O que é mais difícil, ser um executor ou atuar na fiscalização? Um costuma ter maior desgaste braçal, porém dificilmente leva consigo grandes responsabilidades para a folga - só cumpre seu horário e pronto, enquanto o outro às vezes dispões de maior conforto no cotidiano, mas carrega uma carga de responsabilidade mais significativa - detendo ainda de um poder coercitivo, punitivo. Supondo-se uma situação hipotética abstrata, basta o fiscal manter-se constante na sua atividade que o executor não terá grandes chances de errar, de deixar de cumprir com suas obrigações, e assim garante-se o bom andamento do trabalho. Agora, quando o fiscal passa a faltar, o executor começa a encontrar espaço para relaxar nas suas posturas, cada vez mais, e até se acostuma - o errado passa a ser certo. Eis que, subitamente, o fiscal, ausente há longa data, resolve aparecer inusitadamente e surpreende-se ao flagrar uma série de erros escabrosos, que resultam em punição generalizada, quebrando aquele indevido laissez-faire que se estabeleceu, para a surpresa de todos. Estavam certos os que "folgaram"? Não. E os que subliminarmente consentiram a "flexibilização"? Também não. A corda arrebenta para o lado mais fraco, o fiscal não é alcançado pela possível desídia. Se contava com auxiliares na sua função, estes também estarão livres da imputação de responsabilidade, como se não tivessem dado causa à situação indesejada. E os exexutores, (todos), pagam. Situação de erro, todos estão passíveis de cometer - e, pior, outros tantos anseiam por igual oportunidade de repetir o comportamento equivocado.
terça-feira, 26 de maio de 2009
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2 comentários:
Excelente texto, sr victor, e em momento oportuno da vida miliciana dos Roqueanos. Tenho dito.
excelente abordagem, mas quem comanda tambem manda e as vezes abusa.
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