domingo, 1 de março de 2009

Circuito

Lendo um dos artigos que manifestam opinião no jornal A Tarde hoje, de título "Hora de um novo circuito", constatei a perigosa afirmativa de que a violência do Carnaval se deve à superlotação de alguns locais específicos, algo que tenho refutado aqui no blog pela comprovação empírica in loco de que a motivação para as brigas é predominantemente personalíssima, partindo da predisposição dos envolvidos, aliando-se posteriormente à oportunidade fornecida pelo local, aglomeração, trilha sonora e outros fatores secundários. No final do circuito Barra-Ondina, a grande concentração se dá na sexta-feira e principalmente no sábado, com picos de público e ocorrências, enquanto nos 5 dias restantes o espaço é relativamente confortável para quem quer contemplar a festa, e as brigas continuam a ocorrer quase sempre com os mesmos grupos, nas cordas dos blocos, entre quem acompanha o trio, permanece no asfalto ou segura a corda. O pessoal que fica na calçada para ver a banda passar quase nunca se envolve em contendas, disso não há dúvidas. O artigo fala de se criar um novo circuito para desafogar o público, uma ideia sempre batida, pertinente e interessante, mas justamente o fator policial é um dos mais complexos nesse sentido, dá para se estimar em pelo menos uns 5 mil PMs a mais para que seja inaugurado mais um circuito, e a corporação não tem de onde recrutar tamanho efetivo atualmente, o que mina quase que em absoluto o plano. O curioso é que no último parágrafo o autor diz "Claro que não entendo nada de Carnaval... e muito menos de segurança pública", o que me fez correr os olhos para saber quem assina, e a surpresa foi ler Jolivaldo Freitas, o mesmo que teve a infelicidade de chamar toda a polícia baiana de frouxa, sendo que alguns leitores erroneamente atribuíram a afirmativa ao secretário de segurança pública, quando na verdade a insinuação pecaminosa foi tão somente do jornalista e escritor que não sabe nada de polícia ou carnaval, mas ainda assim se arvora a comentar com cínica propriedade e tem espaço diferenciado no jornal de maior circulação no estado. Tomara que ele (não) consiga colocar em prática seu projeto de circuito alternativo, preferencialmente sem a polícia frouxa da Bahia, e com bastante espaço para os foliões. A festa dele não duraria minutos. Brincantes.

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