sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mira

Uma publicação até então pouco conhecida para muita gente, o Le Monde Diplomatique Brasil, trouxe na edição de janeiro, já nem tão atual mas ainda muito pertinente, um editorial sobre a A política do extermínio, além de reportagem assinada por Luiz Eduardo Soares entitulada Refundar as polícias. Inicialmente é tratado o drama da matança envolvendo policiais e bandidos, com elevado número de baixas em ambas as partes, sobretudo no Rio de Janeiro, cidade para onde se voltam todos os holofotes quando o assunto é segurança pública. As dificuldades enfrentadas pelos policiais aliadas às tendências pregadas pelos comandantes e governantes dão causa ao atual quadro em que vivemos, envolvendo desde o ínfimo índice de elucidação dos infindos homicídios registrados, às questões estruturais envolvendo civis e militares, a realidade dos "bicos" para complementar a renda, entre tantos outros problemas existentes. Fala-se da proposta de criação de uma polícia única para vencer as atuais barreiras, o que realmente pode se tornar verdade em um futuro não tão distante assim, contudo arrisco insinuar que as discrepâncias e falta de sincronia se dão muito mais por limitação e incapacidade empática humana do que por doutrina militar, diferenças em cursos de formação ou méritos desse gênero. Os civis parecem ter suas diferenças com os "especiais" da sua corporação, o que não é diferente na PM, envolvendo ainda disputas de escalões hierárquicos, entre operacionais e administrativos, entre outras futilidades.
* * *
Há ainda a reincidente suspeita sobre os autos de resistência como peças para encobertar execuções, tema que coincidentemente foi tratado com ligeireza por aqui ontem. Baseiam-se em laudos periciais para levantar suspeição - nada contra o trabalho dos peritos, que pelo menos na Bahia costumam ser referenciais de competência - de assassinatos sumários, mas nem sempre a região atingida no corpo é suficiente para motivar a desconfiança, e é nisso que parecem se basear algumas conclusões. Por exemplo, hoje o jornal A Tarde relata o caso de uma grávida baleada no pescoço pelo marido em São Desidério, bem como outra grávida atingida também no pescoço em Eunápolis. É uma região do corpo inusitada para servir de alvo principalmente para atiradores que não são técnicos ou profissionais, será que eles realmente visavam aquela parte? Em meio a uma frenética troca de tiros, é exigível que um policial faça visada precisa na mão do criminoso, ou em regiões não vitais? Se por razões quaisquer o disparo acabar atingindo o centro da testa, ou por conta de um movimento brusco e instintivo o marginal se vire e o projétil atinja suas costas, é o bastante para dizer que foi exterminado? Hoje 3 bandidos foram mortos em Jauá, outros 6 foram presos na operação, não tarda a surgir um afobado e inábil rotulando precipitadamente como excesso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente é preocupanbte e temerário julgar eventos pelos quais não se tem conhecimento tecnico.A imprensa deveria embasar os serus dadso em fatos, e não em ilações. Como vc bem enfatizou é praticamente impossivel, que um policialo ndurante umna troca de tiros consiga realizar uma perfeita visada e atingir o perpetrador da ação delituosa num local de baixa letalidade. Cabe uma reflexão!!!!

 
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