quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Concursos

Concursos públicos são uma "sensação" nas bancas de revista, cursos preparatórios e todas as formas alternativas de auferir lucros com a vontade/necessidade que muitos têm de passar. Quem administra blog policial, acompanhando palavras-chave que trazem visitantes à página ou ainda as postagens mais visitadas, certamente constata que inscrições e editais de concurso são um atrativo forte para visitas, assim como eventuais furos jornalísticos, questões políticas, salariais ou, para os militares, discussões sobre hierarquia e disciplina. Nem sempre é dada a mesma atenção para o desenvolvimento de estudos, análise de legislação, discussão doutrinária, estudo de caso ou pesquisas diversas, o que de certa forma demonstra que há muita gente querendo ingressar nas polícias, mas não na mesma proporção desejando permanecer nelas mantendo estudos continuados. Há ainda vários integrantes cujo foco quase absoluto é a busca por uma rota de fuga, de como sair das corporações ou se manter o máximo possível afastado delas, envolvendo-se em outras atividades sem o menor compromisso. São paradigmas da necessidade de sustento e sobrevivência na sociedade capitalista, onde interesses superam ideais, com folga.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito oportuna a postagem, Victor.

De fato os concursos públicos em geral permitiram a criação de uma grande indústria paralela, notadamente pela questão da suposta estabilidade, de certo bem maior que na iniciativa privada, e em face da pouca oferta de empregos para quem não teve acesso à capacitação técnica específica.

O lado ruim, no caso dos concursos policiais, é que está atraindo gente que não tem de fato o menor interesse pela profissão, e se não servir de trampolim para o novo servidor, este vai procurar algum setor interno para trabalhar na atividade meio, burocrática.

Por outro lado, profissionais que já trabalham nos órgãos policiais, e fazem questão de continuar desenvolvendo o mesmo tipo de atividade (eu por exemplo), se vêem em uma situação no mínimo enigmática. Não vislumbro perspectiva de melhorias no tocante à meios para execução do meu serviço (precário, improviso, cada um que compre o que precisa), ao mesmo tempo em que a questão salarial afasta qualquer sentimento de tranqüilidade, que permitiria dedicação total ao trabalho, que tanto gosto.

Por conta disso, tenho dispensado inúmeras oportunidades de fazer cursos de especialização que sempre quis fazer, como por exemplo um que começou agora no Esquadrão Anti-bomba, de explosivos. Da mesma forma, me contive para não iniciar uma pós-graduação em Segurança Pública ou outras similares. Tudo porque não quero dispersar meu tempo de estudo que pode ser aproveitado para concurso futuro, ao passo que especialização e expansão de conhecimentos em nada me ajudarão na atual carreira profissional, nem a pagar mensalmente o aluguel, água, luz, comida.

Triste, mas quem perde mais é a população que não consegue compreender porquê tem uma Polícia tão desqualificada e precária.

Abraço.

Anônimo disse...

Sou um leitor assíduo de blogs,por achar que hoje é o meio de imformação mais imparcial.E a muito tempo não tinha visto um comentário tão relevante e coerente como o seu,Eduardo.Parabéns pela pela sua esplanação. Concordo que muitas pessoas que não tem afinidade para o serviço policial tem procurado este setor. Até mesmo pela "fantasia" que os filmes apresenta. Tropa de elite foi um dos grandes insentivadores a essa procura.

Um abraço a todos.

 
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