Protocolo

A situação de militar insere na polícia uma série de procedimentos regulamentares a serem obedecidos, sempre com as ressalvas que o serviço diferenciado deve observar, acatando a oportunidade e a conveniência.
Práticas como a continência e a apresentação pessoal, por exemplo, são perfeitamente cabíveis para uma visita em unidade administrativa ao se manter contato com um superior, já no serviço da área podem ser dispensadas, preservando-se o respeito, para não prejudicar o bom andamento. Assim também deve ser com práticas mantidas em unidades-escola ou tropas aquarteladas, o segredo reside em equilibrar o que é exigível ou não em cada circunstância, algo nem sempre instintivo.

Já tratou-se aqui anteriormente sobre uma tropa em forma, por exemplo; para quem a vê do conforto de um palanque, na sombra e à vontade, é difícil mensurar o grau de desconforto da permanência imóvel ao sol. À virtude nesse sentido se dá o nome de empatia, que nada mais é do que se colocar no lugar do outro.
Conciliando as idéias dos dois parágrafos anteriores, infere-se, por exemplo, que há uma diferença entre palestrar em auditório confortável e tempo adequado, ou dar sermões a uma platéia de pé por longo período. Ao iniciar o serviço, é possível tolerar que se prolongue um pouco o contato, se necessário, no intuito de passar instruções. Em contrapartida, não há como consentir que se coloque uma tropa além do seu horário de expediente, conservando formalidades burocráticas, para ouvir mensagens irrelevantes, sem um interesse real que assim justifique. O acatamento cego e mecanizado pode até se ajustar com a disciplina, mas foge da utilidade coletiva. Sensatez é a palavra-chave.