domingo, 19 de abril de 2009

Cultura

Dentre os ingredientes que compõem o caldeirão fervilhante que culmina em brigas nas festas de rua, um dos mais importantes é a cultura dos grupos envolvidos e sua disposição para o embate. A impressão deixada ontem na Micareta de Feira de Santana era de que, mesmo havendo a combinação de vários fatores que propiciam as contendas, não foram muitas as constatações de vias de fato em boa parte do circuito. A aglomeração de pessoas, consumo de álcool, o som esfuziante de bandas como Fantasmão, cujo ritmo embala coreografias braçais de quase enfrentamento, e as letras por vezes incitam abertamente a violência, nada disso foi capaz de provocar brigas das proporções que, seguramente, seriam registradas na capital. Não que o referencial seja o Carnaval, o marco maior da euforia, mas basta comparar com um Perifolia, Lavagem de Itapuã ou algo do gênero, que percebe-se uma menor proporção de brigas, mesmo que o público tenha atitudes, costumes e comportamentos semelhantes. Tais reflexões são um tanto imediatas, podem e devem ser mais aprofundadas tecnicamente, mas antecipadamente demonstram como a manifestação de violência da população pode diferir por conta de critérios não muito evidentes ou consensuais.

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