terça-feira, 26 de agosto de 2008

Progressão

Ainda sobre a oportuna experiência vivida em curso no final de semana, foi possível atentar para uma outra reflexão sobre essas instruções: a necessidade de "traquejo", por vezes alcançando o nível dos maus-tratos, para que um curso passe a ser "respeitado". Há quem se convença de que o teste dos limites de resistência à psicofadiga molde um bom combatente ao tempo em que lhe é passada instrução eminentemente técnica, que necessita de atenção total, sem competir com fome minguante, frio gélido, sede enfraquecedora, calor escaldante, sono insuportável, dor lancinante ou outras sensações incômodas. Há situações em que realmente é exigida a vivência dessas condições adversas, mas nem sempre é preciso, nem por isso tornando uma atividade menos valorosa. Especificamente neste curso, o tempo não ajudou muito, houve intensa chuva no sábado e sol forte no domingo, havia mosquitos na área de mata, sendo que nenhum desses fatores impediu o bom andamento das atividades, vindo a serem superados pelos participantes. Vez ou outra havia um grito para ativar os ânimos, algumas vezes foram feitas flexões no solo como punição, polichinelos para "acelerar" o corpo, nada que aviltasse o participante; o desgaste maior seria o próprio treino, a repetição de progressões, ajoelhar várias vezes, algum rastejo necessário, a dor dos tiros de paint ball e a devida pressão psicológica na hora de simular a ação em área de alto risco. Seria melhor se houvesse extensa corrida, sem tempo para almoço, com restrição de água, castigos físicos dolorosos, consecutivas noites em claro, testando os limites o corpo, nos moldes de um super-atleta? Tenho minhas dúvidas, há sempre espaço para negação ou afirmação do pensamento apresentado.

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