é uma das melhores recompensas que um policial pode receber no seu serviço, e quem define o que realmente é um prêmio é cada um, na medida dos seus valores e da aptidão para com a profissão que escolheu. Ver uma operação bem sucedida é revigorante, fazer grandes apreensões, capturar criminosos, sobretudo aqueles que se utilizam de carteiras ou fardas para praticar seus crimes. Felizes os que sabem apreciar essa parcela da missão policial cotidiana, que perpassa por tantas outras atividades como a prestação de socorro, o provimento de informações, a realização de rondas preventivas, chegando em alguns casos aos combates bélicos, que, quando inevitáveis, devem ser orquestrados com maestria por quem é formado para tal, e ali se encontra cumprindo seu dever. Cumprir a lei é dever imperativo de todos; aos violadores dos ditames coletivos, resta a espera pelo dia em que, inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, serão alcançados pela mão forte da justiça. (1, 2 e 3)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Proximidade

O risco é inerente à profissão policial, mais ainda aos militares, e isso por vezes é esquecido quando ele, temporariamente, parece distante de um PM. Muitos descuidam-se por completo da sua segurança, deixando de adotar quaisquer medidas cautelares no intuito de afastar o perigo ou ao menos estar preparado para o enfrentamento, dando margem ao azar; outros se mantêm alertas o suficiente para evitar que o pior aconteça. Hoje o Soldado PM Ivan Carlos Santos Leite, da 14ªCIPM/Lobato, foi atingido por 3 disparos de arma de fogo ao reagir a roubo em que estava sendo vítima na avenida Barros Reis, tendo recebido atendimento em hospital, bem como uma mulher que o acompanhava no instante. Um criminoso foi atingido fatalmente, vindo a falecer na prestação de socorro, conforme noticiam os jornais. É uma ocorrência um pouco "diferente", já que o PM envolvido era "conhecido de vista do Orkut", o que faz muita gente ver o fato de outra forma, sem a indevida blindagem que alguns crêem existir contra si. Todos estamos expostos à ação da marginalidade, dentro ou fora de serviço, a qualquer momento, e precisamos estar o mais preparados possível para tomar uma decisão; seja de fugir, reagir ou se render. E se for para combater, que conte-se com o que houver de melhor à disposição da unidade, na carga do melhor armamento, com munição suficiente e sobressalente, dispondo do aparato de equipamentos mais próximo possível do ideal, sem jamais permitir que recursos fiquem ociosos ou acessórios envelheçam sem uso em um almoxarifado. Saúde ao miliciano atingido, e vamos em frente. (Itapoan, Aratu, iBahia e Correio)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Malas

Dizem que um visitante se conhece pelo arriar das malas, e o mesmo vale para uma tropa, em relação ao seu desembarque ou impressão inicial deixada. Do militar em serviço espera-se um mínimo de prestatividade, mais ainda do que de um servidor público qualquer, e é um tanto frustrante não ver essa expectativa correspondida; muito pelo contrário, há casos em que o desânimo é tão patente que constrange os demais à sua volta. É assim quando uma guarnição desembarca sonolenta e cabisbaixa demonstrando indisposição para atender a uma solicitação, ou alguém do setor administrativo cria dificuldades e demonstra má vontade em atender, ou mais ainda se uma equipe de bombeiros "se arrasta" para atender a uma ocorrência, evidenciando dedutível desprezo e descaso a quem necessita de socorro naquele momento. São casos em que a mera fiscalização e repressão não costuma ser suficiente; ou o policial se convence da importância e valor do seu serviço, fazendo o melhor possível, ou continua a transparecer toda sua frustração a quem pouco ou nada tem a ver com as razões que o levam a comportar-se de tal modo. É certo que há sempre "um dia daqueles", momentos de maior stress, crise, intolerância ou irritação, mas quando a má conduta passa a predominar no cotidiano, é sinal de que algo precisa ser mudado, com o perdão da redundância, pela própria pessoa nela mesma, ou até pedindo ajuda a profissionais da área. O desejo de bem servir precisa predominar na prestação do serviço.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Trincheira

Nem sei ao certo onde, mas encontrei por acaso a revista digital Trincheira, disponível em pdf, editada pela Kombato, na qual consta um bom material sobre cutelaria, facas de combate, armas não letais e a segurança privada, além do sistema de treinamento Kombato, a "ciência da proteção". Interessante o conteúdo, bem elaborado e de leitura objetiva, sempre acrescentando algo de útil em assuntos de interesse policial; vale a pena ter acesso.

domingo, 16 de novembro de 2008

Ocorrências

A PM bem que se esforça para afastar o mal da sociedade e da corporação: neste sábado a P2, serviço de inteligência, efetuou a prisão de um homem e apreensão de 2 adolescentes que pretendiam matar um soldado; segundo informações, a mando do traficante conhecido como Jah, que os recompensaria com a quantia de R$ 5 mil; foram apreendidas pedras de crack, armas e um carro com o trio, certamente evitando-se assim mais um crime contra policiais. Mas a realidade urbana não permite um ambiente de maior tranquilidade, ainda ontem, à noite, o PM Jean Paulo Carvalho Ferreira, estando fora de serviço, foi baleado no braço na saída da Concha Acústica do TCA em meio a uma confusão em bar, vindo a receber atendimento no HGE e posterior alta sem maiores complicações. Contudo, no interior do estado, registrou-se o falecimento do Soldado PM Nadélio Silva Santos após acidente na rodovia BR 101, envolvendo o veículo em que se encontrava junto com o Sargento PM Raildo Alves Ferreira, condutor no momento, que teve ferimentos graves, além de mais pessoas terem se lesionado no acidente. É o balanço da rotina de alegrias e tristezas entre os integrantes da corporação.

sábado, 15 de novembro de 2008

Pieguice

É curioso como tudo fica mais romântico, sentimental, piegas e demagógico quando envolve um "rostinho bonito", uma pessoa famosa, alguém das altas classes. A revista Veja estampa em capa esta semana "a luta pela vida" do ator Fábio Assunção, que se afastou das gravações da novela Negócio da China na Rede Globo após se tornar insustentável sua permanência em virtude do consumo desenfreado de cocaína por parte do ator, que em seus personagens já deve ter comovido milhões de alienados; aposto que em sendo candidato a vagas políticas teria facilidade em ser eleito. O assunto também foi comentado na revista Isto É. Os brasileiros, que costumam fazer piadas de um jogador argentino como "cheirador de pó", precisam também ser capazes de enxergar de igual maneira os nossos, torcendo sim pela sua recuperação, mas sem se iludir com vã poesia. Ele não é o único ídolo que comete esse crime, a reportagem elenca uma série de "celebridades" que se tornaram dependentes, se envolveram em prisões ou até morreram de overdose graças ao consumo dessas drogas ilícitas, a exemplo de Elis Regina, Vera Fischer, Marcello Antony e Cássia Eller, entre tantos outros que poderiam ser elencados neste rol da (má) fama.
No Encontro em que estive presente na quinta-feira, foi perguntado à promotora baiana Drª Armênia Santos como judiciário estava reprimindo o poder econômico dos traficantes, ouvindo-se uma resposta completa e taxativa ao ser lembrado à platéia que quem financia o poderio do tráfico são as classes média e alta no seu consumo de entorpecentes. A arma que assusta o cidadão no roubo, a munição que mata o policial nas ruas, é paga às custas dos frascos de lança-perfume, dos cigarros de maconha, dos papelotes de pó aspirados pelos mais favorecidos.

Encontro

Na noite da última quinta-feira, dia 13 de novembro, aconteceu no Auditório Baker da Faculdade 2 de julho o IV Encontro Baiano de Segurança Pública, tendo como tema central Município e segurança pública, coordenado pelo Professor Kléber Leitão, que já foi oficial da PMBA, com realização dos alunos do 9º semestre de direito da faculdade. O superdimensionado auditório disputou acústica com uma aparente atividade lúdica marcada para o mesmo horário em local próximo na instituição, o cumprimento do protocolo no tocante à a administração foi prejudicado, contudo a iniciativa foi bastante produtiva, sobretudo pela qualidade elevada do mediador escolhido, bem como dos palestrantes. Iniciou-se com o pronunciamento do TC PM Sérgio Luis Baqueiro dos Santos, comandante do Esquadrão de Motociclistas Águia da PMBA, o qual apresentou em síntese o trabalho realizado pela corporação, com destaque para a cultura diferenciada de Salvador em relação a festas, cobrando da PM esforço incessante nesses enventos. Em seguida falou o diretor geral da Polícia Técnica, Raul Coelho Barreto Filho, apresentando aspectos gerais dos trabalhos de perícia do ponto de vista legal e prático, com os desafios e tecnologias encontrados no DPT baiano. O Coronel Cristovam da Silva Pinheiro, gerente de operações da Guarda Municipal, fez breve descrição da GMS como instituição diferenciada no município, lembrando que a mesma não é militar, apesar da doutria de hierarquia e disciplina, bem como do uniforme, que por sinal não é visto por ele como motivo de preocupação em relação a riscos de exposição dos guardas, que ainda não portam armas de fogo. Em seguida foi a vez do vereador eleito Gilmar Santiago apresentar suas vivências como ex-secretário da reparação, manifestando reflexões sobre o fato de para cada 10 dias vividos da história do Brasil 7 terem sido na escravidão, defendendo compensações como a obrigatoriedade de admissão de negros para trabalhar em shoppings, por exemplo, posição polêmica sob diversos aspectos. Ao final foi a vez da Drª Armênia Santos, Promotora pública da Bahia, revelando que em muitos locais o estado só chega através da repressão policial, conclamando a uma reflexão da responsabilidade coletiva e de qual seria a solução, já que as prisões não alcançam o objetivo. Foram explanações bastante proveitosas, fez falta um representante da Polícia Civil; pena que a exigüidade do tempo não permitiu um real debate, que trouxesse o foco para o tema proposto. Ficam lições para a próxima versão.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Todo

Sabe-se que a dinâmica televisiva impõe restrição à quantidade de informação transmitida durante um telejornal, contudo a seletividade não parece adotar critérios justos, proporcionais ou morais, dando indícios de que a prioridade é transmitir o escatológico, a exceção, o equívoco e principalmente o erro. Se os editores dos jornais na TV quisessem, teriam material diário para preencher longos minutos ou até horas transmitindo o sucesso de diversas ações e operações policiais realizadas, sem falar do incontável número de crimes evitados à medida que o trabalho preventivo surte efeito. A internet colabora um pouco para reduzir essa discrepância do real com o que é passado, contudo ainda passa pela censura descomprometida para com o interesse social, deixando de anunciar ações positivas que, se divulgadas, motivariam mais policiais a combater o crime e menos marginais a cometê-los. Enquanto o compromisso for só com a audiência, dando destaque ao supérfluo ou desnecessário, mais obstáculos encontrará a polícia em exercer bem sua função.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Perdas

Mais dois dos nossos sucumbiram à cruel ação da marginalidade, dessa vez o Soldado PM Edson Alves do Santos, da 31ªCIPM/Valéria, vítima de homicídio quando fora de serviço, tendo sido morto a pauladas segundo os relatos constatados, na Ilha de Maré. Três suspeitos do bárbaro crime foram presos por prepostos da 19ªCIPM/Paripe. (Itapoan, A Tarde e Correio)
Outro fim trágico teve o Sargento PM Josemar Moreira Fetal, da 22ªCIPM/Simões Filho, encontrado morto em casa, levantando suspeitas de que possa ter cometido suicídio com um disparo de revólver calibre 38 contra a própria cabeça. (iBahia, Aratu e Correio)
São as notíciais mais desagradáveis de se ler, porém necessárias para que encaremos a realidade com os pés no chão.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Blefe

Por mais que certos programas alcancem algum grau de confiança junto aos profissionais da segurança pública, vez por outra há uma recaída que põe por água abaixo a pouca credibilidade alcançada. Atualmente na Bahia, sobretudo em Salvador, sabe-se que muitos policiais acompanham pela manhã bem cedo na relevisão o programa Na Mira, da TV Aratu, bem como As broncas do Batatinha, na Rádio Nova Salvador, este último tendo sido flagrado hoje em uma das falhas propositais mais repugnantes que um jornalista comete, a de deixar obscuro o entendimento de uma frase, induzindo a compreensão equivocada por parte da maioria. Pelo menos é o que pareceu ao ser anunciada a manchete no início do programa em que se dizia "Policiais estão obrigando suspeitos a se beijarem". A interpretação do gerúndio na frase da a entender que é uma ação contínua, atual, prolongada, praticada diversas vezes, ou até em todos os casos, e presumidamente com policiais desta terra, afinal a transmissão do programa é local, as manchetes dizem respeito aos assuntos predominantemente da capital e região metropolitana, bem como as demais notícias. Feito o alarde indevido, muito tempo depois, já no final do programa, é que se percebe a referência ao já comentado fato em Pernambuco. Certamente o entendimento dos não-policiais ao chamado inicial era de que a informação se referia às corporações daqui, o que nem de longe era verdade. Lamentável este erro, torce-se francamente para que não venha a se repetir novamente.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Constrangimento

Telejornais divulgaram hoje imagens de uma situação de aparente erro envolvendo PMs de Pernambuco, que teriam cometido excesso ao impor castigos morais a suspeitos detidos. Em restando provado, é uma falha punível, os fatos devem ser apurados para uma elucidação justa e verdadeira, devendo servir de alerta para os demais policiais a fim de que não repitam a mesma prática de inconseqüência tal que, além de praticar a provável ilicitude, foram capazes de gravar imagens e permitir que fossem divulgadas, o que demonstra grau insuficiente de profissionalismo e seriedade. Não são as piores pessoas do mundo por isso, se erraram devem pagar pelos seus atos, mas é bom lembrar que uma das razões para o possível erro ter sido cometido é o surgimento da oportunidade, afinal boa parte da população, mesmo relutando admitir, tem vontade de fazer o mesmo ou até pior com os marginais, porém faltam meios para praticar os atos. O panorama atual dos direitos humanos exige adequação às garantias legais, não há como escapar dessa realidade.
Up: Vale ressaltar que não é grande novidade, como bem lembrou o Diário de um PM, alertando que o vídeo já está na rede há meses, sendo que mantive contato com um ex-integrante da ROCAM, o qual disse que a gravação foi feita há alguns anos... Chegou atrasada a imprensa.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Maggessi

Dura na queda é o título do livro de Marina Maggessi, contando sua história. A obra se divide basicamente na parte inicial, bastante pessoal, narrando dramas íntimos da história da autora, passando posteriormente ao relato de suas vivências na Polícia Civil até alcançar o mandato como deputada. É uma biografia onde se faz presente um bom conteúdo policial, narrando os fatos pela ótica de quem participou, o que ajuda a compreender fatos polêmicos envolvendo nomes de relance do crime no país, além de conhecer melhor a realidade da corporação policial civil do Rio de Janeiro, como também se fala bastante da pessoa em si, do cotidiano fora da profissão. Novo, bastante atualizado e de leitura ágil e dinâmica; bom livro.

domingo, 9 de novembro de 2008

Fake

Já há alguns meses, pelo menos desde maio, surge esporadicamente um texto atribuído à agência de notícias France Presse dando conta de suposta militarização nas polícias estaduais americanas, citando como base o modelo brasileiro. A despeito do conteúdo inusitado e improvável, há uma série de razões para elevado grau de suspeição sobre a veracidade do conteúdo, a destacar:
- Há passagens em que a grafia nitidamente destoa do tradicional utilizado pela imprensa, como em"...Agem com policiamento ostensivo e fardado (ou não) e têm hierarquia...";
- Além da necessidade de reforçar repetitivamente que o conteúdo trata de referências, com dois parágrafos iniciando-se por "De acordo...", há em um mesmo trecho a repetição de "Para ele" e "Segundo ele", o que deve indicar insegurança de quem escreve, fazendo questão de reforçar a opinião alheia como respaldo, fugindo novamente aos padrões normais;
- O tal Bill Donstway, quando buscado através de sites de pesquisa, não consta com nenhum registro, exceto desse próprio texto suspeito;
- A própria reportagem, ao ser pesquisada, só encontra repetição em blogs particulares e páginas de pouca confiança, sem ter sido publicada em qualquer grande portal de notícias ou site de maior credibilidade;
- Não há um link que leve à postagem original, apenas repete-se o lido em e-mails, blogs ou comunidades no Orkut;
- Uma das poucas críticas formais ao texto é do Coronel da reserva da PMMG Flávio Luizi Lobato, que não dá indícios suficientes para se confiar na matéria;
- Com o destaque da SENASP no panorama atual, passou-se a divulgar que a mesma teria entregue o texto à IGPM/COTER (Inspetoria-Geral das Polícias Militares - Comando de Operações Terrestres), o que não consta ostensivamente na página oficial da secretaria;
- Enfim, há indícios suficientes para a desconfiança quanto à veracidade do que está sendo propagado. Não parece ser o suficiente para assegurar a falsidade definitiva do conteúdo, quem quiser que acredite gratuitamente no que está escrito. Quem encontrar mais sinais de erro ou provar que é realmente verdade o material, esteja à vontade para ponderar.

sábado, 8 de novembro de 2008

Comportamento

Ainda tratando sobre a "arte" que gera violência, considerando a musicalidade baiana como estimulante desse comportamento, é possível perceber que aparentemente o fenômeno atinge de modo diferenciado certas classes e tribos, afinal o ânimo violento aflora quase sempre em palcos de axé e pagode na capital do estado, abrindo breve exceção para grupos como Calcinha Preta. As históricas e culturalmente incorporadas patrulhas policiais com 5 integrantes de capacete e numeração no tórax são vistas em eventos particulares diversos, frequentemente em gravações de DVDs feitas por grandes bandas na capital baiana, dada a necessidade de força especial para conter os excessos onde a segurança particular tradicional não parece ser suficiente. É uma prática contínua, não se sabe se um dia acabará, afinal quando a festa é nas ruas, ao alcance de todos, são vistas crianças de todas as idades repetindo o mesmo ritual de canibalismo braçal entre desconhecidos até que seja desferido um golpe mais contundente e a coreografia passe a se constituir em crime de lesão corporal.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Auxiliares

Finalmente vai se iniciar o processo seletivo para contratação temporária de 650 auxiliares administrativos para as polícias Civil e Militar, sendo 33 vagas para portadores de necessidades especiais. Aliada à vindoura formatura de mais de 3 mil soldados prevista para dezembro, bem como o lançamento de edital para mais 3200 soldados entre bombeiros e policiais, essa medida deve colaborar com a melhoria do quadro da segurança pública no estado, principalmente na capital, onde já se faz bem presente a Guarda Municipal de Salvador. Há quem tenha restrições ao ingresso dos temporários baseado no receio do vazamento de informações internas, o que parece precipitado, afinal dados sigilosos dificilmente estarão ao acesso dos mesmos, e também espera-se que haja sindicância social visando sondar o passado dos candidatos aprovados antes de ingressarem de fato na prestação do serviço, basta querer. Antes de suspeitar tanto de desconhecidos que ainda nem foram selecionados ou testados, é bom que estejamos alerta para vigiar a conduta dos que há longo período estão ao nosso lado, com vistas a afastar aqueles cujas práticas fujam ao esperado de um policial militar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Concursos

Concursos públicos são uma "sensação" nas bancas de revista, cursos preparatórios e todas as formas alternativas de auferir lucros com a vontade/necessidade que muitos têm de passar. Quem administra blog policial, acompanhando palavras-chave que trazem visitantes à página ou ainda as postagens mais visitadas, certamente constata que inscrições e editais de concurso são um atrativo forte para visitas, assim como eventuais furos jornalísticos, questões políticas, salariais ou, para os militares, discussões sobre hierarquia e disciplina. Nem sempre é dada a mesma atenção para o desenvolvimento de estudos, análise de legislação, discussão doutrinária, estudo de caso ou pesquisas diversas, o que de certa forma demonstra que há muita gente querendo ingressar nas polícias, mas não na mesma proporção desejando permanecer nelas mantendo estudos continuados. Há ainda vários integrantes cujo foco quase absoluto é a busca por uma rota de fuga, de como sair das corporações ou se manter o máximo possível afastado delas, envolvendo-se em outras atividades sem o menor compromisso. São paradigmas da necessidade de sustento e sobrevivência na sociedade capitalista, onde interesses superam ideais, com folga.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Musicalidade

Coincidentemente publica-se hoje na coluna do leitor no Abordagem Policial um texto do AL OF PM Kalil tratando de como a "arte", através de músicas, influencia na violência, como geradora de agressões. O artigo completa a postagem aqui publicada no domingo, também falando da influência de ritmos e letras no comportamento dos aglomerados. Não há o que se refutar nesse sentido, é fato constatado e real a incitação provocada, levando a confrontos diversos; espera-se que as autoridades estejam atentas a tudo isso e ajam preventivamente por antecipação, poupando os policiais do desgaste incessante nesse tipo de ocorrência.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Irresponsabilidade

Não se deve tirar conclusões precipitadas diante do que a imprensa noticia, podem haver vários outros fatores envolvidos diante de um fato reportado que mudariam completamente o entendimento da situação, mas a verdade é que parece ser uma tremenda irresponsabilidade a constatada remessa de 80 fuzis da IMBEL ao BOPE pelos Correios, sem a devida escolta. É inimaginável que se ouse arriscar material bélico em tamanha quantidade e potencial por conta de reduções de gastos, ou que se queira burlar algum trâmite burocrático, ou mesmo por desídia e incúria de alguém inescrupuloso, seja lá qual razão tenha sido. O Exército Brasileiro apurará o fato, espera-se que haja responsabilização de quem tenha cometido erros para fins de registro exemplar do que não deve ser feito novamente, sob pena de arriscar entregar em mãos indevidas um poderio de fogo elevado a ser utilizado contra os cidadãos e os homens da lei.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Padronização

Um dos desafios na execução do policiamento ostensivo aliado ao caráter militar da corporação é o estabelecimento de padrões de uniformidade a serem seguidos em equipamentos, por exemplo. Vêem-se inovações surgirem diariamente, com modelos incontáveis de coldres, porta-carregadores, acessórios e tantos outros recursos portados pelos policiais em serviço, geralmente sem seguir à risca o preconizado em regulamentos. Se por um lado há o desconforto visual em ver cada homem com uma combinação de apetrechos diferentes, há de ser considerada a imperiosa necessidade de permitir ao combatente os ajustes que o façam sentir-se melhor no ambiente operacional, obviamente sem excessos que destoem gritantemente da coletividade. É como tolerar pequenas discrepâncias em prol de um bem maior, a boa prestação do serviço, preservando certa autonomia no ajuste do material até mesmo para a defesa do militar que está exposto a riscos. A plena uniformidade realmente agrada as vistas, sobretudo em paradas e desfiles, mas para o emprego em campo deve ser levada em conta a adequação do estabelecido com a realidade encontrada, no desejo de garantir uma margem de variação que assegure a cada um o modelo ideal para suas aptidões.
Foto: Orkut

domingo, 2 de novembro de 2008

Influência

É no mínimo curioso ver como, pelo menos em Salvador, a música é capaz de provocar graves problemas em aglomerações. O carnaval, as festas de largo, shows, boites e quaisquer espetáculos podem se transformar em tumultos caso a disposição do público seja aliada à excitação rítmica de certas canções, cuja batida e/ou letra desperta instintos irracionais de extravasamento das fúrias contidas. Um mesmo público, em mesmo espaço diante de uma só banda, se comporta de diferentes maneiras conforme a canção. Batidas lentas, ritmo leve e pouco ululante estabelecem um mar de tranquilidade, ao tempo em que uma palavra de ordem, uma virada de bateria ou mudança na distorção da guitarra acarreta no subconsciente agressivo a resposta impensada de um gingado combativo, que vira-e-mexe resulta em contendas entre desconhecidos, àvidos pela oportunidade de desferir golpes em indivíduos nunca antes vistos. É um fenômeno típico desta terra, onde a beleza da curtição por vezes é sobrepujada pelo mal-intecionamento dos insanos, levando à inevitável e intempestiva ação policial, na tentativa de, mais do que reestabelecer a ordem, trazer à tona uma lucidez racional momentânea.

sábado, 1 de novembro de 2008

Rasteiro

A imprensa, quando quer, é extremamente maliciosa e até irresponsável, provocando interpretações um tanto equivocadas de fatos ocorridos, exemplo disso é o recente problema em que se envolveu o comandante geral da PM de Roraima em Brasília, fato que naturalmente tomou proporções nacionais, dada a relevância da autoridade envolvida e as imagens captadas no local. Quanto à situação em si, obviamente não cabe a mim comentar, o que motiva essa postagem é o feito pelo programa Se Liga Bocão, da TV Record ontem, que em típica "casca de banana", anunciava no início do programa com cortes estratégicos de imagens a prisão de um coronel da PM envolvido em confusão estando embriagado. Em todas as oportunidades de anúncio prévio, não ficava claro nem tampouco subentendido que se tratava de um fato ocorrido em Brasília com um oficial de Roraima, o entendimento inicial do telespectador seria de que aconteceu em território baiano, com integrante da PMBA. Ficou patente a má intenção de quem editou a manchete, pude constatar que realmente algumas pessoas acreditaram inicialmente se tratar de algo aqui no estado, só quem assistiu até o final pôde compreender a verdade dos fatos. Se um jornal local anuncia morte de guarda municipal por exemplo, obviamente presume-se que tenha sido aqui, afinal faria pouco sentido anunciar a perda em se tratando de alguém de outro rincão bem distante. Se quer se falar de fato notório ocorrido em outra localidade, faça-se com prudência, deixando claro quem e de onde são os envolvidos, isso é seriedade na profissão.

 
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