Chateia encarar constantemente o recurso ardiloso supostamente empregado pela imprensa visando chamar atenção para fatos não tanto relevantes. Exemplo disto é um chamado encontrado na capa de A Tarde On Line, onde se diz "Insegurança: Ônibus são assaltados e passageiros saqueados". Inevitavelmente, a semiótica de muitos leitores compreenderá a manchete como um alarde, situação periclitante; não correspondendo à realidade. Ao acessar o link, é observado que se trata do anúncio de que ocorreram 2 roubos em coletivos na última noite, subtraindo-se R$ 78 de um e R$ 94 de outro, neste último além do cobrador foram saqueados passageiros. Ao que consta, são ações que exigem respostas, porém dentro da margem tolerável de acontecimentos, sem qualquer conduta atípica ao rotineiro, seja por excesso de violência ou algo que provocasse escândalo digno de nota. Quem leu só a manchete certamente absorveu como se existisse uma onda de crimes em série que estaria a tirar a tranquilidade da população; bastava colocar o algarismo 2 antes do substantivo ônibus que a transmissão da informação seria bem menos ruidosa e mais concisa.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
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2 comentários:
Obrigado pelo link. Uma coisa eu tenho que admitir: seu blog é democrático, não exclui comentários.
Sobre a postagem: A imprensa é assim mesmo. Ela vive de tragédias. Se não as têm, ela as cria. Qualquer suposta arbitrariedade praticada por um policial vira manchete. É isto que vende jornal e que dá audiência.
Esse lado da mídia tem que ser mostrado para a opinião pública. Talvez sua postagem não alcance as pesoas que vc deseja, mas não desanime, vc está fazendo a sua parte. Uma grande árvore surge a partir de uma pequena semente!
Como já foi dito, a imprensa vive de notícias. Até aí, tudo bem. O problema, é que não acontecem fatos relevantes todos os dias, o que é um problema para os noticiários. Se não têm fatos de importância para preencher o seu espaço, eles aumentam fatos corriqueiros, e o fazem de maneira irresponsável, pois são instituições privadas, com fins lucrativos e não têm qualquer tipo de compromisso com a repercussão da forma como noticiam. Se comprometem apenas com a verdade dos fatos, e enquanto isso, acabam por "sensacionalizar".
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