sexta-feira, 4 de abril de 2008

Capas

Voltando à rotina, anuncia-se hoje nas capas dos jornais locais alguns problemas da segurança pública baiana: no Correio da Bahia, versa-se sobre o alto índice de ocorrências que não devem ter chegado ao conhecimento das autoridades, sobretudo os homicídios, modalidade de crime com baixo índice de sucesso nas investigações neste estado; situação vinculada à circunstância de greve em que se encontrou a Polícia Civil nos últimos dias.

Por sua vez, a Tribuna da Bahia traz novamente à tona a questão dos módulos policiais nos bairros, tema já tratado aqui. Reafirmo e acrescento algo ao que foi dito à época, é uma reclamação legítima, mas há significativa dificuldade em reativar todos. A queixa tem destaque pelo fato da desativação ter se dado sobretudo em locais com altos índices de violência, bom seria se cada dispositivo deste dispusesse de homens e infra-estrutura suficiente, quiçá com uma viatura ou pelo menos motocicleta acoplada à disposição, dinamizando e assegurando agilidade à prestação do serviço, além de garantir condições próximas à ideal para o pleno exercício da função a que os policiais militares estão ordinariamente destinados.

P.S.: Inclusive A Tarde também manteve a violência como destaque na capa, tratando dos casos de estupro, com enfoque na impunidade e acusação de mau antendimento policial, questão delicada em virtude do abalo e fragilidade da vítima diante do ocorrido, fator que às vezes dificulta investigações. É algo bárbaro e repugnante, tanto que os capturados por essa prática costumam ficar em alas seguras e isoladas na detenção, do contrário costumam sofrer castigos por parte dos demais presos, que lhes custam a honra, integridade física e em alguns casos a própria vida.

4 comentários:

Anônimo disse...

Reproduzo aqui materia do jornal GAZETA DO POVO:

Corporação defende uso de bases móveis

28/03/2008 | 08:27 | João Natal Bertotti - Gazeta do Povo

A Polícia Militar (PM) do Paraná não pretende reativar os antigos módulos policiais. Segundo a PM, as pessoas precisam compreender que o patrulhamento é muito mais abrangente que a utilização de módulos fixos e com o uso de viaturas e módulos móveis (policiamento volante) é maior a permanência dos policiais militares nas ruas, aumentando efetivamente a segurança da população em geral.

Atualmente, a corporação só mantém três módulos fixos, na Praça Carlos Gomes, no terminal de ônibus do Guadalupe e na Rodoferroviária. As estruturas, segundo a PM, foram mantidas em função das características locais, como por exemplo, a grande circulação de pessoas por causa da necessidade de uso do transporte coletivo.


Além disso, A PM mantém companhias que estão próximas do cidadão, atuando pelo princípio da descentralização. Curitiba tem 12 companhias da PM e mais três unidades da Guarda Municipal (veja box abaixo).

De acordo com a corporação, com a utilização dos módulos era beneficiado apenas o morador ou comerciante que estavam bem próximos do módulo. Com isso, a polícia dedicava menos atenção aos demais moradores e comerciantes do bairro. Atualmente, a Polícia Militar atua a partir dos módulos móveis e das viaturas do Projeto Povo (Policiamento Ostensivo Volante). Os policiais também têm um celular próprio para atendimento da população.

Fonte: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/parana/conteudo.phtml?tl=1&id=751258&tit=

Anônimo disse...

E ainda...

Módulo da PM vira casa, mocó e até borracharia em Curitiba


Símbolo da segurança pública dos anos 90 é abandonado pelo Estado, que aposta no modelo de policiamento comunitário volante

28/03/2008 | 08:16 | JOÃO NATAL BERTOTTI - Gazeta do Povo

Os módulos policiais, que já foram um dos principais símbolos da segurança pública em Curitiba, estão abandonados. Criticados pelo atual governo do estado – que aposta no modelo do policiamento comunitário (volante) ao invés do sistema de bases fixas nos bairros – os módulos deram lugar a borracharia, casinha de cachorro, viraram casa de moradores de rua, ponto de prostituição e uso de drogas, ou estão simplesmente abandonados.

Há exemplos de todo tipo de destino. O módulo policial do Boa Vista, por exemplo, teve muitas utilidades depois de sua desativação: funcionou temporariamente como uma banca de frutas; virou mercearia; também foi mocó de usuários de drogas. Atualmente, é uma borracharia.


Borracharia ocupa área que servia de base para os policiais militares no Boa Vista

Módulo de Pinhais: casal de moradores de rua chegou a usar imóvel como casa em fevereiro

No Água Verde, antiga sede da PM chegou a ser casa de cachorro e agora está na mira de taxistas
Segundo conta Carlos Glowacki, 56 anos, o antigo módulo foi edificado no seu terreno a pedido da comunidade. “Eu fui procurado na década de 90. Eles precisavam fazer o módulo e eu tinha o terreno vazio”, afirma o proprietário, que acabou fazendo um acordo com o governo do estado.

No entanto, Glowacki afirma que o módulo, embora tenha sido construído, não chegou nem mesmo a ser inaugurado. “Então, o espaço virou ponto de encontro de vândalos”, afirma. “Diante desta situação, solicitei que a prefeitura fizesse a demolição ou me autorizasse a usá-lo, o que ocorreu posteriormente”, diz. Hoje, ele toca a borracharia no local.

Pinhais

Dos outros módulos existentes na Grande Curitiba, a maioria está abandonada. Em Pinhais, por exemplo, um casal de moradores de rua usou como casa o prédio da Avenida Iraí durante o mês de fevereiro. Eles chegaram a limpar o módulo, que antes de sua chegada era utilizado por usuários de drogas e desocupados. Depois de uma briga, porém, os dois novos moradores desapareceram: a mulher foi para o hospital e o homem sumiu, segundo contam comerciantes da região.

Já no Jardim Social, o módulo está fechado. A porta tem uma corrente e um cadeado. Segundo vizinhos, um carro da PM é visto em determinados horários, em passagens rápidas.

No bairro Água Verde, a realidade não é diferente. O módulo tinha virado casinha de cachorro. Os moradores da região acharam graça e até deram uma patente militar para o cachorro. “Uma mulher levou o ‘cabo Totó’ embora na semana passada”, informou um taxista. Ele e seus colegas gostariam de usar o local no futuro. “Os planos são colocar fogão, geladeira e sofá, oferecendo mais conforto para os colegas que usam o ponto”, disse um dos taxistas. Entre os prédios abandonados na capital, a pior situação é a existente na Vila São Pedro, no bairro Xaxim. O módulo desativado, que fica na Praça Nelson Monteiro, se tornou ponto de consumo e tráfico de drogas. Ele está nas imediações de dois colégios, uma creche, um Farol do Saber e um Centro de Referência de Assistência Social.


Fonte: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=751257&tit=

Anônimo disse...

Bom saber, a matéria corrobora com minha visão, a de que os módulos são consagreados e não devem ser extintos, só aperfeiçoados e remodelados, como ocorre no PR e tantos outros estados.

Anônimo disse...

Ao meu ver, a Polícia do Brasil, como já é de conhecimento de todos, sem que seja necessário ser especialista em segurança pública, tem seu modelo, já ultrapassado, e não seria diferente com o policiamento modular. Há de se pensar na estrutura, dada a esses equipamentos, visando também as condições de trabalho e efetivo, armamento, para o profissional que ali ficará por longos periodos de tempo, e principalmente sua segurança, já que há uma exposição critica, oferecendo a este probabilidade iminente de lesão fisica e risco de morte. "Os especialistas", alegam que esse tipo de policiamento estaria ultrapassado, não atendendo as necessidades, da evolução, histórica da sociedade e dos problemas, atuais e emergentes, que afetam a segurança, a forma e o indice de violência. Podemos notar que assim como não há um projeto social, de impacto, para combater a violência, muito menos um projeto de reestruturação das polícias.
Imagine que Portugal, salvo engano, possui 4 quatro polícias.

 
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