A edição mais recente da revista Época trata de tema complexo e polêmico, o homossexualismo na caserna. Parte do exemplo de 2 sargentos gays do Exército Brasileiro, que se uniram a partir do contato no quartel, descrevendo suas histórias, são eles Fernando Alcântara de Figueiredo e Laci Marinho de Araújo. Inúmeras discussões podem ser in
iciadas por este tópico, há conservadores que demonstram rejeição à admissão destes nas Forças Armadas, alguns justificando com a histórica tradição de virilidade vinculada aos militares. Nas polícias desta categoria a situação não é muito diferente, havendo sempre discordâncias neste sentido no âmbito interno. Sabe-se que a ordem jurídica vigente preserva uma série de garantias dadas às pessoas para que gozem de liberdade, igualdade, privacidade e outros tantos direitos, porém devo manifestar que não parece conveniente nem razoável a divulgação de fotos dos mesmos osculando e trocando carícias enquanto ostentam os uniformes regulamentares. Do mesmo modo se fosse homem e mulher, ou outras combinações, não caberia igualmente o emprego da farda na captura de imagens de momentos íntimos, não atinentes ao serviço. Porém os tempos estão mudados, há poucas semanas tratou-se de outro sargento do EB, Fabiano de Barros Portela, tornado Fabiane
, transexual, que deixou de ser homem para se tornar mulher, além de divulgar suposta pressão sofrida para afastar-se do serviço militar em virtude do constrangimento que estaria causando à corporação. É de se esperar que estas opções alternativas gerem mais desconforto em instituições totais do que entre outras categorias civis onde sabe-se que predominam os gays, contudo, caso se suponha haver aprovação popular para esta nova conjuntura, ainda parecem restar dúvidas de que a sociedade estaria pronta para conviver pacificamente com este panorama, certamente há choques quando boa parte dos cidadãos, ao acionar ou ser abordado, se dão conta de serem patrulhas homossexuais, é provável que sinta maior desconforto ou até insegurança, sem falar no campo específico da busca pessoal, onde o legislador do CPPM manifestou a vontade de que preferencialmente homens a procedessem em homens, e mulheres em mulheres, baseando-se na divisão biológica dicotômica, que a cada dia se torna mais ramificada.

