quinta-feira, 30 de abril de 2009

Comparativo

Ontem e hoje duas trocas de tiros envolvendo policiais e criminosos resultaram em mortes, sendo 4 tombamentos ontem na Capelinha de São Caetano e outros 5 hoje no bairro de Arenoso, ambos em consequência da repressão conjunta de policiais civis e militares contra bandidos nessas áreas. Comparando-se a reportagem de cada caso feita pelo Correio(casos 1 e 2) e A Tarde(casos 1 e 2), é preciso reconhecer que o primeiro foi mais feliz em suas colocações. O jornalista que escreve a matéria, no geral, não presencia os fatos, logo suas considerações são fruto de sondagem com populares, indicativo das testemunhas e versões das partes envolvidas. Por que, então, não utilizar um "conforme", "de acordo", "segundo" antes das colocações, apontando a origem do depoimento, como bem fez o Correio? O conteúdo é sempre baseado na palavra de alguém, seja da guarnição, dos acusados, de terceiros ou quem quer que seja. A Tarde prefere priorizar o enfadonho e duvidoso expediente do "suposto", e mesmo tendo um policial civil atingido na mão por disparo de arm de fogo hoje, a ocorrência é tratada como suposto tiroteio; mesmo os mortos tendo longa carreira no crime e passagens em delegacias, continuam sendo apontados como supostos marginais. É ler para crer, parece má vontade intencional mesmo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Parto

Eis que em meio a tantas mazelas, problemas, mortes e vilezas que cercam a rotina das guarnições, surge uma notícia quase poética: uma nova vida que desperta dentro de uma viatura. Em Ibotirama, nesta madrugada, uma mulher deu à luz dentro do veículo policial que a acudiu, chegando no hospital, e as informações passadas pela imprensa dão conta que a mãe e o bebê passam bem, devendo ter alta ainda amanhã. Não é o mais frequente, mas de vez em quando acontece, e para isso é preciso estar preparado, com um mínimo de conhecimento sobre como proceder, e pelo menos com luvas descartáveis sempre à disposição, afinal, querendo ou não, a nobre função policial militar perpassa por atividades inusitadas como essa, ainda que muitos sejam incapazes de reconhecer e valorizar.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Dedicação

O serviço público como um todo, através de características como a estabilidade assegurada aos concursados, às vezes acaba por consentir a existência de parasitas que somente sugam o organismo sem nada acrescentar, alguns sentindo-se ainda mais prejudicados do que beneficiados, são sempre vítimas no processo. De fato, há o cometimento de injustiças em alguns casos e a falta do devido reconhecimento e recompensa em outros, mas é preciso estar atento aos momentos em que merecedores de méritos logram êxito, fruto de condutas pregressas exemplares. Há quem tente distorcer essa realidade, acusando, no meio militar, de ser "peixe" aquele que alcança uma posição mais privilegiada, de ser "macetoso" por ocupar vaga em função mais confortável, mas talvez isso reflita a contrapartida pelos bons serviços prestados durante um período. De fato, há os indevidamente beneficiados por critérios não meritocráticos, desviando o ideal do merecimento, que passa a aceitar subjetivismo pessoal e expedientes pouco éticos, porém não há como negar que existam pessoas fugindo da preguiça, do braço cruzado e da reclamação constante, preferindo arregaçar as mangas e pôr a mão na massa, o que talvez justifique terem alcançado um status desejado por tantos outros - e que sirva de bom exemplo aos demais.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Álcool

Via e-mail, um colaborador apresentou sugestão de pauta sobre alcoolismo, com base na manchete da Gazeta de Alagoas, dando conta que "Alcoolismo atinge cerca de 2 mil PMs", realidade esta que não é estranha aos demais estados do país, onde a batalha contra a bebida é vivida por muitos milicianos. Trata-se de um mal preocupante sobremaneira, afinal quem lida com armas de fogo precisa estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, para que não haja risco do cometimento de sandices contra quem quer que seja, inclusive a si mesmo. O regramento castrense tipifica como crime a embriaguez em serviço, enquadramento que às vezes necessita ser aplicado diante de circunstâncias imperiosas. As corporações, a alagoana dentro em breve e a baiana já há algum tempo, dispõem de serviços de acompanhamento em busca da "cura" para a dependência, seja através do convencimento racional ou da alienação que de algum modo afasta o homem da bebida, como por exemplo a via religiosa. O problema tem alcançado diversos graus hierárquicos, comprometendo a gestão em patamares mais elevados, e relegando a serviços de faxina e manutenção profissionais que foram formados para atuar diretamente na defesa da sociedade, porém não mais dispõem de condições para assim proceder. A quem atribuir responsabilidades: o policial que decide tomar esse rumo? As "piriguetes" que o induzem a cair na bebedeira? Más companhias? Problemas? Falta de acompanhamento da corporação? Difícil especular, o certo é que o consumo de álcool em níveis imoderados e doentis abala carreiras, famílias e vidas.

domingo, 26 de abril de 2009

Vidas

Dois fuzileiros navais faleceram ontem à noite durante treinamento. Geralmente não se passa longo período sem que seja constatada a morte de militares, sejam bombeiros, policiais, do Exército, Marinha ou Aeronáutica, durante manobras, exercícios simulados e instruções diversas. Ao final, são vidas sacrificadas por um nobre ideal de servir com excelência, ou vidas desperdiçadas por falta de profissionalismo e excesso de traquejo? Difícil avaliar. Sim, quem interage com armas e passa por provações extremas está sujeito a riscos diferenciados em relação às demais profissões, mas até que ponto isso justifica tantos óbitos constatados com certa semelhança? Uma coisa é tombar em confronto, enfrentando o risco ajuramentado, mas daí a sucumbir ou sofrer limitações eternas enquanto se fantasia um combate a inimigo imaginário, que talvez nunca seja encontrado, há um grande paradoxo.

sábado, 25 de abril de 2009

Corrigir

Amanhã será disputado novo BAxVI em Pituaçu, excelente oportunidade para corrigir falhas percebidas no último clássico, onde a PM pareceu tolerante demais diante dos primeiros indícios de agressividade das torcidas. Faltaram patrulhas na área externa enquanto a bola rolava, o que prejudicou a segurança. O BPChq, como de praxe, se retira diretamente do campo no apito final da partida, fazendo falta no momento crítico que se vivencia dos portões de saída em diante. Os torcedores continuam sendo responsáveis pelos tumultos nas catracas antes do jogo, uma vez que, em virtude da proibição da venda de bebidas alcoólicas no interior do estádio, grande parte permanece bebendo até minutos antes do início na parte externa, aglomerando-se subitamente nos portões de acesso de uma só vez, e a vazão não permite a entrada imediata, culminando em empurra-empurra e sufoco. O efetivo escalado novamente cresce, mais de 1100 PMs, alcançando patamares bastante elevados, mas ainda assim é possível que sejam constatadas confusões. Mesmo sendo voluntário a trabalhar na folga, sem remuneração ou recompensa, este que escreve foi impedido de estar presente na operação, por questões ditas educacionais da administração.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Realidade

Observe: Homem é preso 3 vezes em menos de 10 horas em MG. Sim, isso pode não ser tão comum, mas é perfeitamente possível na realidade da segurança pública no país. No caso em voga, a primeira conduta foi atear fogo em lixo e arremessar contra um morador de rua, a segunda pelo furto de bebidas em lanchonente, e a terceira pela subtração de calçado em loja, tudo em uma noite. O delegado que o recebeu alegou que "...nas duas primeiras vezes em que foi detido, o suspeito não foi autuado em flagrante porque não havia testemunhas ou vítimas dos crimes e os produtos roubados na lanchonete não foram encontrados". A prática inicial requer a presença da vítima para lavratura do termo circunstanciado, e o autor não permanece preso. Na das bebidas, faltou quem o acusasse formalmente. No caso do tênis, finalmente o produto do crime foi encontrado, permitindo o registro formal. A assessoria da Polícia Civil informou ainda que as imagens das câmeras do Olho Vivo, que flagraram os dois primeiros crimes cometidos por Costa, não foram consideradas provas suficientes para a prisão do suspeito. De fato, às vezes faltam elementos para respaldar a prisão, então o acusado permanece solto, bem como nos crimes de menor potencial ofensivo. Para quem desconhece, é mais ou menos assim a situação dos policiais frente a determinadas circunstâncias.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Poder

Não é à toa que o legislador conferiu ao poder de polícia a auto-executoriedade, discricionariedade e coercibilidade. Não é à toa que a polícia monopoliza o uso legítimo da força, em nome do Estado. Diante de uma determinação legal do policial, talvez até caiba algum questionamento ou explicação, quando oportuno e conveniente, porém o acatamento e obediência devem ser imediatas, sob pena de imposição por coação, até mesmo com o emprego da energia necessária. Tem gente que cresce sem aprender isso em casa nem na escola, o que lhe leva a entrar em atrito com a legítima autoridade constituída na figura dos policiais fardados. Ora, se há um bloqueio, uma barreira de trânsito com cones, uma blitz instalada, é imperativo que se pare e cumpra o que for cabível em relação à inspeção. Se há uma rua, uma área, um setor de estádio de futebol, uma ala de uma praça interditada, vai ser necessário buscar outro caminho, e ainda que pareça desconfortável e atrase os planos, certamente é devido a uma causa maior. Quando o trânsito precisa ser aberto em meio a alguma manifestação que obstrui o tráfego de veículos nas ruas, só há duas saídas: ou a negociação que alcance compreensão harmoniosa e liberação pacífica, ou então a ação braçal respaldada em lei, visando o reestabelecimento do fluxo normal da sociedade, a manutenção da ordem pública. No popular, se não vai por amor, vai pela dor, queira ou não queira.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ciganos

A postagem de hoje deriva da aguçada percepção de um experiente colega, avaliando a manchete de capa em A Tarde, que anuncia: "Engenheiro da Ford é morto a tiros". No interior do jornal, muda para "Desconhecidos matam engenheiro da Ford". Ora, os indícios e testemunhos são suficientemente satisfatórios para a imprensa atribuir a autoria do crime a ciganos, inclusive consta expressamente no teor da matéria - por que faltou coragem ao editor em assim escrever? Por que quando o fato envolve a menor suspeita sobre policiais, eles são abertamente acusados e previamente condenados? Não há dúvidas, caso o fato envolvesse um PM, ou até um ex-PM, esse seria o o foco principal da matéria, que diria ter um policial matado o engenheiro, invertendo o sujeito da oração. Aliás, o hábito por aqui tem sido, mesmo quando um marginal resiste, troca tiros, é socorrido e morre posteriormente, acusar os policiais de assassinos, executores, exterminadores, matadores, homicidas, ainda que sua atuação seja respaldada na legalidade. Segundo quem falou comigo, isso é resquício de um passado de perseguição revanchista, com destaque à época de Hélio Bicudo e o Esquadrão da Morte, culminando no panorama atual. Hoje é flagrante essa discriminação sofrida pela polícia, e a evidente cautela e receio do jornal ao tratar de assunto relativo aos ciganos. É prudência ética ou falta de coragem? Por que contra policiais se acusa sem critério ou cautela?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Patrono

Aconteceu ontem na Vila Policial Militar do Bonfim solenidade em homenagem a Tiradentes, mais um dos personagens da controversa História do Brasil; muitos se propõem a discutir sobre a idolatria acerca do alferes, bem como sua escolha como patrono da Nação Brasileira e das Polícias Militares do Brasil - por aqui, falta disposição para se aprofundar nessa vertente. Mais oportuno parece ser a lembrança de que a data está sendo acompanhada do retorno da graduação de subtenente à PMBA, depois de 12 anos de extinta. Parece ser algo positivo, reavivando boas tradições, valorizando o profissional, propondo plano de carreira, tentando-se reestabelecer melhor hierarquia e disciplina. Na mesma solenidade, são agraciados um oficial e uma praça eleitos como PM padrão, outra importante prática que deve ser mantida e revestida de critérios claros e justos, valorizando quem merece ser reconhecido. Solenidades costumam ser precedidas de reparos e manutenção no quartel que sedia o evento - sempre há como se tirar proveito das datas, sob diversas óticas.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Clássicos

Tem se tornado frequente, às segundas-feiras, a transmissão de imagens de violência nas praças esportivas Brasil afora, sobretudo nos jogos ditos clássicos. Excepcionalmente, capta-se algum excesso policial, e frequentemente há cenas de barbárie onde predominam jovens do sexo masculino atentando contra a torcida adversária, o patrimônio público e a autoridade policial. O que fazer para frear essa constante crescente onda? Multiplicam-se os efetivos escalados em cada novo jogo, nunca parece ser o suficiente para conter os distúrbios. Algo além da força precisa ser aplicado, preferencialmente que seja a lei, na medida de limitar certas liberdades em prol da segurança da coletividade, impedindo o acesso de torcedores com histórico de brigas nos estádios, além do acompanhamento constante das práticas adotadas por torcidas organizadas, reprimindo com o rigor necessário as condutas indevidas. As práticas ilícitas parecem seduzir muitos, e o mau exemplo de alguns atletas só faz piorar a situação. Continuar do jeito que está é que não pode, a cada domingo mais cenas de guerra nos arredores dos estádios, com danos e lesões diversas, e sem benefício para nenhum envolvido. É difícil, para a polícia, ter que educar alguns jovens nesses eventos.

domingo, 19 de abril de 2009

Cultura

Dentre os ingredientes que compõem o caldeirão fervilhante que culmina em brigas nas festas de rua, um dos mais importantes é a cultura dos grupos envolvidos e sua disposição para o embate. A impressão deixada ontem na Micareta de Feira de Santana era de que, mesmo havendo a combinação de vários fatores que propiciam as contendas, não foram muitas as constatações de vias de fato em boa parte do circuito. A aglomeração de pessoas, consumo de álcool, o som esfuziante de bandas como Fantasmão, cujo ritmo embala coreografias braçais de quase enfrentamento, e as letras por vezes incitam abertamente a violência, nada disso foi capaz de provocar brigas das proporções que, seguramente, seriam registradas na capital. Não que o referencial seja o Carnaval, o marco maior da euforia, mas basta comparar com um Perifolia, Lavagem de Itapuã ou algo do gênero, que percebe-se uma menor proporção de brigas, mesmo que o público tenha atitudes, costumes e comportamentos semelhantes. Tais reflexões são um tanto imediatas, podem e devem ser mais aprofundadas tecnicamente, mas antecipadamente demonstram como a manifestação de violência da população pode diferir por conta de critérios não muito evidentes ou consensuais.

sábado, 18 de abril de 2009

Micareta

De fato desde quarta-feira, e de direito desde quinta-feira, está acontecendo a Micareta de Feira de Santana, que prossegue até amanhã. Evento de notável porte, o carnaval fora de época demanda significativo esforço policial para permitir a segurança necessária, seja no circuito em si, nas proximidades, redondezas e adjacências, chegando a alcançar os limites da cidade e rodovias de acesso, que requerem todo um trabalho de planejamento. A PMBA apresenta uma estrutura com efetivo de 3.883 policiais militares, divididos em 435 patrulhas (uma delas comandada por este que escreve), havendo ainda o aparato de mais de 250 policiais civis, tudo no intuito de assegurar a tranquilidade possível e necessária. Programas como o Se Liga Bocão se fazem presentes, com câmeras exclusivamente focadas nas eventuais brigas que ocorram durante o evento, atuando como mais uma fiscalização à ação policial. Infelizmente ontem já foi registrada uma ocorrência indesejável, onde 1 pessoa acabou morta a tiros e outras 6 feridas no circuito - se o aparato policial não foi capaz de evitar que o mal maior ocorresse, por outro lado o BPChq logrou êxito na captura imediata do autor dos disparos, que já seria homicida anteriormente, segundo informações. Que sejam menos "alteradas" as 2 noites restantes de festa na cidade.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Trás

Eis que diante de tanta celeuma o Ministério Público da Bahia "deu para trás" e já cancelou a suspensão do programa Na Mira, cuja polêmica foi comentada por aqui ontem. Afinal, quais seriam, de fato, as motivações para a adoção de tal medida? Há vínculo com o que se especulou? Dificilmente haverá como saber essas respostas. Com o novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado, por certo serão percebidas pequenas alterações no programa, devido ao temor de sofrer nova repreensão, mas que a história está encoberta por uma névoa obscura, não há como negar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Acusação

Na Mira e Se Liga Bocão são 2 programas televisivos concorrentes que sabidamente disputam o troféu de quem exibe mais baixarias e absurdos em troca de audiência e, por conseguinte, lucros - é evidente que as duas atrações rendem elevados índices no IBOPE e garantem significativa arrecadação com comerciais às emissoras. Ambos têm sido alvo de acompanhamento do Ministério Público já há algum tempo, através de recomendações formais para que ajustem as condutas, porém continuam abusivos, mesmo com algumas adequações. Desde a última semana, surgiu a notícia de que uma ação viria a determinar a suspensão do Na Mira (TV Aratu - SBT), escrevi algo sobre o assunto no Abordagem Policial, e de fato a ordem foi dada ontem, mas ainda restava uma "pulga atrás da orelha", sobre qual seria o motivo da determinação não ter alcançado o Se Liga Bocão (TV Itapoan - Rede Record), que aparentemente comete erros iguais ou piores diariamente. Eis que hoje durante seu programa, que ainda não saiu do ar, Uziel Bueno "levanta poeira" ao ventilar a possibilidade da medida carecer de imparcialidade, vide o Promotor Almiro Sena ter vínculo expresso e público com a TV Itapoan - Rede Record, notadamente através do blog Entendendo Direito, mantido no portal da emissora. A hipótese não é impossível nem improvável, resta saber como prová-la substancialmente. O Promotor costuma ser bem recebido por Raimundo Varela no Balanço Geral (TV Itapoan - Rede Record), com muita "rasgação de seda", onde tem espaço para se manifestar sem restrições.

Se, de fato, ocorreu tal favorecimento, seria um abalo e tanto na reputação do Ministério Público do Estado, mais especificamente na figura do referido Promotor que se notabiliza pelas constantes investidas generalizadas criticando a atuação policial no estado, sem aparentar tanta afeição pelo diálogo - mas, antes de tudo, é necessário ter cautela em condenações precipitadas antes que se elucide o fato, é preciso confiar na transparência e honestidade dos defensores da sociedade nos tribunais. O sistema é bruto para qualquer um?

Estudantes

Protestos estudantis são comuns, em tempos passados os caras-pintadas marcaram uma mudança no panorama nacional, há alguns anos houve a "Revolta do Buzú" em Salvador-BA, nos últimos dias algumas manifestações surgiram pelo país sobre as mudanças vindouras na seleção por vestibular, e desde ontem, são vistos na capital deste estado protestos estudantis pedindo professores, melhorias, higiene, entre outras necessidades não satisfatoriamente supridas pelos governos. Um problema que surge é a desordem provocada no bom andamento da tranquilidade e ordem pública, sobretudo através do bloqueio do trânsito. Particularmente, ontem enfrentei tráfego complicado na volta para casa no final da tarde em virtude dos transtornos na Calçada, e os jornais já noticiam que hoje a situação é a mesma. É preciso respeitar o direito dos estudantes de se manifestarem, e a Polícia já sabe fazer isso muito bem, mas como há pouco estive daquele lado, não há como deixar de observar, francamente, algumas situações no caso da Calçada, por exemplo:
- As imagens mostraram real sujeira na escola, a direção admitiu que atualmente não há pessoal destinado à manutenção da limpeza, o que é inaceitável. Contudo, há de se lembrar que, geralmente, os responsáveis por "emporcalhar" salas e corredores, colando chicletes em carteiras, pichando paredes, urinando no chão, entre outras imundícies, são os próprios alunos;
- As pessoas que são prejudicadas no trânsito, muitas vezes, não têm qualquer relação ou responsabilidade direta pelo problema, e sofrem as maiores consequências do caos instalado;
- É raríssimo ver alunos se manifestando nas férias, feriados, finais de semana, ou até depois do horário de aula, o "legal" é fazer isso quando se deveria estar estudando;
- Na terra da alegria, tudo é carnaval, e longe das manifestações ideológicas, o que se vê em muitos protestos é a farra, coreografias de pagode, gritos de guerra das torcidas organizadas, batucada de um lado, namoricos de outro, e uma meia dúzia de sectários de alguma tendência política fazendo a zoada;
- A PM jamais chegaria sem qualquer motivação reprimindo e prendendo alunos à força, antes de tudo há a previsão legal das ações, a determinação expressa das autoridades, e a nunca citada agressividade de alguns estudantes, que desacatam e agridem policiais com xingamentos, gestos obscenos, pedradas e outras formas de violência;
- Enfim, por que não se agrupar em frente à Reitoria, à Prefeitura, sobre a calçada, demonstrando sua insatisfação aos responsáveis sem atrapalhar o cotidiano do restante da população? Pensemos nisso.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mau

O comentário entre PMs mais ligados à área operacional hoje se deu em torno da morte do traficante Maurício Conceição da Anunciação, vulgo Mau-Mau, de alcunha conhecida no meio policial por conta das ações perversas e ousadas que cometia quando estava vivo. Uma brava ação de guarnições da Rondesp, ROTAMO e 39ºCIPM/Boca do Rio resultou na ferrenha troca de tiros em Castelo Branco, que teria durado em torno de 40 minutos segundo telejornais, culminando no tombamento, após ser socorrido, do referido meliante, que resistiu à ação portando uma pistola calibre 9mm dispondo de 3 carregadores, além de drogas, o que mostra sua disposição e preparo à prática do mal. A satisfação de alguns com a notícia desta morte se dá, em grande parte, em decorrência da descrença nos sistemas penitenciário e judiciário, uma vez que o bandido já esteve preso anteriormente, inclusive enquanto adolescente em casa de acolhimento, mas se encontrava em liberdade, praticando mais homicídios e roubos, em vários casos contra policiais, além do tráfico de drogas. É mais um dos que tem o final comum aos ditos grandes nomes do crime na cidade, não há bandido que tenha conseguido manter-se por longo período nesta terra, graças à eficiência da Polícia; no entanto, dia após dia, surgem mais e mais candidatos às fileiras da delinquência, e a Polícia continua seu trabalho de Sísifo, neste caso tentando frear a avalanche ladeira abaixo da bola de neve do crime, do jeito que é possível. Ruim mesmo é, diante de tanto empenho e esforço, ver a apresentadora do Aratu Notícias dizer à noite que policiais assassinaram aquele elemento. Revoltante, aviltante, repugnante - mas, perdoai-vos, ó Pai, eles não sabem o que dizem.

Módulo

Ao tempo em que a PM anuncia progressivamente que seus módulos serão fechados, a Guarda Municipal de Salvador anuncia a abertura de mais um, desta vez na orla, Boca do Rio. A iniciativa parece ser acertada, conferindo uma estrutura de apoio aos GMs nas ruas para cumprirem bem sua missão, que no local específico devem ser as ações de vandalismo contra instalações elétricas através do furto de cabos, quebra de lâmpadas, além da destruição de equipamentos de limpeza. Positiva a medida, que seja estabelecida uma atuação harmônica com a PM na área para o devido apoio quando se fizer necessário entre ambos.

Ideia

Vi no blog da Renata e li no G1 a notícia sobre o design de roupas e acessórios desenvolvido no Paraná pelo senhor Coronel PM Roberson Luiz Bondaruk visando evitar a subtração de pertences. Bolsos em locais inusitados, disfarces para transporte de aparelhos, entre outras ideias são extremamente válidos, desde que realmente viáveis, práticos e sem abalar a estética. Em aglomerações como shows, festas, carnavais, a adequada guarda de valores, documentos e outros objetos pode livrar definitivamente o cidadão da hipótese de ser furtado, enquanto a exibição impensada, o famigerado "descuido", é um convite tentador aos lanceiros, punguistas e batedores de carteiras. Já há progressos nesse sentido em relação a mochilas que disfarçam melhor o porte de notebooks do que as malas tradicionais, por exemplo - torce-se para que efetivamente sejam incorporados ao cotidiano das pessoas e desestimulem furtos e roubos nas ruas, sem aparatos inexequíveis nem que provoquem o revés de elevar o grau de agressividade e violência nas investidas dos marginais.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Protesto

Guardas municipais de Salvador realizaram ontem um protesto que fez lembrar um motim, caso fossem militares - mas como não o são, estavam legitimamente pleiteando melhorias, e pelo que parece realmente necessitam de melhores condições de trabalho, vide as situações que enfrentam no cotidiano e os obstáculos de equipamento, fardamento, remuneração, estrutura, treinamento, entre outras carências que fazem falta no desempenho da função, até hoje não muito bem esclarecida, mas de uma forma ou de outra auxiliar à da polícia e, mais importante ainda, benéfica à sociedade. Relatos de situações enfrentadas pelos GMs me fazem, particularmente, começar a concordar com a corrente que defende o porte de arma pelos guardas, mas como isso é matéria para discussão pelos altos escalões de comando, fica a cargo deles a decisão. Torce-se para que motivações políticas como as que forçaram o "parto prematuro" da Guarda fiquem em segundo plano, enquanto estiver em jogo a integridade dos agentes e a segurança da população.

Satisfações

O Correio lembra hoje do caso envolvendo oficial assumidamente homossexual da PMBA que se julga prejudicado por tratamento diferenciado por conta de sua orientação sexual, com a informação de que o Promotor Dr. Luiz Augusto Santana está tendo que apresentar explicações sobre suas declarações ao Conselho Nacional do Ministério Público. A reportagem resume o enredo na lateral da página em ordem cronológica com um "Entenda o caso" aparentemente tendencioso a vitimizar uma das partes, sem ouvir diferentes versões. O fato em si já está sendo suficientemente apurado nas devidas esferas de competência, dentro e fora da corporação; por certo chegarão à exaustão dos recursos antes de um julgamento definitivo que venha a acontecer. Sendo assim, a reflexão parte para um foco abstrato e genérico, considerando que não há, de fato, discriminação no processo seletivo, e ainda que o número de homossexuais tem crescido tanto na PM como em tantas outras profissões, sem que necessariamente sejam perseguidos injustificadamente por conta disso. É pouco provável que comandantes estejam dispostos a dispensar profissionais competentes das suas equipes unicamente por critérios de opção sexual diferenciada - muitas vezes a inaptidão para o exercício de determinadas funções é que motiva no chefe o desinteresse em trabalhar com determinada pessoa, a qual pode acabar se confundindo e crendo que o suposto desprezo recebido se deve à sua etnia, crença, aparência ou outros detalhes de pouca relevância para produtividade no ambiente de trabalho. Um policial que falte ao serviço, provoque escândalos ou se envolva em situações indevidas, pode acabar sendo punido por isso, apesar de acreditar que esteja sendo alvo de alguma perseguição discriminatória.

Defender

É perfeitamente natural e compreensível que familiares defendam e protejam parentes criminosos, é algo instintivo, natural, mas há quem force a barra, tentando tapar o sol com a peneira. Conforme noticia a Tribuna, ontem uma guarnição de Rondesp foi acionada por populares na Avenida Vasco da Gama, havendo a denúncia de que em beco do Engenho Velho da Federação havia rapazes exibindo armas e traficando. Cumprindo exemplarmente seu dever, atenderam de imediato à ocorrência e ao chegarem ao local foram recebidos à bala, sendo que no revide prevaleceu a técnica diferenciada dos policiais, e um homem veio a falecer, de acordo com a nota do comandante da unidade. Eis que surge um irmão da vítima, assumindo abertamente que o finado era usuário de drogas e já havia sido preso por roubos - com ele foram encontradas pedras de crack e um revólver calibre 38 - acusando os policiais de terem o executado, lamentando ainda pela suposição de que ele morreu sem poder se defender. Ora, era para ter logrado êxito, "levando com ele" um dos policiais também? Nunca. O que prevalece é o profissionalismo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

#4

Um preso, liberado pelo indulto de Páscoa, ceifou a vida do Sd PM Josivaldo Santos Murici, do 1ºBPM/Feira de Santana ontem. Há quem fique escandalizado com um professor que tem seu pneu esvaziado por um aluno indisciplinado, mas veja com indiferença a execução de um agente policial por um criminoso que recebe benefício no cumprimento da pena. É perigosamente desestimulante enfrentar uma realidade dessas, se as guarnições lograrem êxito na captura do acusado e o entregarem às garras da Justiça, talvez não tarde para que novamente volte às ruas para cometer mais crimes, ainda que o inquérito seja bem elaborado, a acusação forte e o julgamento justo, excessivas garantias podem culminar na possibilidade de fuga, ou ainda nova soltura dentro de alguns anos. Bandido sair legitimamente da cadeia em Semana Santa para matar policial em folga é caótico, apocalíptico.

Femininas

O envolvimento de mulheres com o crime volta a motivar reportagens de jornal, A Tarde estampa em capa manchete referente à presença feminina, notadamente no tráfico de drogas. A matéria apresenta estatísticas, visões de especialistas, imagens trabalhadas, e aparentemente peca por abrir espaço ao melodrama piegas da maioria dos reclusos, sempre com histórias de inocência e vitimização na tentativa de fomentar misericórdia, quando muitos são cruéis ao ponto de cometer barbáries indizíveis contra cidadãos comuns e principalmente policiais, quando há oportunidade. A capacidade de dissimulação de criminosos, homens e mulheres, costuma ser espantosa, e há quem seja comovido e ludibriado pelas facetas que encarnam os satânicos personagens dessas tramas. Olhos abertos, há quem realmente possa justificar seu erro, mas há lobos em pele de cordeiro espalhados por aí.

domingo, 12 de abril de 2009

#3

Repete-se o indesejável registro de troca de tiros em veículo de transporte coletivo, culminando dessa vez no disparo fatal contra um PM, o sargento reformado Luiz Alberto Araújo da Silva, durante ocorrência no fim da tarde de sábado na Boca do Rio. Apesar do ano de 2009 estar sendo um pouco menos sofrido no tocante aos registros de homicídios contra policiais militares, a recente onda de PMs baleados em ônibus reacende a problemática da vitimização dos agentes da lei que se tornam alvos dos crimes. O desafio é evitar que mais ocorrências desta natureza sejam registradas, seja com vítimas civis ou militares - adquirir veículo próprio é uma opção, mas não ao alcance de todos, nem completamente efetiva. Maior trabalho na prevenção a tais roubos é necessário, englobando desde a parte preventiva, com abordagens constantes nos pontos, vias principais, áreas de maior registro de crimes, ao apurado trabalho investigativo com informações, visando capturar autores dos delitos. É incansável a "briga de gato e rato" nesse âmbito, se o controle aumenta em determinada área, a bandidagem migra para a vizinhança. Se um bandido, dupla, ou quadrilha são capturados, logo surgem mais e mais candidatos à ocupar a vaga de marginal. Não pode recair exclusivamente sobre a polícia a precoupação com solucionamento, segurança pública é responsabilidade de todos, o mínimo a se fazer é cumprir com a sua parte.

sábado, 11 de abril de 2009

Disputa

Devem ser eternas as rivalidades surgidas entre administrativos e operacionais nas polícias. Há aqueles que atuam exclusivamente nas ruas, por inaptidão para a burocracia, e também os que ocupam salas pela falta de familiaridade com o combate. Nada mais natural, é um tanto problemática essa linha de pensamento que sugere que o policial seja capaz de apurar feitos, apagar incêndios, negociar com sequestrador, fazer licitação, descer montanhas de rapel e levantar estatísticas, "tudo ao mesmo tempo", sem se especializar e se dedicar com mais afinco a um determinado ramo. Talvez se devesse selecionar essas divisões já na escola, ou quem sabe no próprio processo de admissão, criando quadros que tornem o policial um profissional em determinada área específica, já que ainda é possível ver migrações de operações especiais para bombeiros, de unidades táticas para Casa Militar, de batalhões operacionais para o quadro de saúde, entre outras reversões drásticas, por opção, por castigo, por vantagem pessoal e demais razões. É verdade que há aqueles suficientemente flexíveis a ponto de desempenhar várias funções com notável excelência, mas muitas vezes as mudanças bruscas e as classificações em funções para as quais não se tem disposição podem dificultar o rendimento e a produtividade.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

SCI

Conteúdo pouco transmitido ordinariamente nos cursos de formação, os conhecimentos básicos sobre Sistema de Comando de Incidentes são indispensáveis para que se obtenha um mínimo de profissionalismo no trato com ocorrências de diversas naturezas, como catástrofes naturais, rebeliões em presídios, incêndios florestais, acidentes de veículos, entre tantos outros. Trocando em miúdos, é uma "mão na roda contra o zaralho diante do vexame, safando o guerreiro de colar as placas". As guarnições, sobretudo seus comandantes, podem ficar atordoados diante de certas situações com que se deparam, e o norte obtido pela lembrança do protocolo técnico tende a ser precioso para facilitar a delegação de funções e tomada de decisões estratégicas que de imediato podem ser decisivas para salvar várias vidas, por exemplo. De fato, exigiria um exaustivo treinamento para a aplicação plena da doutrina apresentada, sendo suficiente, pelo menos, a lembrança do essencial nessas horas, para que sejam minimizados os riscos e potencializados os recursos. Bom curso da Senasp, o nome talvez não atraia quem desconhece, ou pense-se que seja de interesse só de bombeiros, mas é de extrema valia aos que labutam na segurança pública em geral.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Valor

Quem vale mais, o caveira da celula tática ou o presidente da comissão de licitação? Os dois, ou nenhum dos dois, têm valor semelhante, tudo depende do modo como desempenham suas funções. Há uma herança militar fortemente arraigada que tende a supervalorizar a operacionalidade especial em detrimento do exercício das funções administrativas, o que nem sempre é justificado quando se observam algumas situações. Para ser um grande combatente, geralmente é requerido um preparo físico diferenciado, resistência psicológica, aptidão para o tiro, entre outras qualidades. Para ser um bom gestor, é necessária alta carga de conhecimentos teóricos, domínio sobre legislações, controle em detalhamentos e formalidades. Na maioria dos casos, um não está preparado para exercer a função do outro, e a "máquina" não produz bem se alguma de suas partes funcionar mal, logo, o mais correto parece ser valorizar aquele que bem exerce suas obrigações, cumprindo a missão seja lá qual for, desde o sniper ficar submerso no lodo aguardando por horas até o disparo certeiro, ou o contador que esquenta a cabeça para fazer o balanço, controlar os gastos e gerir as finanças dentro dos prazos. "Cada macaco no seu galho".

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Acerto

Exitosa e merecedora de reconhecimento a ação precisa desencadeada hoje na Barra, capturando-se 5 bandidos antes que executassem roubo a agência bancária, atingindo-se assim a meta de prevenir e reprimir o crime simultaneamente, sem prejuízos à coletividade. Policiais civis do Centro de Operações Especiais estiveram à frente da ação, a PM também se fez presente no local, sendo que um dos ladrões fazia uso de uma farda da corporação no momento da tentativa do roubo, recurso ousado e perigoso nessas horas. Armas e veículo apreendidos, sem troca de tiros, bandidos de alta periculosidade capturados, só lamenta-se que 2 tenham conseguido fugir, por enquanto. Excelente trabalho, mais um traço no contador de sucessos da polícia baiana, que sirva de estímulo para mais acertos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Falha

Quem lê e acredita na manchete do portal Correio se assusta com a informação de que a PM estaria investigando homicídios ocorridos em determinada área, como se polícia judiciária fosse, com competência para exercer tal atividade. Por certo é equívoco de algum "especialista" que digitou a matéria, a PM faz seu trabalho predominantemente preventivo através da ostensividade, com alguns momentos repressivos quando da flagrância do cometimento de delito. Quem atua após o crime ocorrer, visando reunir provas e elucidar o fato é a Polícia Civil, e conforme sua missão constitucional, já está executando diligências através de agentes da 13ªCP/Cajazeiras, de acordo com o escrito no bojo da matéria.

Banco

Roubo a banco é o tipo de ocorrência que provoca terror em municípios do interior, geralmente marcada pelo pânico e demonstrações extremas de violência do crime. Nesta manhã, em Gandu, uma ação desta natureza resultou no ferimento à bala na cabeça de um policial inicialmente identificado como Sgt PM Orlando, quando da repressão ao crime que se iniciou no dia anterior, com a manutenção do gerente como refém, inclusive até a fuga dos marginais. Uma passagem da notícia apresentada na internet mostra um dado relevante da ocorrência, o envio de apoio por parte da PRF através de 2 guarnições, algo extremamente providencial na realidade do interior, onde as restrições de efetivo costumam ser mais severas. Entrosamento entre policiais civis, militares e rodoviários federais é essencial nessa horas, unindo forças para fechar o cerco contra os criminosos. Felizmente o PM passa bem, o disparo atingiu-o de raspão e ele foi socorrido - torce-se agora para que o aparato repressivo seja capaz de capturar a quadrilha.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Investir

Qual a consequência quando um investimento em segurança pública é preterido? Mortes, crimes, violência. Óbvio que a disputa de prioridades entre saúde, educação e outras áreas envolve critérios diversos, mas as consequências imediatas precisam sempre ser avaliadas. Não que um investimento maciço imediato renda resultados absolutos, zerando indicadores, mas já há estatísticas capazes de provar que o incremento em viaturas e efetivo em determinada localidade violenta costuma frear certos crimes, sobretudo homicídios. O Ronda nos Bairros atua nessa vertente, mas carece de ampliação para o alcance de outras áreas carentes, e enquanto providências não são tomadas, mais vidas são eliminadas. Não há como romantizar e pregar a cegueira diante da realidade; quem morre, geralmente, é envolvido com o tráfico - o que não exime a polícia do trabalho preventivo e repressivo, evitando mais mortes. E então, como conseguir as viaturas necessárias? Talvez licitando legalmente, ou privando de conforto alguns privilegiados, ou recuperando as que necessitam de reparos. Como conseguir o efetivo? Através de mais concursos, ou de remuneração em horas-extra na folga, ou retirando de funções não-policiais os combatentes que lá estejam. Não que essas medidas simplesmente solucionem os problemas, mas são remédios paliativos eficientes e ao alcance.

domingo, 5 de abril de 2009

Evento

Importante evento nacional, o III Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública ocorreu em Vitória-ES, com mesas redondas, conferências internacionais, audiências públicas e oficinas voltadas para discussões sobre o tema, sendo merecedora de destaque a Mesa Redonda: “O papel dos blogs no debate da segurança pública e a nova blogosfera policial”, onde estiveram presentes sumidades do gabarito de Jorge Antônio Barros (Repórter de Crime), Eduardo Machado (PEBodyCount) , Niedson (Diário do Stive), além do representante da PMBA, Al Of PM Danillo Ferreira, do blog Abordagem Policial. Outra relevante oportunidade de se fomentar as discussões da segurança pública ouvindo quem está no front cotidiano, abrindo merecido espaço a policiais civis e militares em círculos que antes, perigosamente, ficavam restritos a burocratas metódicos ou acadêmicos excessivamente teóricos. É preciso dar ouvidos a quem está mais próximo à execução, felizmente os blogs policiais em geral têm sido uma janela para a contemplação de um novo horizonte almejado. Postagens resumindo o Encontro foram publicadas, parabéns aos participantes e organizadores, que seja um incentivo a mais iniciativas do gênero pelo país.

sábado, 4 de abril de 2009

Solução

Continuando a saga de más reportagens locais sobre o assunto polícia, hoje na capa do A Tarde viu-se uma queixa da Secretaria de Educação do Estrado (SEC) à busca realizada em estudantes adolescentes através do emprego de detector de metais e inspeção nas mochilas que conduziam ao adentrar à escola. A iniciativa, aplicada através da 37ªCIPM/Liberdade logo obteve sucesso, encontrando um cigarro de maconha em posse de um "estudante" de 15 anos. Em Simões Filho, o resultado foram 2 "estudantes" apreendidos por portarem um revólver calibre 22 com 5 munições. Não houve queixas de truculência nas ações, sendo o processo acompanhado por diretores das escolas. A diretora da SEC advertiu e desaprovou a pratica, alegando que "Qualquer educador que tenha concepções pedagógicas firmes não aprova, porque isso fere a formação do cidadão". Falta ela sugerir a solução alternativa para o problema, a PM evitou que aquela arma ferisse e matasse mais alunos, já a educação que tem sido ministrada não tem alcançado tantos resultados na prevenção quanto as buscas e apreensões efetuadas.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Transporte

Ocorrência indesejável que tem se repetido com frequência neste ano, o roubo em coletivo onde policial militar é baleado foi registrado mais uma vez hoje no início da manhã, no Bom Juá, onde o Sgt PM Osmar da Paixão Pereira, da 10ªCIPM/Candeias, teria reagido à ação, vindo a atingir um dos 4 marginais, posteriormente capturado, porém o policial foi alvo de um disparo no ombro, vindo a ser socorrido no HGE. A ocorrência chama atenção para o elevado risco a que estão submetidos os PMs ao se deslocar fazendo uso de transporte coletivo, nem todos conseguem adquirir e sustentar a posse de um carro ou moto por conta de restrições no orçamento, mas é sempre válido o lembrete sobre a necessidade de se focar nesse investimento como prioridade frente a outros desejos que surgem, afinal, além do conforto e comodidade, acima de tudo está a questão da segurança, que parece ser mais assegurada quando se está em um veículo próprio do que em ônibus urbanos.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pago

Uma das frases mais comumente ditas por cidadãos deseducados em desfavor de policiais costuma ser "Eu quem pago seu salário!", e poucas são as assertivas tão carentes de fundamento quanto essa. O indivíduo diz isso pensando nos impostos que lhe são cobrados, esquecendo-se que aquele homem a quem dirige o impropério também está submetido ao mesmo controle fiscal, sendo tão contribuinte quanto qualquer outra pessoa, pagando ao Governo as mesmas taxas a que estão sujeitos os demais habitantes. Logo, o policial paga seu próprio salário.
Seguindo mais adiante, percebe-se que a dinâmica cíclica da nossa economia torna a circulação do capital algo constante e ininterrupto, de tal modo que o policial também paga o salário do sujeito reclamante, seja adquirindo seus produtos, utilizando de seus serviços, ou qualquer outro modo de transação financeira. Ou seja, em nossa sociedade, em maior ou menor medida, todos pagam o salário dos demais, sem que isso estabeleça um escalonamento hierarquizado entre as pessoas, uma relação de patrão e empregado distorcida e abusiva. Quem pensar em se arriscar a cometer o crime de desacato contra os homens da lei, que pelo menos o faça de modo mais racional e coerente, não com esse chavão infundado e irrazoável.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Perigosos

A capacitação em relação ao tema de produtos perigosos é indispensável para bombeiros e também importante para guardas e policiais, dada a considerável probabilidade de se deparar com emergências envolvendo tais substâncias no cotidiano, aliada à necessidade de adotar procedimentos técnicos de segurança evitando um mal maior a si e à coletividade. Apesar de existir quem equivocadamente discrimine o assunto como sendo irrelevante, somente útil para caminhoneiros, a falta de conhecimentos na área pode ser trágica diante de uma emergência, seja expondo a risco o agente que adote alguma providência, ou atestando seu despreparo ao ser incapaz de tomar as mínimas medidas necessárias, omitindo-se no cumprimento do seu dever diante da população. Uma das formas de se aprofundar no assunto é realizando o curso de Transporte de Produtos Perigosos, através de instituições como o SENAI. O custo de inscrição é accessível, na edição em que participei as instruções foram em dois finais de semana completos e consecutivos, sendo útil para rever vários temas do trânsito como legislação, direção defensiva, mecânica, além de práticas de bombeiro, primeiros socorros, bem como o tema maior do curso, os produtos perigosos. Quem não pode/quer gastar, tem a opção do curso de Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos, de conteúdo semelhante e mais voltado para profissionais da segurança pública, ministrado à distância pela SENASP, inclusive com a opção de ser recompensado financeiramente pela Bolsa Formação. Torce-se para que os inscritos dediquem algum tempo à leitura dos módulos e feitura das provas, evitando que surjam escândalos perigosos, como a denúncia de que haveria policiais fraudando o sistema, pagando cota para que algum colega cumprisse o necessário tendo em vista somente o recebimento do benefício, perdendo a oportunidade de agregar valores úteis à sua capacitação. A resposta adotada deve ser a exigência de provas presenciais nos próximos ciclos. Sem elevar o profissionalismo na prestação do serviço, fica difícil pleitear melhorias estruturais e salariais.

 
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