quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Coldres

A Bahia certamente é uma referência, seja positiva ou negativa, na margem de escolha dada ao policial militar para "customização" do seu equipamento de uso operacional, principalmente no tocante aos coldres. Há uma infinitude de modelos, dos mais diversos que se possa imaginar, à disposição da clientela àvida a encontrar o que mais se adeque à sua técnica, o que lhe pareça mais próximo ao ideal. Pode ser o que mais expõe a arma, ou o que mais dificulta o saque; o mais discreto, o mais "embusteiro", mais barato, e por aí segue. Certamente é algo que não agrada aos que pregam a padronização total inclusive nesse âmbito, como ocorre em outras corporações, a destacar a de Minas Gerais e principalmente São Paulo, nas quais, pelo menos através do que é transmitido pela imprensa, parece haver um modelo definido que é seguido à risca pelos milicianos. Só um estudo aprofundado seria capaz de mensurar com método científico o provável benefício obtido pela capacidade de escolha individual versus o suposto prejuízo na perda da padronização. O equilíbrio é a chave: ao tempo em que não se deve prejudicar a operacionalidade estabelecendo rigores estéticos inconvenientes, é preciso ao mesmo tempo impor limites para que não surjam extravagâncias que destoem no uniforme excessivamente.
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Fotos: Sebastião Bisneto/A Tarde

3 comentários:

Anônimo disse...

MANGUE!!!

O Regulamento de Uniformes da Polícia Militar (RUPM) que nem 5% da Corporação teve acesso (por que a ninguém interessa divulgar) trás o modelo padrão de coldre pra o policiamento ordinário. É aquele coldre, que por sua vez, horrível, fechado, que chamamos de "panquecão". O problema é que isso é mais um detalhe que está no papel e ninguém cumpre porque ninguém cobra, ninguém cobra pq não há punição clara pra quem descumprir...e assim fazemos esta salada. Como definir padrões táticos, se cada policial saca a arma de uma forma?! Exemplo: na foto há uma pistola "coldreada" no colete!!! E o pior...com o coldre vazio na perna sendo um "porta-HT". No novo site da PM tem a foto de uma dupla de policiais, sendo que o primeiro utiliza um coldre velho e surrado...que marketing pra espalharmos pro país todo, em?! Mas ninguém lembra de destinar nada do auxílio fardamento para a compra de um acessório ou peça do uniforme...É invejável ver a tropa paulista ou mineira...o policial que você vê em um extremo do estado é rigorosamente idêntico ao de outro extremo qualquer. Mas na verdade a culpa não é do soldado! O soldado não tem culpa de nada...a culpa é do sargento, do tenente, do capitão, do major, do tenente-coronel, dos coronéis...que muitas vezes além de não cobrarem nada, ficarem apenas na cultura do "nada e do p* nenhuma", nem dão ao mínimo bons exemplos. É uma pena olhar pra uma polícia de Pernambuco e ver a diferença da nossa tropa...tropa que vem sendo desmotivada sem plano de carreira, sem salários dignos (o nosso sargento é o pior remunerado do país!!!).

A esperança é que essa cultura um dia mude e que o turista, ou quem quer que seja, volte da Bahia ao menos sem falar mal de nossa milícia.

Anônimo disse...

Outro detalhe...Será que nenhum policial pode utilizar uma mínima parcela do Bolsa Formação para uma pequena melhoria profissional. Seja uma peça de uniforme, a aquisição parcelada de um armamento, compra de munição... R$ 400,00 x 12 = R$ 4800,00 praticamente de graça! Mas vemos o mesmo colega que anda maltrapilho no serviço muito bem vestido à paisana, com direito a cordão de ouro e tudo mais...ou o pior...aquele mesmo policial que anda em frangalhos, com barba por fazer e bidunga em um padrão europeu no seu bico em determinado shopping na capital.

Outra coisa que não compreendo...por que há tantos fornecedores de fardamentos e acessórios, que só Deus sabe se há algum cadastro por parte da corporação...sendo que muitas vezes trabalham autônomos, transitando de unidades administrativas, unidades operacionais e unidades escola, muitas vezes INVENTANDO camisas, tarjetas, coldres, peças de uniformes...por acaso a Corporação é cabide de trabalhos alternativos?! Já fui em loja de uniformes e comprei duas calças do mesmo uniforme em tecidos, cores e, apesar da numeração igual, de tamanhos diferentes! Como cobrar do policial? Não se pode cobrar nem do aluno... Fotos da Academia em forma mostram as várias tonalidades de uniformes onde deveria haver um espelho pra toda a Corporação. Mas vai vir com certeza um comentário posterior dizendo que este é o menor dos problemas, que é irrelevante e tudo mais...e assim nós vamos...saltando todos os problemas institucionais e não resolvendo nenhum... Aí de vez em quando aparece um "insight" e mudamos o "padrão" de viaturas para azul e cinza e despadronizamos mais ainda a PM... que sentido faz um policial de cáqui desembarcando de uma viatura azul? Melhorou em quê? O índices de criminalidade baixaram em quanto depois que pintaram as viaturas? Tem gente que é saudosista do "azulão", mas, será que essa saudade toda mostra o setimento do praça que estará no P.O. à pé na orla de salvador?!
Vão pintar os quartéis de azul novamente ou as mudanças cromáticas vão parar pelo site apenas?!

Dúvidas, dúvidas, dúvidas...

Anônimo disse...

Apesar da aparente carga de revolta contida nas palavras, fico muito satisfeito em ler respostas como esta ao que foi escrita. Realmente é raro, muito raro mesmo, ver algum PM seguindo à risca o que preceitua o RUPM detalhadamente, e muitas vezes, como disse aí, é por falta de conhecimento, por não ter sido devidamente instruído seja no período de formação ou em toda carreira.
O coldre regulamentar é realmente inapropriado, mas a solução não pode ser enfiar a arma entre a farda e o colete, como se vê na imagem, a não ser em caso de extrema necessidade, o "vexame", que pode ter acontecido. Talvez o meio termo seja estabelecer alguns modelos definidos, para que o policial possa optar entre eles, dentro de limites.
O auxílio fardamento é realmente um "caso perdido", poucos utilizam uma mínima parcela do mesmo para aquisição de acessórios ou peças de uniforme, se a meta é elevar o padrão da corporação, algo precisa ser revisto nesse sentido, pois do jeito que está, o gasto será do modo que convier ao policial, que em alguns casos não gasta um único centavo das centenas de reais que recebe anualmente para manter e adquirir uniformes, vive-se uma situação tão delicada que por vezes se abre mão do regulamento para que a polícia não pare, é a nossa realidade.
Concordo com a reflexão sobre a bolsa formação, e mais ainda referente a quem é bidunga em serviço e padrão no bico.
O fornecimento realmente não tem sido bem controlado, surgindo tons, modelos e fabricantes diversos, o que reflete na tropa em forma.
Não é o mal maior da corporação, mas um problema que precisa ser analisado e solucionado dentro do possível.
Fico curioso em saber quem é o anônimo que escreveu, mas se a não identificação está disponível, é facultada a apresentação.

 
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