domingo, 22 de março de 2009

Comparativo

Assim como A Tarde, o Correio aproveitou a capa de domingo para tratar de temas de segurança pública, mais especificamente os homicídios, recorrendo a um expediente reprovável, os comparativos impróprios entre realidades distintas no campo da estatística. Não imagino argumentos técnicos que respaldem a comparação entre a Bahia e o Iraque, Guatemala e El Salvador. Aliás, comparar capitais do país já é incompatível - Salvador talvez possa se assemelhar a Fortaleza-CE, mas nunca ao Rio de Janeiro-RJ, por exemplo. A reportagem traz a estatística dos homicídios no Brasil, o que mescla desde a agitação de São Paulo-SP, à tribo esquecida no extremo do Amazonas. Dentro da própria Bahia, há municípios que passam anos sem 1 homicídio sequer, enquanto as grandes cidades enfrentam as mortes diariamente. Foram comparadas sociedades, populações, épocas e situações distintas, para assim se obter o resultado desejado, mesmo que não corresponda devidamente à realidade. Trabalhar estatísticas da criminalidade é mais complexo de que se pensa, não pode ser feito de qualquer maneira, como vemos constantemente nos jornais.

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