quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Resultados

Enfim bons resultados são apresentados no campo da segurança, ao que tudo indica graças a um esforço praticamente exclusivo da PMBA, que sozinha conseguiu reduzir drasticamente o índice de certos crimes. Seja no Diário Oficial do Estado ou em jornais como A Tarde, é possível constatar estatísicas que anunciam dados empolgantes, como a passagem de 48h sem homicídios na capital, algo que há muito não acontecia, além de uma queda de 50% no registro geral de homicídios, declínio excepcional. Há medidas que trazem resultados imediatos, sabe-se lá por quais razões alguns relutam em aplicá-las. Há quem equivocadamente pregue que bons resultados seriam obtidos através de duplas de PO nas ruas, deixando de lado a atividade das rádio-patrulhas, as quais sendo bem aplicadas em áreas de alto risco, com reforço de homens especializados, atuando ostensivamente, foram responsáveis por esse resultado louvável. É preciso que se mantenha a dinâmica desse serviço, preferencialmente com a tropa ordinária devidamente preparada, resguardando os especiais para momentos que assim sejam necessários. Muitos resistiram à lei seca no trânsito, mas poucos dias de intensa fiscalização trouxeram resultados cabais e imediatos. Aposto ainda que o mesmo se daria com o fechamento de bares em determinados horários e/ou localidades, a comprovação da eficácia viria em questão de dias na redução de certos crimes. São medidas restritivas, que incomodam os adeptos à máxima liberdade individual, mas garantiriam sem dúvida alguma a supremacia do mais nobre dos direitos, a vida.

9 comentários:

Dom disse...

Sim, a drástica redução é louvável, mas, infelizmente, está provado por diversos estudos que o patrulhamento de caráter motorizado, sozinho, é insuficiente para a manutenção da paz social. O mesmo acontece com o Policiamento Ostensivo a pé - que geralmente traz mais vantagens que o motorizado. O policiamento preventivo baseado no contato com a comunidade, através de conselhos, também, sozinho, não leva a um contexto geral ideal. Câmeras também não inibem a prática delitiva o suficiente em todas as áreas duma cidade.

Enfim, a pergunta que fica é: quando deixaremos de realizar policiamento "emergencial", de acordo com as ondas midiáticas, e realizaremos diagnósticos para saber onde cada tipo de policiamento deve ser realizado? E, a partir destas aferições, distribuirmos de maneira inteligente nossos (escassos) recursos? Será que foi feito um estudo de migração da criminalidade nessas últimas operações? As unidades especializadas atuando de tal maneira não atestam a deficiência das ordinárias? É lúcido vivermos num Estado "policial", em que a cada ida ao trabalho seremos abordados pela polícia? Se as operações fossem permanentes, o que iria ocorrer?

São muitas dúvidas, e todas elas espelham o quanto precisamos discutir para ajustar nossa atuação profissional...

Anônimo disse...

Em contrapartida o salário de Sgt PM / BA é o pior do País.Algo muito desmotivante na carreira milicíana.

Unknown disse...

Danillo, eu prefiro ser revistado por um policial do que por um bandido dentro do onibus. Suas perguntas nos pedem um reflexão profunda de planejamento e funcionalidade mas, infelizmente toda nação vive um estado emergencial em relação à segurança.
Dou o mérito à PM-Ba pela atuação e profissionalismo.
Abraços

Anônimo disse...

Agradeço pelos comentários, uma das perguntas que Danillo deixa já foi respondida, em parte, por Miguel Barbosa. Foram diversos os questionamentos efetuados, talvez venham a ser respondidos paulatinamente em posts futuros, porém deixo algumas colocações, afirmando que o ideal perene para o bom policiamento realmente não são as RP´s, mas a medida instantanea de melhor resultado possivelmente é essa, e alguns ainda relutam em admitir. Ser abordado no caminho do trabalho deveria ser quase rotina, não necessariamente com o suposto constrangimento de uma busca pessoal, mas basta uma checagem de documentos e condições de um veículo para já se estar prevenindo a criminalidade. Quanto aos estudos, pesquisas e trabalhos estatísticos, tenho receio em tratar do tema por suspeitar de que possa haver esse trabalho de modo velado, com acesso restrito a altos escalões, ao tempo em que talvez acreditemos não ser bem efetuado. A deficiência de segmentos da tropa ordinária é perceptível, resta saber como trabalhar para alastrar a comprovada eficiência das especializadas aos demais policiais militares.

Fernando Vieira disse...

Sou colega da PRF e venho parabenizar os policiais da Policia Militar da Bahia pelo excelente resultado obtido nesta operação.
Acompanhei de perto os deslocamentos de inúmeros colegas de especializadas da PM do interior para a capital, sacrificando folgas e família, para atuar nestas operações.

José Ricardo disse...

Com certeza esses tipos de ações e operações trazem uma rápida redução nos índices de criminalidade. Sou totalmente a favor.

Porém, é preciso tomar cuidado com os crimes de abuso de autoridade e constragimento ilegal. O art. 244 do Código de Processo Penal (CPP)diz que a busca pessoal só cabe em caso "prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar."

Embora eu seja totalmente a favor dessas operações, é importante que se analise com cautela o art. 244 do CPP, para que o policial não venha a ter problemas com a justiça. O policial deve trabalhar com atenção a sua segurança pessoal e também com atenção a sua segurança jurídica.

Será que abordar uma pessoa que sai do trabalho é legal, sem que ela não demonstre nenhuma fundada (fundamentada) suspeita de que porte consigo arma ou objeto ilícito?

Eu fiz uma postagem lá no Universo Policial que, entre outros temas, abordada o desta postagem. Trecho:Decodificando, é errado ficarmos incursionando e abordando na esperança de pegarmos alguma coisa. O pulão tem que ser certeiro, até para que se diminuam os efeitos colaterais...

Por fim, é bom lembramos que ordem ilegal não se cumpre.

Anônimo disse...

Critérios para se justificar uma fundada suspeita são bastante subjetivos, há detalhes que só um olhar policial apurado e experiente são capazes de encontrar... Além disso, no comentário anterior foi dito que deveriam haver mais abordagens sem necessariamente busca pessoal.

José Ricardo disse...

Também concordo que há detalhes que só um olhar policial apurado e experiente são capazes de encontrar...

O difícil vai ser explicar isso para o Juiz... Será que ele também pensa dessa forma?

Fernando Vieira disse...

A questão da busca pessoal é realmente polêmica.
Além do "olhar policial" (estremamente subjetivo e de difícil justificação perante um juiz), a "fundada suspeita" pode advir da simples e indispensável consulta do indivíduo nos Sistemas Infoseg ou da SSP/BA.
Havendo antecedentes criminais relativos ao indivíduo, uma busca pessoal pode estar justificada no caso concreto.

 
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