Através deste blog, pude estabelecer contato com policiais de diferentes e

stados, conhecendo outras realidades, ampliando horizontes. É, talvez, a grande meta de qualquer blog o estabelecimento de um diálogo, um canal de comunicação para troca de idéias e informações com diferentes ou semelhantes. Mas, a quantas anda essa matéria na Bahia? Infelizmente, ao que tudo indica, deixa muito a desejar. Modéstia à parte, o
Blitz Policial e o
Abordagem Policial têm servido de espaço aberto para discussões, logrando sucesso no fomento ao debate. Enquanto isso, igual liberdade não é vista, por exemplo, do
Blog À Queima Roupa, da jornalista Jaciara Santos, do Correio.
Em uma recente postagem, sobre a lei que reestruturou a PMBA, identifiquei um aparente erro, já que a jornalista postou que a lei

entrava em vigor no dia 06, quando na verdade ela foi sancionada no dia 06, mas em seu texto expressamente registrou que vigorava a partir de 1º de janeiro. Poderia até ter me equivocado, mas o que não esperava era a sumária censura do comentário, que não foi publicado nem respondido, mesmo constando meu e-mail. Tempos depois, voltei a enviar um comentário, devidamente formal e respeitoso, questionando sobre o assunto, e novamente, nem resposta nem publicação. Hoje tentei novamente, uma semana depois, mas sem acreditar que teria sucesso. A paisagem é de uma jornalista censurando duramente um policial militar - quem diria que viveriamos essa realidade já em 2009? O país está muito, muito mudado.
Outra expectativa não correspondida é a do
Blog Almiro Sena, Promotor de Justiça, grande defensor dos Direitos Humanos na Bahia, sempre atuante no Ministério Público, constantemente criticando erros policiais na imprensa.
Ontem foi publicado com destaque um texto de Felipe Freitas, acadêmico de direito e militante do Núcleo de Estudantes Negras e Negros da Universidade Estadual de Feira de Santana(UEFS), constando uma pesada crítica à
polêmica gerada pela entrevista do secretário de segurança pública, com sérias acusações contra as polí

cias baianas, como nos trechos "..
.é, na verdade, um discurso de legitimação do extermínio, uma porta aberta para violação dos direitos humanos e para o acirramento das agressões a jovens negros dos bairros populares por parte do aparato da polícia" ou ainda
"...profunda tolerância à tortura, prisão e execução de homens jovens, negros e pobres", bem como "..
.ele assume toda a sua branquitude burguesa e declara guerra às comunidades populares, onde estariam os grupos inimigos, leia-se os trabalhadores e desempregados, negros", entre tantas passagens onde há uma acusação grave de racismo contra a população, maldizendo o trabalho policial em Salvador. Postei um comentário, que lá pelo menos foi publicado, mas até o momento sem qualquer resposta, alertando que o comandante geral da PMBA é negro, bem como seu antecessor, e também o delegado chefe da Polícia Civil é um neg

ro, o que abala profundamente as incriminações, exigindo explicações.
Modéstia à parte, aqui e no Abordagem o leitor é visto como um parceiro, é respeitado, geralmente recebe resposta quando é cabível, ao contrário do que tem ocorrido em locais onde seria esperada receptibilidade bem maior... É hora de rever alguns conceitos sobre rótulos de vilão e mocinho na nossa história. Vamos abrir espaço para o diálogo, a interação, a boa convivência.