terça-feira, 7 de outubro de 2008

Correr

Militares em geral, sobretudo no período de formação, durante cursos ou fase de adestramento, costumam destacar pelotões para a prática de atividades físicas nas ruas, notadamente os tradicionais "corridões", que já inspiraram músicas diversas. Ainda que sem profundo embasamento legal no âmbito do trânsito, questiono e arrisco afirmar que falta legitimidade ou pelo menos conveniência em diversas ocasiões envolvendo essa atividade. Quando é feita em horários de intenso movimento e/ou em vias de fluxo elevado, quebram a harmonia do tráfego, provocando lentidão, atrasando os passantes, dificultando o trânsito de carros de emergência. Acabam por forçar veículos a procederem ultrapassagens perigosas pela contramão, ou expõem a riscos a própria tropa, altamente vulnerável. Quando a atividade é desenvolvida em horários de menor tráfego, ás vezes antes mesmo do clarear, a partir de 5 horas, as vibrantes cantigas tendem a incomodar quem repousa no sagrado silêncio dos seus lares. É louvável o estímulo à vida saudável, há quem veja beleza na passagem da tropa em exercício, mas antes de tudo deve ser considerado o dano que pode ser provocado à coletividade. Não é excesso cogitar que, caso um grupo de paisanos, cidadãos comuns, resolvesse correr agrupados no meio da rua em pleno dia, possivelmente aqueles que assim procedem quando uniformizados seriam os primeiros a desestimular a conduta e impedir a continuidade. Até mesmo se os grupamentos fardados fossem correr em rodovias, áreas nobres ou grandes avenidas, autoridades de trânsito tenderiam a sentir-se incomodadas com a presença dos ilustres visitantes. Que seja mantido o salutar hábito do pelotão correndo com garbo e marcialidade, alegrando crianças, despertando idosos e atiçando moças, desde que seja oportuno e conveniente, sem prejuízos à sociedade.

3 comentários:

Unknown disse...

Oi Victor. Moro na Ribeira e sempre vejo o pessoal correndo. Nunca me fez mal, acho até legal mostrar um pouco do treinamento.
Abraços

Anônimo disse...

É, em parte discordo. Afinal, os políticos fazem carreatas e manifestantes fazem passeatas nos horários mais inoportunos. Claro que não acho isso certo, mas em termos de impacto à rotina da cidade, os corridões nem chegam perto.
Os corridoões das instituições militares são tradicionais, exaltam a moral da tropa, propiciam o condicionamento físico, e ainda funcionam como uma espécie de "marketing", numa demonstração à sociedade de "força".
Concordo quanto ao aspecto da conveniência e oportunidade, devendo ser evitados horários críticos, a fim de minimizar os impactos no fluxo do trânsito, e também situações que coloquem em risco a segurança do pelotão em atividade.
Quanto aos dorminhocos, ahhhhhhhhhh, faça me uma garapa! Deus ajuda a quem cedo madruga! Ressalva quanto aos hospitais, onde nas proximidades deve ser cessado qualquer tipo de manifestação sonora.

Saudades dos corridões!

Anônimo disse...

Agradeço pelos comentários, é bom ver visões diferentes sobre o mesmo assunto. Carreatas são incômodas, contudo bem menos frequentes do que os corridões, assim como as passeatas. A vibração militar é nossa, e não da coletividade, portanto os hospitais sabidamente devem ser respeitados, mas o horário de repouso precisa de igual consideração.

 
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