Sinto-me na obrigação de reproduzir em forma de postagem um comentário anônimo pertinente que foi feito no último post: Acabo de assistir no programa balanço geral à negociação da CAEL com dezena de detentos que destruiram a cadeia de Pojuca. O tempo todo, o apresentador Claudio Luis (que há dois meses era um mero vendedor do supernemo) parabenizava a equipe da Record pelo êxito nas negociações: "não fosse a nossa equipe, a situação teria sido catastrofica", repetia. Não vi o reporter ou o cinegrafista abrir a boca ou sequer chegar perto dos bandidos rebeldes, mas o mérito, é claro, foi dos empregados dos bispos. Quanto às tecnicas de gerenciamento de crises profissionalmente empregadas pelos policiais, nenhuma palavra.Esse é o "jornalismo" baiano, onde vendedor de capsulas de casca siri ralado opina sobre segurança pública.
Também assisti a tudo isso, e diante do exposto, quase não há comentários de minha parte. Há alguns meses foi o repórter Zé Bim que se autodenominou como responsável por evitar o suicídio de um deficiente que ameaçava atear fogo sobre o próprio corpo, sentado em cadeira de rodas numa passarela do Iguatemi. Parece mesmo que as faculdades de jornalismo incluiram a matéria gerenciamento de crises no currículo, dado o suposto êxito dos repórteres baianos nesse intento. Vamos aposentar nossos negociadores, especialistas, e deixar por conta dos apresentadores de meio-dia que parecem ser suficientes. Os bombeiros no caso do deficiente, a CAEL na delegacia em Pojuca, o BPChq da última vez na Lemos de Brito, tambem no caso do deficiente mental da Garibaldi, e tantas outras ocorrências graves recentes já são possíveis de ser solucionados apenas com uma câmera e um microfone. Ou não.
4 comentários:
Concordo com vc.
A tendência da imprensa é supervalorizar o trabalho dela... mas... desse jeito... não dá!
O problema é que os “jornalistas” da Bahia querem ser mais noticia que a própria noticia. E tome-lhe “repórteres” palhaços: de ex-puglistas retardados a anões; de zé bins a mão-brancas; de prefeiturável canalha a extorquidor de empresários; o sujeito da reportagem quer ser objeto também e tome-lhe auto-elogio.
Nos EUA, locais de gerenciamentos de crise são isolados de curiosos e da imprensa. A culpa é da própria polícia que dá espaço e cartaz a essa mídia barata
Estamos vivendo a "Sociedade do Espetaculo". Todo e qualquer ato policial agora tem que ser midiático. Tem agente policial que, quando prende um arrombadorzinho de carros ou um bandido com arma (coisa que policias fazem às duzias diariamente) liga para e imprensa sedento por holofotes.
Tenho nojo da sociedade em que vivemos. Já percebi que quase nenhuma profissão de importancia impar é valorizada, lhe é dado o apoio e subsídio que merece. É o caso do professor, gari, vendedor, atendente de call center, etc. Contudo em meio a isso, vem a mais peculiar das profissões: a policial.
Gostaria de ser reconhecido da mesma proporção em que arrisco minha vida.
Greve à SOCIEDADE!!!
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