O vídeo em que um integrante da PMESP aparece rebolando ao som de "Quem vai querer a minha periquita" tem causado frisson nos quartéis e também no ambiente extramural, através do fenômeno repentino de divulgação em massa que a internet consegue promover. A imagem inicialmente tende a provocar risos em quem as veja, mas em profundidade pode ser analisada como um flagrante de descompostura totalmente incompatível com o que se espera de policiais militares em serviço. Fazendo a intercomunicação entre blogs, vê-se que no Cultcoolfreak a interpretação foi concluída em favor da atitude flagrada, como sendo mera descontração, até mesmo representando exemplar bom humor e alto astral, concepção que respeito porém não concordo. Não bastasse o escândalo inicial, já surgiu novo vídeo com outra coreografia igualmente grotesca, agora um Mambo, prejudicando ainda mais a reputação coletiva dos combatentes. Deve-se dizer que aquele homem não é "a pior pessoa do mundo" por ter agido de tal maneira, contudo reuniu uma série de agravantes morais para seu feito, a destacar o de aparentemente ter sido cometido o erro em serviço, deixar-se ser filmado (sempre presuma o vazamento de qualquer vídeo íntimo, é o mais provável) naquela situação e além disso incorrer mais de uma vez na mesma falha. Se o ato fosse entre as paredes de um alojamento, ou ambiente ainda mais restrito, reservado e principalmente longe dos olhos de estranhos, talvez fosse tolerável, mas o que foi visto deixa mácula indesejável na história e na reputação da classe. É verdade que há policiais bem apresentados, alinhados, sérios e acima de qualquer suspeita que se envolvem em crimes, escândalos, práticas ilícitas, imorais e execráveis, o que de modo algum justifica uma contrapartida como a flagrada na filmagem. Errou, errou feio, apure-se para que seja obtida uma conclusão definitiva sobre se é ou não postura compatível com a de um PM em serviço, do contrário abre-se o perigoso precedente para que outros desinibidos extravasem suas emoções de formas alternativas enquanto envergam uniformes das briosas. A "arte" já tem espaço nos quartéis, aqui na PMBA há um grupo de teatro atuando nessa área, no próprio estado se São Paulo conhece-se o trabalho do Sargento Lago na música, sem provocar grave mal-estar ou escândalo na tropa. O difícil deve ser para o policial sério, dedicado ao serviço, ter que ouvir alguma piadinha nesse sentido proferida por qualquer cidadão que se veja estimulado a assim agir depois de assistir a essas cenas deploráveis.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
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Um comentário:
adorei a performance do policial,porem isto poderia ser feito fora do ambiente de trabalho,na minha opinião
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