terça-feira, 20 de maio de 2008

Abordagem

Há pouco estive na palestra proferida por Luiz Eduardo Soares, fato que motivará postagem logo logo. O que não pude conter foi a vontade e oportunidade de compartilhar uma experiência que passei, da primeira vez que fui abordado pela PM, agora há pouco. Omitindo detalhes desnecessários, relato que falhei em ter estacionado o veículo temporariamente sobre a calçada bem próximo à entrada de uma companhia, estando acompanhado de mais 4 colegas que iriam à palestra. Nitidamente, dei motivo para a indução de suspeita, afinal um carro desligado com 5 homens dentro, à noite, parece suficiente para suspeição. Diria ainda que o fato de todos serem brancos não aparenta ter influenciado na conduta dos policiais, que agiram energicamente. Vieram em cerca de 5, armas em punho apontando diretamente para o veículo (e consequentemente para o condutor e passageiros). De imediato há um susto, eles ordenam o desembarque, porém o fato de estar com o cinto de segurança me expõe a certo risco, tanto que indico antes de efetuar a retirada do mesmo, e simultaneamente acendo a luz interna do veículo, ato que facilita a visualização dos que ali estavam. O carona no banco ao lado tenta por código se comunicar, sem muito sucesso, porém após seu desembarque e com a passagem de outro colega pelo local, alertando que também eramos PMs, a tensão foi reduzida. Curiosamente estava com uma coxinha na mão ao tempo do fato, ciente que de longe pode parecer qualquer objeto. Agi conforme aprendi nas instruções, deixando as mãos à mostra sempre, sem movimentos bruscos. Ao final, pode-se dizer que foi digna de elogio a atenção e atitude das praças ao estarem atentos ao que acontece nas redondezas e agindo para garantir a segurança do local, só registrando certa carência de técnica, com exposição demasiada da silhueta, sem aproveitamento dos abrigos à disposição. Este é o relato da primeira vez em que passei por uma abordagem (e não sofri uma abordagem, ou ainda fui vítima de uma abordagem, como dizem alguns), curiosamente já na condição de PM, onde a frieza e controle foi indispensável para uma finalização pacífica. Um movimento brusco, arrancada do veículo, tentativa de fuga ou reação possivelmente iriam desencadear em resultados indesejados, fica a lição a quem interessar possa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Opa Victor!

Durante um tempo eu traballhei (sou professor) a noite. E saia as 22:30H da escola para minha casa e, na época, tinha que passar por um "buraco quente": Acari.

Eventualmente era abordado por blitz... e o meu procedimento padrão era acender a luz interna e não tirar as duas mãos do volante!

Mas, em nenhuma vez, a abordagem se deu sem que várias armas estivessem apontadas pra mim. Sempre perguntavam pra onde eu ia, após me identificar como professor a tensão se dissipava :-)

Dando ou não razões para suspeitas a bordagem é sempre hostil (do meu ponto de vista), embora adminta que para a região em que passava, não poderia ser sem razão!


[]'s

Anônimo disse...

Ter uma arma apontada para si realmente pode ser traumatizante, mas muitas vezes é preciso para assegurar a integridade do policial. Por isso deve ser algo feito criteriosamente e com base na técnica, sem gesticular ou fazer do instrumento algo ofensivo e humilhante, o armamento existe para dissuadir o potencial reativo do abordado e possibilitar reação se necessário.

 
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