É curioso como tudo fica mais romântico, sentimental, piegas e demagógico quando envolve um "rostinho bonito", uma pessoa famosa, alguém das altas classes. A revista Veja estampa em capa esta semana "a luta pela vida" do ator Fábio Assunção, que se afastou das gravações da novela Negócio da China na Rede Globo após se tornar insustentável sua permanência em virtude do consumo desenfreado de cocaína por parte do ator, que em seus personagens já deve ter comovido milhões de alienados; aposto que em sendo candidato a vagas políticas teria facilidade em ser eleito. O assunto também foi comentado na revista Isto É. Os brasileiros, que costumam fazer piadas de um jogador argentino como "cheirador de pó", precisam também ser capazes de enxergar de igual maneira os nossos, torcendo sim pela sua recuperação, mas sem se iludir com vã poesia. Ele não é o único ídolo que comete esse crime, a reportagem elenca uma série de "celebridades" que se tornaram dependentes, se envolveram em prisões ou até morreram de overdose graças ao consumo dessas drogas ilícitas, a exemplo de Elis Regina, Vera Fischer, Marcello Antony e Cássia Eller, entre tantos outros que poderiam ser elencados neste rol da (má) fama.
No Encontro em que estive presente na quinta-feira, foi perguntado à promotora baiana Drª Armênia Santos como judiciário estava reprimindo o poder econômico dos traficantes, ouvindo-se uma resposta completa e taxativa ao ser lembrado à platéia que quem financia o poderio do tráfico são as classes média e alta no seu consumo de entorpecentes. A arma que assusta o cidadão no roubo, a munição que mata o policial nas ruas, é paga às custas dos frascos de lança-perfume, dos cigarros de maconha, dos papelotes de pó aspirados pelos mais favorecidos.
3 comentários:
Isso não é nenhuma novidade. Se for pendurar chocalho nos artistas, jornalistas e acadêmicos de ciências humanas (sociólogos, principalemte) que são drogados, ninguém dorme. Cabrini recentemente foi desmascarado como cheirador compulsivo.
Que sociedade é essa? "A luta pela vida",pelo amor de Deus. Só chamando por ele nessas horas. Essa é a mesma sociedade que faz criminosos virarem mocinhos e mocinhos virarem criminosos. Parece redundante; mais é pra ser.
Lembram da satiagraha.Do delegado Protógenes Queiroz, Do juiz Fausto de sanctis e cia. Pois é Daniel Dantas é o mocinho. E eles! Pois é! São os investigados agora.
E o Fábio? Uma simples vítima do sistema, Será. Eu quero é que ele se piiiiiiiiiiiiii...
excelente colocação!!! infelizmente a sociedade e muitas vezes nós mesmos, elementos envolvidos na segurança pública, aprendemos, isso até por fatores históricos e culturais, que aqueles que servem como moldes de desvirtuação de uma regra socialmente aceita devem ser combatidos, o problema é que aprendemos também (ou nos foi ensinado) que esses "moldes" são aquelas pessoas que não estão dispostas a serem iguais a nós. Enquanto aos "semi-deuses" todo mundo acha bonito ser iguais a eles, portanto são esses ipócritas que devem ser vistos como moldes de desvirtuação, devem ser abnegados, repudiados... porque eles são "eleitos" como espelho para a sociedade. (desculpem meu desabafo)
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