sábado, 14 de março de 2009

Coturno

Padronização e uniformidade rígidas, definitivamente, não são características fortes da PMBA de alguns anos para cá. Isso traz consequências negativas e positivas, como já foi postado aqui sobre coldres, equipamentos em geral, e agora em relação a coturnos. A motivação inicial se deve a um artigo descoberto no Orkut apresentando um Estudo das características funcionais e de uso do cortuno utilizado pelo policial militar e sua influência no desempenho na atividade de ronda, disponível para download neste link - nem todos têm paciência para ler, mas são interessantes as constatações alcançadas. O trabalho baseou-se na PM de Santa Catarina, sem comprometer tanto uma analogia com a realidade enfrentada pela briosa baiana. Por aqui, muitas são as queixas sobre o material que é fornecido ao policial, quem pode/quer acaba adquirindo um modelo mais adequado à venda no comércio, ou ajustam aquele que foi entregue, trocando o solado, inserindo zíper e até mesmo colocando um salto para tornar o calçado mais adequado. Hoje o tradicional apetrecho militar, simbólico e histórico, tem enfrentado a concorrência de botas táticas cuja qualidade é indiscutivelmente superior sob os mais diversos aspectos, seja do ponto de vista ortopédico, de conforto, durabilidade, aparência, entre tantas facetas que o tornam superior ao de uso ordinário, sem contar no status, efeitos psicológicos e elevação da estima e moral. De fato, foge levemente ao padrão estabelecido, não tanto pela cor, esta quase idêntica, mas pelos moldes em que é feito - porém, quando se analisam as incontáveis variações que são detectadas no modelo dito regulamentar, fica difícil compreender a proibição que insistentemente esse calçado, sobretudo o difundido Guartelá, sofre por parte de alguns comandantes, impedindo do PM em fazer uso daquele material em que investiu, geralmente em torno de 300 reais, para exercer melhor suas funções. A indefinição sobre os níveis de tolerância das variações, neste caso, acaba por gerar insatisfação nos que adquirem a bota e são impedidos de utilizá-la, sob o simples argumento da padronização, que na verdade não consegue ser alcançada em relação a tal acessório. De fato, o ideal seria fornecer a cada PM um par de botas bem melhor que o entregue atualmente, mas enquanto não é possível, é preciso ao menos dialogar sobre o porquê da proibição do que é sabidamente melhor em troca de um concorrente indubitavelmente pior.
Obs: Todas as imagens que ilustram a postagem mostram botas Guartelá em meio aos coturnos fornecidos pela corporação. Há uma discrepância tão agressiva que motive a proibição? Considerando os benefícios obtidos, ainda assim não vale a pena permitir o uso?

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