Uma das instruções mais difíceis de serem ministradas em curso de formação policial certamente é a de tiro, por uma série de fatores, a começar pela necessidade de observância de diversas normas de segurança a fim de se evitar acidentes, dado o elevado grau de risco que envolve o manuseio de material bélico. Limitações logísticas no tocante à quantidade de munição também costumam ser mais um obstáculo, porém uma das facetas menos questionadas se refere ao alvo a ser utilizado durante a instrução. Pela praticidade, muitas vezes recorre-se a uma simples folha de papel em branco, ou o tradicional alvo de precisão com centro bem definido, até números indicando a pontuação. Certamente é válido nas etapas iniciais, onde se tem o primeiro contato com armamento e é preciso mensurar o grau de precisão nas condições praticamente ideais; contudo, adquirindo-se certa experiência, a prática repetitiva se torna talvez pouco produtiva, por se distanciar bastante da realidade a ser enfrentada quando se recorrer ao disparo de arma de fogo. O alvo das ruas é móvel, se abriga, dispara contra o policial, tem rosto, é humano, totalmente diferente do papel inanimado. Com certeza o interesse em atingir o corpo de quem agride perigosamente a guarnição foge do controle psicológico que se tem em um stand, uma face humana pode gerar receio na hora do disparo, diferentemente do papelão. Talvez defensores dos direitos humanos ou instrutores tradicionais em suas práticas não concordem com essa linha, mas o desenho de um rosto no alvo visado possivelmente ajudaria futuramente o combatente a enfrentar um oponente real com maior naturalidade.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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3 comentários:
Ou então poderiam colocar um ser humano vivo de alvo mesmo nera? rs... to brincando, bom.. concordo com vc.. deveriam botar era BONECOS bem reais.. e não papeis.. :)
Na verdade as instruções de tiro nos diversos centros de instrução e academias militares voltam o treinamento para o tiro prático, aonde o alvo é estático na maioria das vezes, excetuando-se um tipo de alvo conhecido como "bailarina", aonde há uma dinâmica maior para o acerto. Muito embora possa parecer muito distante da realidade policial-militar, esse tipo de treinamento possibilita o profissional ter controle e conhecimento sobre seu armamento, mas para isso a intensidade dos treinamentos e a quantidade tem que ser muito maior do que se tem hoje nesses centros.
Outra opção seria o tiro tático, aonde o "alvo" oferece risco ao atirador, podendo ser utilizado desde alvos móveis com a figura de criminosos com armas em punho, até pontos com alvos e tiros de paintball, mas isso iria requerer investimentos pesados nessas instruções.
O alvo que é utilizado é para se ter um metodo de avaliação aonde não se observa os principios do tiro, mas somente o resultado obtido no papel, uma falha nesse tocante, pois o tiro em stand é calmo, sem adrenalina e sem tempo de resposta, causando assim a falsa ilusão, muitas veses, ao aluno que tira nota 10.
O Método Giraldi não seria uma opção viável para o treinamento de pessoal, alvos modelo PML4 e suportes móveis para as instruções, tal qual na GCMSJC.
Insp Elvis
GCM SJCampos (SP)
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