Barbárie

Grave crime inadmissível foi cometido hoje em São Paulo vitimando fatalmente um policial militar. Quatro bárbaros desumanos seguraram um PM que os advertia por estacionarem veículo em local proibido e o arrastaram por meio quilômetro na madrugada, tendo ao final efetuado arremesso contra um muro, matando o homem da lei de forma cruel e brutal. Assim se vai a vida de um homem, mas que repercussão isso terá nos jornais, na rotina das autoridades? Pouca, para não passar em branco. Esta é a má cultura nacional de criar sensacionalismo diante de fatos triviais e fazer pouco caso do que realmente é um acinte na escalada da criminalidade. Força à família do soldado Alexandre Sérgio de Oliveira Sobrinho e aos colegas do miliciano, suspeitos já foram capturados, justiça seja feita contra os criminosos.

89

Através de um comentário aqui descobri a existência do blog 89 Comando, da PM de Anápolis, Goiás. Retrata com textos e vídeos diversas ocorrências sob a ótica policial, apresentando os bons feitos dos combatentes da região, algo bastante positivo no intuito de colaborar com a melhoria da imagem da corporação, muito boa iniciativa.

Ainda

Volto a citar as palavras do presidente Lula apresentadas ontem em entrevista com distorções já dissecadas aqui. O motivo da repetição é focar em outra falácia proferida, agora sobre a bolsa formação. A razão parte também do editorial do jornal A Tarde hoje, que comenta sobre o assunto repetindo os mesmos erros de ontem. Treinar 50 policiais definitivamente não é treinar a Polícia Militar da Bahia, para qualquer indivíduo capaz isso é facilmente compreensível. A nova tirada com formatação rasteira diz "...o Bolsa-Formação, que concederá complementação salarial de R$ 400 a policiais que participarem de cursos de formação e qualificação."; essa passagem da entrevista do presidente foi citada no editorial, sem a devida ressalva de que a complementação é altamente restritiva, condicionada ao atendimento de requisitos com rigor bastante limitador, tanto que na última listagem de beneficiados, com algo em torno de 145 nomes, após breve leitura arrisco afirmar que todos são alunos-a-oficial ou aspirantes-a-oficial recém-formados da PMBA, não tendo o benefício alcançado as demais praças da corporação, tampouco policiais civis e demais categorias. É mais honesto dizer que a bolsa contempla um grupo específico, limitado, e quase inexpressivo diante dos milhares de integrantes em potencial para o benefício alcançar. Que ninguém se iluda achando que a ajuda veio para todos, há a esperança de alteração nas condições conforme apresenta hoje o Abordagem Policial, torçamos para que a idéia saia do papel e premie os cadastrados, já que em relação à formação de verdade, dá ensejo a uma análise um pouco pessimista.

Generalização

Não é nada disso que você está pensando. Aliás, acredito que a maioria não chegu a cogitar a idéia que esta manchete tenta transmitir, mas não duvido de muito homem médio ter pensado que vai haver alguma revolução na PMBA, ou melhor, nem dá para saber se é dela que se fala inicialmente, podem abranger para a Polícia Civil a interpretação. A verdade é que o tal treinamento especial deve ser fornecido a meros 50 homens selecionados para o BEPE. Arredondando o efetivo total para 28 mil homens, significa que cerca de 0,18% deste número será treinado, assim o texto mais adequado seria "Poucos/raros/escassos PMs terão treinamento de elite", aí sim faria sentido de imediato. A maioria dos selecionados costuma vir de unidades especializadas, e ainda que fosse um de cada localidade distinta, não seria suficiente para difundir o conhecimento à tropa no retorno. Por sinal, em sentido amplo, esta ainda não é uma prática corriqueira na corporação, a redistribuição posterior dos aprendizados adquiridos em cursos ao restante da tropa. Ou seja, praticamente nada muda no quadro atual, que ninguém venha a crer que em breve os prepostos ostensivos nas ruas terão passado por alguma jornada que modifique suas práticas, inove as técnicas, modifique as atitudes. Foi uma generalização indevida a aplicada na frase.

Quadrado

Nada como o dinamismo das notícias, permitindo atualizar com um update satisfatório quanto aos resultados da Operação Sol Quadrado. Não foi premonição, e sim feliz constatação ver os novos balanços que apontaram para algo em torno de R$ 11 mil apreendidos, algumas armas, 20 telefones celulares, cerca de 2000 "trouxas" de maconha e 71 pedras de crack, valores mais expressivos e condizentes com o esforço. Vale ressaltar que houve a participação de unidades como o GARRA-EsqdMclÁguia e BPGd, destacando a entrevista ao vivo do Cap PM Cledson do BPChq em jornal da Band ao meio-dia, onde o mesmo lembrou que a tropa seguiria sem intervalo de almoço cumprindo sua missão. Vezeiramente é bom passar por essas vivacidades, atividades de provação, que possam revigorar alguns valores, com a recompensa de ver materiais apreendidos e presos respondendo administrativamente por suas transgressões e penalmente pelos crimes cometidos dentro do presídio. Agora sim, boa essa operação hoje, melhor ainda se tivesse sido ontem, anteontem. Mas que chegue o amanhã, com mais bons resultados a colher.

Sol

Foi desencadeada nesta manhã a Operação Sol Quadrado (1, 2 e 3), o que deve ocupar os noticiários policiais locais até amanhã. Foram cerca de 250 policiais militares enviados em dezenas de viaturas para efetuar buscas na Penitenciária Lemos de Brito, sob comando do Cel PM Zeliomar Almeida Volta, do Comando de Policiamento Especializado. Fruto de um trabalho da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE-PCBA), junto ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO-MP-BA) e Batalhão de Polícia de Choque (BPChq-PMBA), rendeu resultados como a apreensão de aproximadamente 250 trouxinhas de maconha, 20 pedras de crack e R$ 2.000,00. Este é o balanço inicial da operação, um resultado não tanto expressivo diante do que se imagina haver em uma estrutura com mais de 500 celas em cinco pavilhões, com mais de 1500 internos. Sempre há o risco da informação vazar, ou dos presos conseguirem se desfazer de alguns materiais pouco antes da ação, mas é bom ver a adoção de posturas efetivas neste sentido, demonstrando a intenção de manter o controle sobre estabelecimentos prisionais através de práticas como esta.

Repetição

Quatro meses depois, outro major é vítima de disparos de arma de fogo durante roubo. Desta vez foi o Maj PM Eduardo Luís Costa Ferreira, o qual teria sido abordado por 2 homens em tentativa de roubo no seu veículo ao passar por lombada na Ceasa de Simões Filho. Prontamente reagiu, acabou sendo atingido e recebeu atendimento médico. É um nome de referência na PMBA, assim como seu irmão delegado Nilton José na PCBA. A ação transcorreu por volta das 18h do sábado, provando o risco elevado a que todos estão expostos.

Religião

Diferentes segmentos religiosos demonstraram preocupação com a violência em Salvador, a destacar a Igreja Católica, que programa uma série de atos de manifestação para a próxima sexta-feira, 1º de agosto. Por um lado é positivo no sentido de alertar as autoridades quanto à necessidade de rever a realidade do combate ao crime, mas por outro é mais um ato à parte, que não vai mudar a mentalidade dos infratores da lei nem tampouco reduzir sua violência através do clamor divino das orações. Mais eficiente parece ser primeiramente uma pressão policial, acompanhada pela intervenção do Estado no provimento às necessidades que lhe compete, estabelecendo efetivo controle. Caminhadas pacifistas e bloqueios de ruas como resposta da população ao mal que lhes assola é uma medida ineficiente e que só desestabiliza o esperado equilíbrio harmônico da sociedade. Até se dobrasse o valor do salário mínimo, reduzisse drasticamente a taxa de desemprego, é certo que o tráfico de drogas seria mantido em virtude da elevada demanda produzida pelos usuários. Em grande parte os casos a miséria deixam de ser determinante para o crime, a atratividade econômica do comércio de entorpecentes tem sido sedutora para os mais diversos segmentos sociais, este é o alvo principal.

Pioria

Mais ofensivas de bandidos são registradas, houve na noite de quarta-feira uma tentativa de homicídio contra o Sargento PM José Edvaldo de Souza Filho, que segundo o relato do jornal A Tarde foi perspicaz na reação ao ataque no bar, tendo atingido um dos acusados, que veio a falecer. O policial foi alvejado por um disparo, vindo a ser socorrido normalmente. Já hoje pela manhã, houve nova manifestação popular contra violência, fechando a Avenida São Rafael, ação prejudicial ao fluxo normal da cidade que tem se repetido dia após dia. Um pouco mais cedo, ao final da madrugada, um suposto ataque ao complexo de delegacias dos Barris teria sido registrado, foram ouvidos disparos nas proximidades, atribuídos a possível veículo onde alguém teria deflagrado tiros para o alto em movimento, já que não foram encontradas marcas dos disparos na estrutura, restando certa dúvida contra o caráter do atentado, suspeita-se de reação dos criminosos em retaliação a recentes prisões de acusados. Ontem houve ação policial ostensiva na área da Federação em busca de criminosos, rendendo até elogios dos homens de bem que moram na localidade. Em Cajazeiras, houve ação conjunta em busca de criminosos, PMs do GRAER e ROTAMO buscaram juntos aos civis do GERRC e DRFR alguns suspeitos, dois são acusados de resistirem, acabaram tombando em alegado confronto, gerando reclamações da população, como é de praxe. O desembargador Mário Albiani foi sequestrado em bairro nobre e liberado durante perseguição policial. Ao tempo em que essa postagem é preparada, já surge a manchete preliminar de troca de tiros entre traficantes na Boca do Rio nesta manhã, há poucos instantes. Nada freia o trem desgovernado da violência urbana.

Inócuo

Mais um "pacote" de medidas vagas, subjetivas e superficiais é lançado em forma de propostas no combate a homicídios após seminário da Polícia Civil da Bahia, que assim como a PM e a SSP como um todo, parece pecar por estes anúncios indefinidos. Vejamos com base no que foi apresentado pelo jornal Correio da Bahia como impressão das 5 propostas:

1- Desenvolvimento do trabalho de inteligência para identificar as áreas e os grupos que atuam no tráfico de drogas e na prática de assassinatos: não tenho dúvidas que os setores responsáveis já possuem mapeamento no mínimo satisfatório quanto a quadrilhas na cidade, talvez faltem mandados ou recursos operacionais para executar operações, ou dados sigilosos vazem antecipadamente, algo neste sentido. Investir em inteligência é chavão tradicional, bem desgastado.

2- Priorizar os recursos materiais e humanos para setores que atuam na repressão a homicídios e a criação do Departamento de Repressão a Homicídios: isto passaria a fazer sentido se fosse informado o percentual de aumento na alocação de recursos, bem como o prazo e detalhes sobre a criação do novo departamento.

3- Parcerias com vários segmentos sociais para que as autoridades policiais entendam melhor a dinâmica da criminalidade: As autoridades já deveriam dominar essas práticas, se não as conhecem suficientemente, é também algo incerto, incompreensível.

4- Cogitou-se a construção de presídios agroindustriais e pequenas unidades prisionais, que teriam respeitadas a sua capacidade ocupacional, além da imediata remoção dos presos das delegacias para presídios: é uma demanda antiga, e continua sendo só alvo de cogitação e discussão - alguém precisa determinar quando e onde serão feitas estas adequações terminantemente.

5- Maior interação dos organismos internos de segurança pública com os entidades sociais: muito bonita frase, mas diz pouco, quase nada. Se ainda não há interação suficiente, medidas concretas devem ser adotadas, não adianta só dzer que vai ser buscada essa interação sem apontar o processo, as ações.

Não tenho dúvidas de que é possível passar horas discursando sem dizer nada, falando do que é óbvio, do que é subjetivo, metafísico, abstrato. Assim se vai do nada a lugar nenhum.

Desatenção

Recentes fatos negativos envolvendo policiais militares incitam a discussão sobre a dificuldade de se manter alerta no transcorrer do serviço. Dois PMs foram mortos em viatura no Rio de Janeiro, ontem em Salvador um sargento levou 5 tiros dentro de módulo policial e ainda uma dupla de PO composta por um homem e uma mulher foi vítima da cruel ação em que policiais são rendidos e levam suas armas e coletes, não lhes tirando a vida por opção. Segundo dados da imprensa, no caso do RJ os bancos da viatura estavam deitados e não houve possibilidade de reação, no módulo em Paripe diz-se que o sargento estava sozinho, sem fazer uso do colete balístico à sua disposição, comia uma banana hora da ocorrência e também não teve como reagir, houve ainda a dupla em Pau da Lima que teria sofrido uma ação inesperada. À exceção do caso de corruptos mancomunados que compactuam em conluio com os bandidos forjando suposta emboscada, o combatente que é surpreendido, rendido e roubado pelos criminosos tem sua moral violentamente abalada e isso atinge a polícia como um todo, a despeito da satisfação em ter a vida preservada. É deveras árduo passar toda uma noite em claro em viatura estacionada, é muito difícil preservar-se alerta todo tempo durante um turno no módulo, é bastante complicado manter o controle do que ocorre à sua volta nas ruas. Porém o preço que se paga pelo descuido pode ser a morte, um grave dano à saúde ou a desmoralização. A rotina do serviço é traiçoeira, o relaxamento gradual é imperceptível, até que chega o baque da ação oportunista dos bandidos. O desafio para todos é como impedir a sonolência e a postura relaxada com o passar do tempo; talvez o dinamismo das blitzes, a interação na realização de abordagens ou outras práticas mais agitadas possam colaborar no intuito de evitar o alto custo da conduta relapsa. Em um só dia, foram 4 pistolas a menos para a corporação e 4 a mais para os criminosos, em breve os disparos delas podem vitimar um bom PM, um cidadão comum, uma pessoa inocente.

Perecível

Saidemberg Cruz, 32 anos, foi morto a tiros na noite de ontem em Cajazeiras, onde atuava como segurança. O curioso deste fato é que ele havia se tornado conhecido por estampar os outdoors da prefeitura anunciando a chegada da Guarda Municipal de Salvador, sem no entanto pertencer a ela. A real profissão dele pode ter motivado o crime devido a eventuais envolvimentos em problemas anteriores, fica a cargo da delegacia apurar essa questão, mas supondo a hipótese onde alguém que atua como modelo fardado em anúncios de uma corporação seja vítima de violência tão somente pelo seu cargo, não seria previsível esta possibilidade? Penso que sim, afinal no tempo em que vivemos o título de policial torna o indivíduo um alvo em potencial, além disso o crime pode não diferenciar GM de PM, tendo em vista que, sendo foras-da-lei, temerão e hostilizarão os responsáveis pelo cumprimento delas. Sabe-se que só uma parcela da GMS portará arma de fogo no exercício de suas funções nas ruas, oxalá não se tornem vítimas indefesas dos ataques de bandidos.
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Foto: Antônio Fonseca

Deseducação

Assisti a um vídeo da ação da PMMT recentemente em Rondonópolis, durante partida entre Vila Aurora e União. Pelo que foi dedutível das imagens, surpreende a ação desrespeitosa de uma moça loira que atenta contra a autoridade constituída na figura de um policial. Nem a mística do "homem de preto" foi capaz de conter a fúria da mulher que, pela interpretação feita, nitidamente afronta o PM com impropérios e gesticulando com desprezo contra o homem, que pacientemente suporta, até recua, tentando desestimular a continuidade do que já parece ser crime. Com frieza e profissionalismo o policial suporta a provocação atrevida da torcedora, até que a mesma ousa se aproximar a uma distância corpo a corpo que qualquer pessoa comum não admitiria, quanto mais um policial armado em serviço. É devidamente repelida pelo afastamento que o combatente faz com um braço, então parte para cima com um golpe tipo "voadora" agredindo o PM, que em legítima defesa reage proporcionalmente. Ela continua agitada, tentando surrar o policial, recebendo apoio de cúmplices em meio à torcida que tentam livrá-la da ação legal repressiva. Em momento algum cessa sua agitação, continua a chutar e espernear, desobedecendo à legítima atuação dos policiais, que não desferem golpes desnecessários nem agridem a mulher, até que a conduzem para baixo, "retirando do foco", conforme preceitua doutrina de atuação em estádio de futebol. Não sei do passado dela, mas pelas atitudes talvez tenha sido mal acostumada com mimos, gracejos e galanteios sedutores, ou lhe faltou educação doméstica, na escola, no trabalho, na vida. Que sirva de exemplo para que todos saibam como não devem se comportar diante da polícia, atentando violentamente contra quem está ali para colaborar e merece o devido respeito. E finalmente, parabéns àqueles homens da Polícia Militar do Mato Grosso, que pelo demonstrado na filmagem, não titubearam em fazer cumprir a lei.

Recomendo que assistam ao vídeo, desprezando a narrativa e repetindo as cenas, para ver como é clara a ilicitude e a agressividade da torcedora. Links: Terra e YouTube

Males

Lamentavelmente nos últimos tempos só más notícias foram garimpadas aqui, contrariando a intenção inicial do blog, mas não há como fugir da realidade. Hoje os jornais voltaram a tratar com destaque das questões criminais na cidade, ainda nesta manhã houve um violento ataque ao módulo policial da estrada da Cocisa, área da 19ªCIPM/Paripe (1, 2 e 3), três homens encapuzados acuaram o sargento PM Wilson Venceslau dos Santos, atingindo-o com 5 tiros; no momento ele se encontrava sozinho, depois foi atendido em estado bastante grave em hospital na cidade. Diz-se que foram mais de 20 tiros contra a estrutura, 0s criminosos levaram 2 pistolas calibre .380, e mais do que isso, voltaram a desafiar com violência as autoridades. Um dos indicadores do grau preocupante que a situação atingiu é quantidade de aparições dos fatos nos telejornais nacionais, mesmo não sendo algo definitivo, a incidência descomum de reportagens na cidade neste segmento é prelúdio do alcance de graus elevados de insegurança. Sucedem-se os grandes roubos, chacinas, atentados aviltantes, clima calamitoso. Só novas viaturas, misturando a padronização das polícias militar, civil e técnica, não vão solucionar o problema, tampouco a mera inclusão de Direitos Humanos ou outras matérias nos currículos dos cursos de formação. É preciso acelerar o processo de liberação de policiais alocados em funções distantes da atividade policial, "emprestados" a outros órgãos, bem como manter continuado processo de formação de soldados já com novos concursos, alcançando patamares próximos ao ideal no efetivo das polícias, elevando a cobrança mediante provimento de recursos, equipamentos e condições de trabalho, com consequente melhoria na prestação do serviço.

Fiasco

A apresentação dos novos agentes formados e entrega das centenas de viaturas recém-adquiridas seria uma tentativa de amenizar a tensão estabelecida ultimamente tanto em âmbito nacional quanto localmente, dados os últimos acontecimentos. Mas além de ter vindo logo após um final de semana com elevado número de homicídios nas chacinas, em dia tenso na cidade pelas manifestações em reação à violência, algo errado aconteceu no "desfile" após a apresentação das novas viaturas azuis. Segundo A Tarde foram DUAS, a BandNewsFM falou em QUATRO, enquanto o AratuOnline afirmou serem DEZ as viaturas envolvidas em colisão logo após terem sido apresentadas. O alto investimento exposto orgulhosamente acabou sendo danificado mesmo antes de ir às ruas verdadeiramente, apesar da gritante discordância dos repórteres quanto à quantidade de veículos envolvidos no suposto engavetamento. O que se diz é que alguns foram comprometidos a tal ponto que não foi possível prosseguir a condução, ensejando reboque. A Secretaria de Segurança Pública logo vangloriou-se de que não haveria prejuízo ao Estado, em virtude do convênio firmado prever substituição imediata em caso de defeito, mas com certeza esta não era a finalização desejada em protocolo. Resta o consolo de governador ter demonstrado considerar a hipótese de fazer novo concurso para a PM; quanto antes melhor.

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Fotos: Luciano da Matta/A Tarde

Premonição

No post Checagem, ontem, foi citada a chacina no Bairro da Paz, vinculando a ocorrência, em parte, à falta de fiscalização nos veículos. Horas depois, nova chacina registrada, no Engenho Velho da Federação, novamente os bandidos chegaram em carros, táxi. Estão aprendendo a deixar de lado a exposição nas motocicletas, que também não são suficientemente fiscalizadas, dada a quase predominância de pessoas que as pilotam sem o uso obrigatório do capacete, ou até conduzindo perigosamente sobre uma roda. Obviamente não só por isso aconteceram as tragédias, que por sinal alcançam graus nunca antes vistos na cidade, vide as capas da mídia impressa e os telejornais, quase todos visivelmente discordando quanto aos números divulgados, mas dando destaque à gravidade das práticas.

Foi-se o tempo em que as vítimas eram sempre envolvidas com drogas; a motivação dos ataques continua sendo atribuída ao tráfico, mas inocentes passaram a ser alvos dos ataques, indicando praticamente a formação de facções criminosas que empreendem verdadeiros combates entre si por áreas na cidade, agindo com vingança contra a população, em atos típicos de terrorismo. Algo inesperado ocorreu, nos dois casos houve manifestação do povo, ato típico de reação a supostos ataques policiais, mas raramente registrados quando a violência parte dos traficantes. Ou os populares acreditaram na capacidade da mobilização ou foram coagidos pelo crime a assim agirem, o que seria extremamente grave. A Avenida Paralela foi fechada, provocando imenso congestionamento, bem como em áreas da Federação, envidando esforços da PM na tentativa de reestabelecer a normalidade. Dificuldades para os marginais são esperadas, mas está se tornando complicada também a sobrevivência policial e dos demais cidadãos no município.

Ilícitos

Fatos comprometedores à reputação das polícias tem acontecido em todo país, envolvendo diversos postos e graduações. Recentemente foi noticiada a prisão em flagrante de uma tenente da PMBA de nome Jaqueline dos Anjos Reis, pesando sobre a mesma a acusação de prática de estelionato, cuja vítima seria outra oficiala do mesmo posto, que trabalhava na mesma unidade. Hoje chega a informação de que Diego Fusco, cadete da PMERJ, é acusado de roubo, ao se envolver em problemas estando alcoolizado na madrugada deste domingo. Acabou sendo preso, ambos os fatos serão devidamente apurados, a torcida é sempre para que prevaleça a justiça, custe o que custar, doa a quem doer. Em restando provado, fatos desabonadores como esses supostamente cometidos merecem punição exemplar visando não mais macular a imagem das corporações.

Checagem

Quantas vezes a Polícia Rodoviária Federal, Militar ou agentes de trânsito lhe pararam para verificar seus documentos preventivamente? Pelo menos por aqui a maioria dos viventes responde com um sincero nunca. Tem gente que, não fosse pela auto-disciplina, poderia estar conduzindo veículo sem habilitação e sem documentação há anos, para não dizer décadas, sem que até hoje fosse fiscalizado. Não creio que haja consulta "disfarçada", alguém checando possível atraso em relação a documentação do carro por meios eletrônicos, sem a tradicional parada. Talvez por isso certas modalidades criminosas cresçam tanto, já que muitos pregam a necessidade de uma fundada suspeita tão fundada que já parece confirmada: só um carro com homens mascarados e de armas em punho seria motivo para tal; o casal, a mulher, o idoso, quase ninguém aceita ser fiscalizado, sai sempre com uma reclamação, como se tivessem perdido precioso tempo de vida ou passado pela submissão mais aviltante. Algumas blitzes só abordam ônibus e motocicletas, raramente carros, e se forem táxis então, menos ainda. Há então terreno fértil para o transporte de drogas e armas por este meio, seja por inércia desidiosa de policiais e agentes de trânsito, ou juntamente pela mesquinhez de quem prega esta verificação como constrangimento repugnante, como violação à liberdade, quase um crime hediondo, baseado no aproveitamento libertino de certas garantias constitucionais. Depois queixam-se dos maus resultados na repressão à criminalidade: ontem em mais uma chacina um bando matou a tiros 4 pessoas e feriu mais 3 no Bairro da Paz, eram cerca de 10 divididos em 3 carros. O "bonde", como chamam no Rio de Janeiro, certamente transitava tranquilo antes do crime, ciente da quase inexistente possibilidade de ser parado por alguma autoridade.

BEPE

O Batalhão Especial de Pronto Emprego (BEPE) está sendo criado na Força Nacional de Segurança Pública (FNSP). É uma especialização dentro da especializada, tendo em vista que a rigor na Força só ingressam policiais seletos que se destacam por suas capacidades, surgindo ainda este novo afunilamento, onde devem ser selecionados cerca de 50 policiais de cada um dos 11 estados que irão colaborar, entre eles a Bahia. Creio que estas dezenas representem um sensível desfalque nas corporações, porém o benefício em retorno parece compensar, já que além da capacitação técnica diz-se que os policiais trarão consigo os equipamentos, armas, viaturas, coletes e tudo mais que for utilizado durante os 12 meses à disposição, no aquartelamento em Goiás, para serem empregados com brevidade diante de necessidade. Ainda guardo certo receio de que nivelamentos táticos sejam suficientes para capacitar um PM do Rio Grande do Sul a atuar bem em Roraima, por exemplo, já que o conhecimento do modus operandi, das peculiaridades e diferenças locais tende a estar mais acessível ao veterano daquela área do que com quem acaba de chegar, por mais preparado que esteja; contudo, só a provação prática pode dirimir esta dúvida.

Tristeza

O sofrimento é um mal que com certeza se abate mais sobre os policiais do que a outros profissionais, mais ainda no tocante aos militares, que integram a linha de frente do combate. Manchetes de ontem para hoje:

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São Paulo:

- Morre policial civil do GOE durante roubo

- Soldado morto a tiros de fuzil durante patrulhamento

Rio de Janeiro:

- Sargento e cabo fuzilados em viatura

- Sargento é baleado em serviço

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Bahia:

- Sargento fardado mata ex-mulher e comete suicídio

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A sensação de em uma sexta-feira despedir-se dos colegas para mais um final de semana com a dúvida perene sobre se todos estarão de volta na segunda-feira é altamente estressante para quem a vive semanalmente; força.

Foto: Domingos Peixoto/Extra

Palhaçada

No Band Cidade desta noite uma reportagem muito interessante apresentou uma fraude praticada por gente cínica e mau caráter. Minha intuição foi certeira, nos últimos dias vi nas ruas diversos daqueles famosos "doutores da alegria" como foram genericamente vulgarizados, pessoas de jaleco e pintadas de palhaço pedindo dinheiro no semáforo, sob pretexto de manter atividade lúdica para crianças doentes. Pelas posturas dos falsos anjos suspeitei das intenções dos mesmos e o elogioso trabalho do jornalista foi certeiro em flagrar a farsa. Podem até existir os bem intencionados, mas vergonhosamente há muita gente descomprometida com qualquer causa altruísta, agindo de má-fé para enganar os passantes e obter dinheiro para fins escusos, não declarados. Fugiram das câmeras, ou declararam prestar auxílio a entidades que, quando questionadas, negaram o recebimento de qualquer apoio material ou teatral, queixando-se ainda do uso indevido do nome. É esta a sociedade em que se vive atualmente, onde gente descarada reveste de falsa filantropia uma mendicância pútrida. Triste para quem presta o serviço voluntariamente en verdadeira filantropia. Parabéns pelo trabalho da emissora, torçamos para que haja policiais atentos à repressão de práticas como essa, disfarçadas em meio ao dia-a-dia, e altamente nocivas à coletividade.

Obs: Doutores da Alegria, em verdade, são uma ONG aparentemente séria e respeitada, ao contrário dos criminosos tratados na reportagem, que às vezes usufruem indevidamente do título.

Humor

Um dos males a que este blog humildemente tenta combater é o discurso falacioso de muitas autoridades e setores da imprensa. Por aqui predomina uma abordagem mais séria questionando o status quo vigente, porém é bom ver outras vertentes do mesmo ideal, através do humor por exemplo. Nos últimos dias o Diário de um PM tem apresentado descontraídos aplicativos como o Gerador de discursos policiólogos, além do Gerador de nota oficial do governo. São idéias criativas e relaxadas, com certeza quem se propuser a preencher o breve questionamento vai ver como a resposta obtida é semelhante com o que se vê diariamente na mídia. Mas que fique restrita aos meios policiais a brincadeira, senão em breve é bem capaz de ter gente importante se baseando nos resultados para fazer seus pronunciamentos.

Crises

Surgem alternadamente crises nas polícias pelo país, a última foi em Rondônia, aparentemente já resolvida, porém marcada pela aura calamitosa dos saques e tantos outros crimes cometidos devido ausência de policiamento ostensivo nas ruas. Subsistiu-se de março a abril algo semelhante em Salvador-BA, com a paralisação dos policiais civis e ameaça de adesão dos militares, rememorando os momentos vividos no pleno caos em 2001. Permanece no Rio de Janeiro a sensação de que algo ruim pode advir do clima desagradável marcado no quadro da segurança pública estadual. Ou as corporações não tem sido bem representadas ou deixaram de receber o merecido respeito e consideração dos governantes no atendimento aos seus pleitos, como bem sintetiza o Cap PMERJ Luiz Alexandre relacionando as realidades em RO, BA e RJ. É penoso verificar a constância das negociações que enveredam por estes recursos apelativos por falta de consenso entre as classes e o governo, em um embate deveras nocivo ao interesse público.

Seguinte

Outra ocorrência envolvendo morte de vítima é registrada no Rio de Janeiro, inevitavelmente a repercussão midiática é cercada de fanfarronice e amadorismo. Como não creio na possibilidade do cidadão comum se colocar na condição daqueles policiais por pleno desconhecimento, conclamo os combatentes a avaliar doutrinariamente o que ocorreu. Há uma perseguição, próximo a ser alcançado ocupante do veículo em fuga efetua disparos, atentando injustamente contra a vida dos policiais, do que se infere a ação amparada pela legítima defesa, reagindo proporcionalmente ao risco. Há de se considerar a possibilidade de haver reféns, seja no espaço dos passageiros ou na mala do veículo. E então, o que fazer: esperar que os integrantes da guarnição sejam alvejados por mais tiros, reagir no cumprimento do dever mesmo com o risco da própria vida, ou parar a viatura e deixar o criminoso escapar fazendo o que bem entender dali em diante? O comando da PMERJ e o secretário de segurança pública do estado foram sábios em reconhecer a legitimidade da ação; a quem vive alheio ao serviço só criticando a atuação dos outros resta o inevitável desprezo às colocações espalhafatosas e ignaras.

No Jornal Hoje, em entrevista ao vivo, o apresentador Evaristo tentou de todas as maneiras pressionar o tenente-coronel sendo visivelmente deselegante, envolvido por uma aura amadora de emoção por se tratar de Luiz Carlos Soares da Costa, um homem que trabalhava no jornal O Globo.

Houve crítica ao tratamento dado aos corpos logo após os disparos, em breve análise legal perguntaria se é exigível do homem médio ter todo zelo e compaixão com quem acaba de atentar contra sua vida a tiros. Penso ser mero exaurimento da ação, porém é oportuna a revisão dos atos nesta modalidade de ocorrência evitando possíveis falhas. Era previsível que um dos ocupantes fosse vítima? Eis o complexo xis da questão.

Desfalque

Mais polícia falecendo no estado, em Feira de Santana foi morto o Sgt PM Wilson Carlos Oliveira França, tendo recebido 4 tiros em suposto latrocínio, que também pode ter sido somente homicídio. Estão sendo feitas investigações na intenção de capturar os acusados. Diz-se que o mesmo servia ao CFAP em Salvador, o enterro acontece hoje.

Generalato

Ontem no Domingo Espetacular da Rede Record foi transmitida mais uma das tradicionais reportagens sobre o Exército Brasileiro, falando sobre os treinamentos de guerra na selva e a questão militar da Amazônia. Além do que costuma impressionar os civis, e ser algo corriqueiro para os combatentes, houve algo digno de registro, uma manifestação do generalato em defesa dos interesses institucionais, cobrando maior valorização do seu trabalho.

"Faltam meios para realizar um efetivo patrulhamento da fronteira", palavras do General-de-Divisão Jeannot Jansen da Silva Filho.

"Um fuzil com 43 anos de uso, viaturas bastante antigas, equipamento individual bastante antigo, tudo isso merece uma reflexão. Eu acho que nós podemos aspirar coisa melhor" General-de-Divisão Augusto Heleno Ribeiro Pereira

"O Brasil precisa ter um exército à altura da importância política estratégica que ele tem" General-de-Exército Enzo Martins Peri.

A revista Veja tratou há alguns meses desta certa liberdade que os oficiais generais gozam para falar de assuntos polêmicos em decorrência de terem alcançado postos elevados no topo da hierarquia. Precisamos de virtudes assim nas polícias, para que hajam defensores da causa, manifestando sobretudo o interesse em elevar a qualidade da prestação do serviço através do provimento de estrutura e condições dignas de trabalho a toda a tropa.

Inevitável

Rondas ostensivas, blitzes preventivas, ação de presença. São diversas as formas da Polícia Militar atuar no intuito de inibir práticas delitivas; contudo há crimes que parecem inevitáveis, não há como prevenir, só como remediar. Alguém imagina como a PM poderia ter evitado a morte da menina Isabella Nardoni? Creio que não há como, nem mesmo para a Polícia Civil. Ontem em Unaí-MG acusa-se que um homem sem envolvimento com drogas ou crimes, acima de suspeita, matou o pai, a mãe e as duas irmãs a golpes de canivete e marreta, dentro de casa, supostamente em virtude de discussão provocada pelo esquecimento de uma lâmpada acesa. A PM age sobre o seio do lar, patrulhando domicílios? Sabe-se que não, apesar de que estes números engrossarão as estatísticas de homicídios, e certamente as autoridades e a imprensa vêem com facilidade a saída de responsabilizar a polícia pelos fatos. Nos dois exemplos, penso que foi feito tudo possível para remediar a ação: se vítimas fossem encontradas com vida, seriam socorridas, os acusados foram presos, a perícia faz sua parte, há investigação sobre o passado do acusado; no mais, não haveria verdadeiramente como evitar. Isto é algo que precisa ser pensado todas as vezes que se falar de crimes contra a vida, já que alguns ocorrem dentro de casa, motivados por questões passionais, crises familiares, nas quais é remota a possibilidade de intervenção, salvo pelo acionamento através de testemunha e interferência a tempo na ação, porque quanto às causas e motivações, não há o que fazer, apesar de futuramente os números não levarem em consideração estas peculiaridades e responsabilizarem a polícia irrefletidamente.

Proibido

"O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, enviará um ofício na segunda-feira a todos os Estados, informando que o dinheiro da União não poderá mais ser usado para comprar armas de guerra para policiais, como metralhadoras e fuzis". Esta nova diretriz visa estimular aquisição de carabinas, difundir no policiamento o uso do calibre .40 e para grupos especiais o 556. Realmente é mais fácil, rápido e barato desestimular o uso de calibres como 7,62 do que prover instrução suficiente para capacitar os policiais no emprego destas armas. Onde ainda há certo domínio das tensões na sociedade, o armamento mais pesado já é naturalmente reservado para casos extremos; creio que a perda do controle no Rio de Janeiro fez com que guarnições tipo A, compostas por 2 homens, passassem a portar fuzis, vulgarizando a utilização, e o recente caso do garoto João Roberto foi o estopim para esta decisão emotiva e precipitada.

É comezinho pensar que os criminosos estão alheios a tudo isso e continuarão agindo impiedosamente; resta saber como fica a segurança das bravas guarnições que combatem o tráfico e os roubos a banco no interior da Bahia por exemplo, onde quadrilhas invadem cidades rendendo, subjugando e matando os escassos policiais, disparando tiros por todos os lados, fogo à vontade. Uma medida como esta, que foge à aceitável tendência restritiva, sendo proibitiva e soberba, pode prejudicar quem realmente necessita deste recurso para preservar sua vida e a dos bons.
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Figura 1: Montagem - Foto: GoogleImagens
Figura 2: CAESG/PMBA - Foto: Orkut

Rio

Acompanho com atenção a situação da segurança no Rio de Janeiro, sem divulgar muito aqui no blog, seja por priorizar os assuntos locais, ou pela cautela necessária ao comentar sobre o que ocorre em outra polícia, em outro estado. Mas as últimas informações dão conta que beira a calamidade o momento vivido, não tanto pelos erros flagrados ultimamente, mas pelo estado de ânimo da tropa, vide a autêntica representação através de blogs (Praças da PMERJ, Blog do Pracinha, PM Utopia), que podem não representar uma condição unânime, mas apontam o pensamento de parcela significativa. A proposta de adotar uma postura omissa de agora em diante trará graves conseqüências à sociedade, a inércia do governo parece ter forçado os policiais a recorrerem às últimas formas de fazer ouvir a sua voz. Além da leitura diária dos relatos de descontentamento através dos blogs, a reportagem mostrando os cartazes colados em postes pela cidade demonstra a extrapolação dos limites, essa "panfletagem" anônima certamente oriunda dos policiais militares chocou pelo conteúdo, pesado e verídico, a destacar as frases: "Ninguém respeita o direito do PM. Tratam-nos como animais e debilóides, o que podemos esperar de animais e debilóides armados?", "O PM vive na ditadura, sobre (sic) pressão, acuado, desmotivado". Há em um blog uma postagem com relato dramático "Ontem pela manhã já sentia que o clima na PMERJ não era nada bom... Foram inúmeras faltas ao serviço, policiais militares fadigados e com uma péssima aparência nas ruas, quase que se arrastando inertes a tudo que ocorria ao seu redor, e um destes policiais militares após tentar suicídio...". É grave a situação, e ao que tudo indica tende a piorar, infelizmente. Que sirva de lição às autoridades do restante do país, para que certos erros não sejam repetidos.

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P.S: Up - Uma tonelada e meia de maconha apreendida em ONG que trata dependentes químicos no Morro da Mangueira, Rio de Janeiro.

Trote

É tema recorrente em reportagens, parece infindável, mas nem por isso deve deixar de ser combatido. O trote representa grande mal à prestação de serviços de emergência, mas a sociedade não tem tomado providências suficientes, nem as autoridades competentes. É oportuno e necessário introduzir noções educativas às crianças em idade escolar para desestimular esta prática, uma vez que muitos pais ausentes pouco acompanham as práticas dos seus filhos, alguns até devem acha graça em tamanha tolice, mas é parcialmente compreensível por se tratar de crianças. Porém é inconcebível que um adulto, à exceção dos incapazes, seja vezeiro nesta prática, como uma mulher que fez somente este ano 4240 ligações para o 190 por motivo de brincadeira. Possivelmente ela não fez isso sempre escondido, deve ter alguém que saiba desta prática perniciosa mas mantenha uma cumplicidade igualmente maléfica, prejudicando toda a sociedade, que sempre vai reclamar da demora dos bombeiros, da polícia, mas pouco age no sentido de facilitar este trabalho. Porém vou mais adiante, assumindo o risco de errar por ainda desconhecer a fundo o processo legal para se identificar um número e buscar providências: como é que a polícia se deixa ser lesada por tanto tempo? Ou é inércia dos responsáveis ou então entraves judiciais impedem a repressão, porque a partir do terceiro trote já parece ser suficiente a reação, quanto mais esperar reunir a casa dos milhares e ainda assim ser lesado dia após dia pela mesma pessoa. Há anos vejo histórias de brincantes que fazem centenas de ligações sem necessidade; será que não há como legislar algo neste sentido, ou aplicar lei já estabelecida? Difícil acreditar, mas além de merecermos, temos que nos dar mais respeito.

Operações

A Operação Satiagraha tem dado o que falar, como é de costume a Polícia Federal monta todo um espetáculo em volta das ações que envolvem gente poderosa sendo presa (Daniel Dantas, Celso Pitta, Naji Nahas). Atribuiria à PF a consolidação desta moda de dar nome às operações policiais no país; Satiagraha por exemplo, significa resistência pacífica e silenciosa, conforme nota divulgada pela PF, foi um movimento proposto por Mahatma Gandhi de resistência sem violência à ocupação britânica na Índia, é a força da verdade. Sem intenção depreciativa, mas com inevitável pitada humorística, aponto que a PMBA desencadeou nesta madrugada a "Operação Bilunga" através da 20ª CIPM/Santo Amaro, onde foram presos 6 homens, 3 mulheres e apreendidos 2 adolescentes. Fui pesquisar o que seria Bilunga, segundo o Dicionário Aurélio Século XXI é um substantivo feminino, oriundo de brasileirismo, popular em Alagoas. Bilunga é o mesmo que bimba. Sendo novamente necessário, consultei que bimba é pênis de criança, mas ao que tudo indica a ação não era de combate a pedofilia ou algo semelhante, não deu para concatenar o título ao texto. É, e lá na Ilha do Dendê, nesta terra de todos os santos, a polícia continua as buscas para prender outro traficante conhecido como “FUSCÃO”, e os comparsas de “ZOIO”, conhecidos como “CARA DE SAPO” e “GEL”. Curioso isso.