Dualidade

Duas recentes perdas lamentadas pela corporação, a de uma oficiala e um praça especial do Corpo de Bombeiros, podem servir de lição para uma reflexão oportuna. Ambos deixaram como lembrança grandes perfis profissionais, verdadeiros exemplos, com virtudes reconhecidas por comandantes, comandados e pares. As manifestações da tropa, em geral, foram de pesar e consternação com a perda de bons companheiros. Então, como admitir que ainda exista gente fomentando discórdia entre oficiais e praças, utilizando-se dessa bandeira deteriorada para buscar se promover politicamente? Volto a dizer, são os porcos da Revolução dos Bichos, a comparação é perfeitamente cabível. Quando se fala em oficiais, estima-se ser uma referência a mais de 3 mil diferentes pessoas, e ainda que existam gêmeos, cada um tem um perfil individual. Da mesma maneira, quando trata-se de praças, é algo em torno de mais de 30 mil homens e mulheres com características personalíssimas, o que torna qualquer generalização nesse sentido algo de impropriedade inquestionável. Chega de rótulos precipitados e infundados, às vezes realmente podemos estar "dormindo com o inimigo", mas basta olhar para cima, para o lado, ou para baixo na escala hierárquica, que sempre encontraremos diferentes personalidades com as quais teremos afinidades ou incompatibilidade, gente de conduta e caráter mais diversificados que se possa imaginar. Há os casos de mentes perturbadas incapazes de acatar quaisquer autoridades, só enchergando defeitos em quem exerce algum tipo de poder; são exceções, mas existem. O fato é: dizer que as praças são assim ou os oficiais são de tal jeito, é plenamente pífio.